RFFSA (c.
1975-1996)
Bitola: larga (1,60m).
Acima, a estação de Barra do Piraí, em 2001,
de onde partia o Barrinha até 1996 (Foto Jorge A. Ferreira).
Abaixo, estação de Japeri, nos anos 1990 (Foto Manoel
Monachesi).
Acima, a estação de Humberto Antunes, na serra, em
1998, por onde passava o Barrinha (Foto Ralph M. Giesbrecht). Abaixo,
horários do Barrinha em 1978 (Guia Levi, janeiro de 1978).
Veja também:
Linha
do Centro - Rio de Janeiro
Contato
com o autor
Índice
Nota: As informações contidas nesta
página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente
por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época.
Portanto é possível que existam informações
contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas
vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia
em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente,
o mesmo acontecendo com horários, composições
e trajetos (o autor).
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Trem
de passageiros que percorria o trecho entre a estação
de Japeri, no pé da serra das Araras, e de Barra do Piraí,
no seu topo e parava na maioria das antigas estações
do trecho. Resquício dos antigos trens de passageiros que percorriam
a linha do Centro em sua totalidade, apareceu em meados dos anos 1970,
sendo suprimido devido a um acidente trágico na manhã
de 18/09/1996, quando a composição, com 90 passageiros,
foi pega por um cargueiro que desceu a serra desgovernado, a 700 metros
da estação de Japeri. O Barrinha ainda voltou a andar
em 2002, por uma vez somente, numa viagem experimental. Curiosamente,
nos anos 1960 era conhecido como "Trem Bacurau".
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Percurso:
Linha do Centro, no trecho de Japeri a Barra do Piraí.
Origem da linha:
Japeri - P. Frontin - 1863;
P. Frontin - B. Piraí - 1864. A linha do Centro, da antiga
Central do Brasil, foi inaugurada em trechos, desde o longínquo
ano de 1858, quando foi aberto o primeiro trecho na cidade do Rio de
Janeiro, até 1948, quando a linha chegou a Monte Azul, no sertão
mineiro, próximo à divisa com a Bahia, num percurso de
mais de mil quilômetros. A partir de Lafaiete, a linha passava
de bitola larga para a métrica. A linha do Centro hoje tem tráfego
apenas de trens cargueiros, com exceção da parte próxima
ao Rio de Janeiro, por onde trafegam trens metropolitanos de passageiros.
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Os
trens Barrinha, com seu nome certamente derivando do nome de Barra
do Piraí, começaram a aparecer como trens que corriam
somente no percurso Barra do Piraí-Japeri na primeira metade
dos anos 1970. Antes, as composições partiam de outros
pontos, antes de Barra e depois de Japeri, de forma que o percurso
era maior. Em 1976, os guias já mostram dois horários,
um saindo de madrugada de Barra e outro próximo ao meio-dia,
para um trem que ia e
ACIMA
e ABAIXO: O Barrinha passando por Mendes e por Paulo de Frontin respectivamente
em 1986 e 1987 (Fotos Hugo Caramuru).
Acima,
em 1995, o Barrinha em Humberto Antunes e em 1994, o Barrinha passa
próximo ao Túnel 12 (Fotos Eduardo Coelho).
Acima,
nos anos 1990, o Barrinha em Mendes (Foto: Hugo Caramuru) e em Palmeira
da Serra (Foto José Emilio Buzelin).
voltava
nesse percurso. O horário mostrado
ao lado (do Guia Levi) mostra o trem em 1978. Eram, segundo se conta,
originalmente trens elétricos. Em 1992, já eram diesel:
Coaraci Camargo conta que em 1992, em Mendes, viu o Barrinha como
um TUE rebocado por uma grande locomotiva diesel. Ainda havia catenárias
mas elas não eram mais utilizadas. Alguns afirmam que o Barrinha
em algumas épocas era um trem misto, pois também tinha
vagões cargueiros
Acima,
em 1996, o Barrinha em Japeri (Foto: revista Veja, 1996), e em 1994,
o Barrinha passa próximo ao Tunel 11 (Fotos Eduardo Coelho).
que
transportavam a economia da região da serra, mas não
consegui
comprovar esta informação. O Barrinha foi extinto sob
protestos em 1996, ainda com muitos usuários. As cidades e
vilas que existem no seu percurso da serra dependiam demais dele,
tanto para transporte de gente como de mercadorias: o Barrinha tinha
vagões de carga também exatemente para isso. Um acidente
nesse ano com um trem cargueiro e muitas mortes foi a desculpa ideal
para a desativação do trem, aliado à prevista
privatização da linha na época.
ACIMA:
O Barrinha em Paulo de Frontin (esquerda) e em Mendes (direita). Ambas
as fotos são em 1986 (Fotos Hugo Caramuru).
ABAIXO:
O trágico acidente de 1996 (Foto revista Veja, 1996).
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