A ÚLTIMA VIAGEM DOS TRENS DE PASSAGEIROS EM SÃO PAULO
CAMPINAS-BAURU
14-15/03/2001

 


As fotos são de 14/03/2001, a maioria por Kenzo Sasaoka. A partida na estação de Campinas e a
espera na plataforma, enquanto o maquinista olha da locomotiva que vai partir de Campinas em direção
a Bauru.



Enquanto passagens para Bauru são guardadas como lembranças de algo que não voltará mais, o
trem ainda espera o embarque e a partida na plataforma de Campinas, fotografado agora duas vezes
por Vanderlei Zago. O trem parte, e, depois de alguns minutos de viagem, ele para junto à abandonada
estação de Boa Vista, é fotografado de fora outra vez por Vanderlei Zago...



... e parte novamente para chegar a Sumaré, onde muitos já descem do trem. Mais algum tempo, e
depois a composição volta a parar na estação-fantasma de Cordeirópolis, antigamente uma das mais
belas da Cia. Paulista. As fotos tomadas na plataforma de Cordeirópolis são desoladoras, mas mesmo
com o abandono da estação, o local ainda é belo.



O armazém está quase coberto de tanto mato. A cabine, depredada e em ruínas. As obras na via
existem, apesar do abandono em muitas outras partes.



E, quando chega à estação de Itirapina, outrora movimentadíssima, com as baldeações para Bauru e
Panorama, hoje o abandono é o mesmo do de Cordeirópolis. Ninguém ali, somente os valentes
passageiros do último trem. Alguns descem para entrar no trem que ali estava esperando para conduzi-los
a São José do Rio Preto. E, ao contrário dos dias de glória, neste caso, se o trem que vinha de Campinas
se atrasasse, ele sairia vazio mesmo. O descaso é total.O trem de São José do Rio Preto é fotografado
por Vanderlei Zago. Mas o trem de Campinas chegou no horário. A viagem segue em direção a Bauru,
e ainda no pátio da estação, pode-se ver carros de socorro que são hoje utilizados pela Ferroban.



Um detalhe do velho trilho da Paulista, de 1901 (ainda do tempo da bitola métrica naquelas paragens!)
e, algum tempo depois, a cabine de controle da estação de Dois Córregos, estação que, poucos meses
depois, seria incendiada e quase destruída. O trem passa pela região de Jaú e chega ao rio Tietê, onde
cruza a ponte de Ayrosa Galvão. Esta é a terceira, de 1967, as outras duas, uma de 1903, outra, de
1941, foram abandonadas à medida em que as mais novas eram construídas.



E finalmente, ele chega a Bauru pela última vez. Até dois ou três meses antes, ele ainda ia até Panorama,
mas ultimamente parava mesmo em Bauru. A estação já está abandonada há meses. Agora, sem o trem,
deteriorar-se-ia de vez. As plataformas, salas, bilheterias, tudo vazio, num abandono de dar tristeza.

Nem o relógio funciona mais. A reportagem do jornal de Araraquara mostra o último trem que partiu de
São José do Rio Preto, na viagem de volta, em 15/03/2001, e parou na estação de Araraquara, dali
partindo para Itirapina. E o jornal Agora, da Capital, mostra a reportagem sobre essas últimas viagens,
embora com um mapa cheio de erros (principalmente quando mostra as linhas da antiga Paulista e
Araraquarense). Meu Deus! O que fizeram com as nossas ferrovias?