Metrô
de Teresina
(1991-2008)
Bitola: métrica
Acima, estação de Teresina, em 2003, desativada, mas
ao lado do poço do metrô. cujas paredes podem ser vistas
abaixo da estação. Os trilhos foram rebaixados (Foto
Luiz Eloi Vieira, 07/2003).
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também:
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Nota:
As informações contidas nesta página foram
coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas
e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto
é possível que existam informações contraditórias
e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende
da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos
de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo
acontecendo com horários, composições e trajetos
(o autor).
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O
Metrô de Teresina foi criado em 1991, utilizando velhos trens
"Húngaros", trazidos do Rio Grande do Sul, onde haviam
deixado de ser usados em 1987. |
Percurso:
São Luiz, MA - Teresina, PI
Origem da linha: A linha corre basicamente no leito da antiga
E. F. São Luiz-Teresina e, depois, no da E. F. Central do Piauí,
dentro da cidade de Teresina. O leito, entretanto, foi rebaixado em
alguns pontos. Também passam pela linha cargueiros da atual
concessionária, a CFN.
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ACIMA: Mapa do metrô de Teresina (Cessão:
Tarcisio Silva)
Segundo Ângela Ferry, em um artigo de 22/12/2004, "desde
que foi criado, o Metrô de Teresina vem se consolidando como um meio
de transporte de grande alcance social, possibilitando o deslocamento
diário de 4 mil passageiros, a um custo de R$ 0,50 por passagem. O
Metrô de Teresina funciona normalmente de segunda a sexta-feira quando
atende um número significativo de trabalhadores que se deslocam até
o Centro de Teresina, pagando uma passagem a preço acessível. Nos
finais de semana o metrô funciona quando atende a reivindicações de
organizações ou entidades que realizam eventos na capital. Dessa forma,
o metrô já participou de passeios educativos com estudantes da rede
pública de ensino, estudantes de Turismo e também crianças carentes".
Os trens que ali rodam são, e sempre foram, os remanescentes
das unidades dos chamados "Trens Húngaros", na verdade,
trens "Ganz-Mávag" fabricados na Hungria e exportados para
o Brasil em 1974 em troca de pagamento de café brasileiro.
Os trens de bitola métrica, depois de rodarem anos na Viação
Férrea do Rio Grande do Sul, fazendo o percurso na linha E.
F. Porto Alegre-Uruguaiana, foram finalmente aposentados pela RFFSA
em 1987. Samuel Rachdi, em 10/2007, descreve o que são os trens
no Metrô de Teresina: "Os "Húngaros" em Teresina
são 3 trens vindos do Rio Grande do Sul, de bitola métrica. Dois encontram-se
em uso permanente, só um trafega a cada dia, o outro fica sempre como
reserva, o terceiro é reservado para partes para manutenção
dos outros dois. Entre 2004 e 2006, dois desses trens foram modernizados,
ganhando frentes novas, reabilitação técnica e reforma do seu interior,
e o terceiro trem deve seguir reformas este ano (2007) ou em 2008,
e neste caso os três estarão prontos para trafegar. O Metrô
de Teresina faz 13 viagens (os dois sentidos juntos) por dia, de segunda
à sexta-feira e transporta quase 6000 passageiros a cada dia. Em 2005,
foram pouco mais qué 122.000 no ano todo. A linha tem 8 estações em
13 km. Em 2005, 12 viagens foram canceladas dos 624 programados. A
velocidade comercial média é de 30 km/h, a tarifa é
de R$ 0,50. O Metrô corre 7 viagens de Matinha ao Mercado e 6 de volta,
de segunda a sexta".
Esse trem chegou ao Piauí vindo do RS já reformado, e com o vitrô
diferente. Foram, acho, 4 carros-motor e 4 carros pax, que formavam
até pouco tempo atrás duas composições que rodavam durante todo o
dia. Após um choque de uma dessas composições com um cargueiro da
CFN - devido a falhas no sistema de comunicação, já houve dois acidentes
desse tipo, sem vítimas, pois ambas as empresas usam a mesma via -,
um dos carros-motor ficou inutilizado, sendo canibalizado depois,
devido à dificuldade em se conseguir peças para esses equipamentos.
Há alguns anos, quatro carretas vieram de São Paulo
carregadas de peças, acho que da FEPASA. O governador da época, Alberto
Silva, defensor das ferrovias como principal meio de transporte de
cargas e pax, rebaixou toda a via permanente situada na zona urbana
de Teresina, então operada pela RFFSA e hoje pela CFN, e criou
o que ele chamou de "pré-metrô". A população usuária
do sistema, do subúrbio e com pouca instrução, com o tempo, passou
a chamar de metrô. Toda a via permanente é singela, existindo já pronto
o espaço lateral para a construção da segunda via, no futuro. Atualmente
(10/2007), dois carros-motor estão rodando reformados, bem como os
dois de pax que completam a composição, inclusive com ar condicionado
(Tarcísio Silva, 10/2007).
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