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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Quilômetro 12
Entroncamento
Mirim
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EFPP-Nilson Rodrigues
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2011
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E. F. Perus-Pirapora (1914-1972)
ENTRONCAMENTO
Município de Cajamar, SP
linha tronco - km 16   SP-0330
    Inauguração: 1914
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1914?
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Perus-Pirapora iniciou as operações em 1914 para transportar cal do bairro do Gato Preto para a estação de Perus, na São Paulo Railway, com bitola de 60 cm. Ela deveria também transportar os romeiros para Pirapora do Bom Jesus, mas os trilhos nunca chegaram até lá. O trecho inicial sofreu várias modificações, com a construção de dois ramais, um curto, para Entroncamento e outro, mais longo, para Cajamar, este para o transporte de calcáreo. Sempre usando trens mistos, o transporte de passageiros funcionou de 1914 a 1972, quando foi desativado. Em 1951, a ferrovia foi comprada pela família Abdalla, que a operou até 1974, quando a União ficou com a estrada. Em 1981, os Abdalla recuperaram a ferrovia e a fecharam definitivamente em janeiro de 1983. A ferrovia foi tombada pelo Condephaat em 1984 e abandonada.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Entroncamento era, ao lado da de Perus, uma das duas únicas estações oficiais da EFPP. Inaugurada em 1914, situava-se originalmente no município de Santana de Parnaíba (aliás, no seu início de operações, toda a ferrovia ficava dentro dele, até que Perus foi anexado a São Paulo, ainda nos anos 10, e Cajamar foi desmembrado como município em 1959), na ponta de um curto ramal que saía da linha-tronco original, Perus-Gato Preto. Segundo o projeto que nunca saiu do papel, de Entroncamento deveria sair a linha para Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. De qualquer forma, a estação seguiu ativa até 1972, quando, com a extinção nesse ano do transporte de passageiros, a estação foi fechada, e os trilhos do ramal logo em seguida retirados. A estação foi mais tarde demolida. A linha "oficial" de passageiros, na verdade, seguia apenas de Perus a Entroncamento; na prática, porém, a composição vinha de Perus, entrava no ramalzinho, fazia a reversão no triângulo que existia ao lado da estação de Entroncamento, voltava, seguia em direção à estação de Água Fria (depois Cajamar), dali voltava e seguia para Gato Preto, o real ponto final da linha. E aí fazia todo o caminho inverso, retornando para Perus. Mas basta ler edições antigas do saudoso Guia Levi para ver que ele apenas mostrava o trecho até Entroncamento. "A estação era também residência da pessoa responsável pelo trecho da linha, e temos fotos da família reunida em certa ocasião. Era imponente a placa de madeira com a inscrição 'Entroncamento', que foi preservada até pouco tempo, num galpão em Cajamar. Recentemente essa placa juntamente com um número infinito de itens de reposição do material rodante, sumiu desse galpão" (Nilson Rodrigues, 11/2002). Em 1o
ACIMA: Assim era a localização do Entroncamento, segundo desenho de Nilson Rodrigues., em 1954. O traço preto é a atual estrada que liga o Polvilho a estrada Cajamar-Anhanguera, passando pelo Guaturinho, mais ao norte. A estrada passou basicamente por cima do leito antigo da ferrovia (Desenho Nilson Rodrigues).
de junho de 2005, eu e o Nelson Bueno de Camargo, de Perus, estivemos no local da antiga estação. Eu tinha informações de que ela estaria dentro dos limites da atual Santana de Parnaíba, mas não foi o que se confirmou. O Nelson sabe exatamente onde ela ficava, cansou de ir ali de trem de Perus, onde ele mora, para pescar no rio Juqueri, logo ali em frente. A estrada que liga a avenida Tenente Marques (caminho para o bairro do Polvilho) até o bairro do Guaturinho faz umas curvas antes de cruzar o antigo leito da EFPP, pouco antes da ponte sobre o rio Juqueri. Um pouco antes de uma placa de 30 km por hora, do lado direito de quem segue para Cajamar, ao lado do asfalto, só quem conhece mesmo pode localizar o pouco que sobrou da estação do Entroncamento. Ao lado do acostamento da estrada asfaltada já há anos, e que, entre a ponte e o local da estação, passou por sobre o leito da linha, estava a estação. Acham-se restos de tijolos, montes de entulho já cobertos pelo mato, árvores crescidas que dificultam a passagem, pessegueiros (o Nelson diz que ali havia muitas árvores frutíferas, entre as casas da vila ferroviária). As fundações da estação ainda estão ali, quase imperceptíveis. Atrás, um poço de tijolos, que fornecia água para a vila. O poço, bem fundinho, está ali ainda. Uma pena. João Castanha, morador em Santana de Parnaíba, vinha para a cidade depois de ir pescar no rio Juqueri, descendo na estação do Entrocamento, que na época (1968) ainda tinha seus trens mistos. Nessa parada havia um funcionário da EFPP que tinha uma mulher chamada Benedita. A parada ficava à beira do rio, onde passava a linha naquele ponto. Eles tomavam conta do local e também das coisas dos pescadores.
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Nilson Rodrigues; João Castanha; Julio Moraes; Nelson Bueno de Camargo; José Machado)
     

A estação em 1960, com a locomotiva nro 1 (Silvio de Campos). Foto José Machado, acervo Nilson Rodrigues

A estação do Entroncamento, em 1982, já sem os trilhos. Foto Nilson Rodrigues
 
     
     
Atualização: 05.03.2011
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.