Fazenda Chimborazo
(Cravinhos, SP)

 

Fazenda Chimborazo


A Fazenda Chimborazo, em 1911.
.Foto da revista "Brazil Magazine" no. 57

O estabelecimento da Companhia Agrícola do Ribeirão Preto deu-se em 1888, pelas famílias Queiroz Lacerda, Queiroz Aranha e Nogueira. Em 1892, conseguiram a construção da estação de Tibiriçá, em suas terras e na linha-tronco da Mogiana, para servir de entroncamento para uma ferrovia particular que atenderia à fazenda Chimborazo, que era a secção central da empresa, e também a outras secções, que se ligavam todas à central. Foi vendida ao Conde de Pinhal em 1893, e depois de sua morte vendida para a Companhia. Em 1911, a empresa possuía 5 mil empregados e 5 mil alqueires de terras em nove secções: Ximborazo, a central, com x mesmo na época, Toca, Montebelo, Monteparnasso, Lagoa, Tibiriçá, Matão, Santa Fé e Engenho. A própria estação da cidade de Cravinhos ficava dentro das terras da empresa.
A ferrovia, com bitola de 60 cm, tinha 17 quilômetros e três linhas, a que ligava Chimborazo à estação de Tibiriçá, com cerca de três km, e mais duas, que seguiam de Chimborazo para as secções de Montebelo e Monteparnasso. Em 1922, a fazenda tinha 2200 alqueires, com 2.037.000 pés de café, 100 carros de milho e mais 2000 carros para os colonos, além de gado Caracu (200 cabeças), 120 cavalos e 400 famílias, com um total de 2800 pessoas. Em alguma época a fazenda pertenceu à empresa inglesa, Companhia Cafeeira Britânica do Brasil S. A., e depois, provavelmente nos anos 30. foi vendida para a família Matarazzo, à qual pertence até hoje.
O nome Chimborazo não existe mais; essa secção se chama hoje Fazenda Santa Virgínia, e a secção Tibiriçá, onde ficava a estação, se chama Santa Francesca. Hoje se planta praticamente apenas cana-de-açúcar, além de pequenas outras culturas. A casa-sede está bem conservada por fora, tendo sofrido várias modificações internamente. Vários edifícios foram demolidos ou estão abandonados.

Ralph Mennucci Giesbrecht, março de 2002

*A Fazenda Chimborazo, hoje chamada de Santa Virgínia, fica no município de Cravinhos, SP, com a casa-sede a 700 metros da via Anhangüera, mas não podendo ser vista da estrada. Fontes: Arquivo Municipal de Ribeirão Preto, SP; Andrea Zacherini, da Fazenda Santa Virgínia; Revista Brazil Magazine, no. 57, 1911; livro "Cravinhos-Histórico, Geographico Commercial Agricola", 1922, de F. Gomes

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Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo

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O mapa, de c. 1956, mostra a estação de Tibiriçá, na antiga linha-tronco da Mogiana (desativada em 1964) e a fazenda Chimborazo, além de outras secções da antiga Cia. Agrícola de Ribeirão Preto: Monte Belo, Monte Parnaso e Matão podem ser encontradas a sudeste da cidade de Cravinhos. A via Anhangüera, hoje muito próxima à fazenda, não aparece ainda (naquele ponto, a inauguração deu-se em 1958) e também não são mostrados os ramais particulares da ferrovia, não se sabe se por não existirem mais na época ou por algum outro motivo, e que saíam da estação de Tibiriçá.
(IBGE, 1958)

Todas as fotos abaixo, dos anos 1920, foram cedidas pelo Arquivo Municipal de Ribeirão Preto, SP


Casa-sede, anos 1920.

Terreiro de secagem de café e locomotiva São José aguardando o
carregamento dos sacos de café. Anos 1920.


Panorâmica da fazenda Chimborazo e linha férrea. Anos 1920.

Carregamento e secagem de café. Anos 1920.

Vagões cheios de grãos e trabalhadores sobre os sacos junto à linha férrea.
Anos 1920
.

O antigo escritório, ainda ativo, à esquerda, e à direita, vagões carregados passam pela linha em frente às casas da colônia. Anos 1920.

O antigo escritório, da foto acima, abandonado, e o escritório atual da fazenda, à direita, hoje Santa Virgínia.
Fotos coloridas de 11/03/2002, por Ralph M. Giesbrecht


Ainda o antigo escritório, hoje abandonado, em 11/03/2002.

À esquerda, casa de hóspedes sendo reformada. À direita, casas da colônia que sobraram. 11/03/2002

A tulha, vista do escritório atual. À direita, visão lateral. 11/03/2002

A tulha vista de trás, à esquerda, e à direita, terreiro de café que ainda é usado de vez em quando por fazendas que o arrendam para secagem de grãos. 11/03/2002

A casa-sede, à esquerda, vista traseira; à direita, vista de frente. 11/03/2002

Estrebaria, em duas vistas. Serve hoje apenas como depósito. 11/03/2002

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