Salto do Avanhandava
O salto de Avanhandava, em maio de 1932. Foto dos arquivos
de Ralph M. Giesbrecht
Em 1858, o Império
houve por bem construir dois postos militares, colônias na verdade,
próximo aos dois maiores saltos do tio Tietê, único
rio razoavelmente mapeado naquela época no oeste paulista.
Uma era a de Itapura, quase na foz com o rio Paraná, a outra
era a de Avanhandava. Com o início da Guerra do Paraguai, seis
anos depois, elas tiveram sua função, mas com o fim
desta, foram literalmente esquecidas pelo Governo Provincial. Embora
tenha havido tentativas de construção de uma estrada
que as uniria até Botucatu, por duas vezes, a última
em 1881, o projeto não vingou, tendo sido construído
apenas alguns quilômetros, abandonados em seguida. Em 1886,
a colônia de Avanhandava foi atacada por índios, e o
restante de população que ela tinha deixou o local.
Em 1905, a expedição promovida pelo Governo Estadual
para mapear os rios do oeste paulista, "terra desabitada e povoada
por índios" de acordo com os mapas da época, encontrou
apenas ruínas em Itapura e em Avanhandava. Esta última
ainda se reergueu em parte com a tímida exploração
turística do salto de Avanhandava, um dos mais belos do rio
Tietê; entretanto, este salto foi inundado quando da construção
da hidrelétrica de Nova Avanhandava, nos anos 1970.
*O
Salto do Avanhamdava, pintado por Langsdorff no século XIX,
hoje somente existe no nome de alguns clubes e hotéis da região,
e da pequena vila ao lado do que um dia foi o salto...
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O Salto do Avanhandava, no
rio Tietê, não existe mais. Foi inundado
por uma das inúmeras barragens para hidrelétricas construídas
no rio durante os últimos cinqüenta anos. Ele ficava muito
próximo à colônia
militar de Avanhandava, posto avançado construído pelo
Império em
1858. Chegou a contar com quarenta e poucas pessoas, mas, já
esquecida,
devido ao fim da Guerra com o Paraguai, foi atacada por índios
em 1886
e abandonada pelos seus poucos habitantes. Em 1905, a expedição
que
levantou parte do deserto Oeste Paulista encontrou-a em ruínas.
É essa
Avanhandava qu aparece no mapa abaixo, de 1908: nada tem a ver com
a cidade do mesmo nome que hoje exite ao sul do rio e que se originou
da
estação ferroviária originalmente chamada de
Miguel Calmon.

O mapa acima (da E. F. Sorocabana, embora a linha que ali apareça
seja o
trecho inicial da Noroeste) mostra o salto em 1908. Os nomes das
localidades à sua volta foram quase todos alterados durante
o século XX,
pois era uma região praticamente inexplorada ainda. Penápolis
ainda não existia, nem como estação, e Miguel
Calmon é a atual cidade de Avanhandava, bem longe do salto,
antes de Penápolis na linha da
Noroeste.

Acima, a mesmo região, em 1989 (Mapa da Editora Abril), quando
o salto
não existia mais, apenas é citado o nome da
vila contígua a ele, que,
no mapa mais antigo, se chamava apenas Avanhandava, originada do
antigo posto avançado do Império, citado acima.
O salto, por volta de
1940. (Foto dos arquivos do autor)
Até onde sei,
esta ponte, aqui fotografada durante sua construção,
no final dos anos 1930, não existe mais também: com
o alargamento
do rio devido à barragem, ela teve de ser substituída
por outra
maior e mais moderna. (Foto dos arquivos do autor, e provavelmente
originada do jornal O Estado de S. Paulo da época, em "off-set")
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