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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Padre Gusmão
Cachoeira
São Félix
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Linha do Sul - 1940
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2006
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E. F. Central da Bahia (1876-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996)
CACHOEIRA
Município de Cachoeira, BA
Linha do Sul - km 137,884 (1960)   BA-2362
Altitude: 16 m   Inauguração: 02.12.1876
Uso atual: reformada (2022) - uso desconhecido, embora se saiba que o trem ainda passa dentro de sua gare (Ver link abaixo).   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1884
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha Sul, Mapele-Monte Azul, foi formada pela união das linhas de diversas ferrovias quase todas originadas no século 19, como a E. F. Central da Bahia, a E. F. Bahia ao São Francisco, a E. F. de Santo Amaro e a E. F. Centro-Oeste da Bahia, que, quando finalmente unidas sob o nome de Viação Férrea Federal do Leste Brasileiro (VFFLB) entre 1935 e 1939, tiveram suas linhas unidas e prolongadas de forma a, em 1951, ligarem Salvador e Mapele à localidade mineira de Monte Azul, ponta dos trilhos da E. F. Central do Brasil. Trens de passageiros passaram pelos seus diversos pedaços desde cada uma de suas origens até a linha completa, desaparecendo em 1979, quando somente faziam o trecho Iaçu-Monte Azul, no sul, e até o início dos anos 1980 entre Mapele e Candeias. Hoje a linha é utilizada apenas por trens cargueiros, que sofrem para passar pelo gargalo do rio Paraguassu.
 

A ESTAÇÃO: A estação de Cachoeira foi aberta em 1876 e inicialmente não havia ponte que cruzasse o rio para a linha férrea, que, no início, pertencia à E. F. Central da Bahia.

Com o aumento do movimento, o serviço de balsas sobre o rio Paraguassu começou a não dar conta e uma ponte, chamada de Dom Pedro II e inaugurada com a presença do próprio Imperador em 1885, passou a fazer a ligação entre a cidade e a de São Félix, do outro lado.

A própria estação ganhou um prédio maior e suntuoso nessa época. Ocorre que o prédio fica praticamente na margem do rio. A ponte chega em frente a ela e obriga a linha a fazer uma curva fechada que dobrando à esquerda da saída da ponte, passa por dentro da estação e segue para Salvador. Com a curva, a solução foi a construção de um "rabicho", uma haste de manobra com 230 m de comprimento dentro das ruas da cidade onde hoje fica a rua Manoel Vitorino. Os trens entravam nesse rabicho e saíam para fazer a curva e prosseguir para Feira de Santana. Enquanto as composições eram pequenas, isto não era um problema. Até dezessete vagões entram no rabicho. Os trrens de passageiros, por sua vez, corriam dali para Feira de Santana, na linha original da Central da Bahia, chamada de "ramal de Feira", e não cruzava a ponte. Para se seguir de São Félix para a frente, havia de se cruzar a ponte de alguma forma e tomar o trem na estação de São Félix.

Isto, até 1950, quando se inaugurou toda a linha entre Salvador e Monte Azul, depois que se completaram os trechos ligando a Minas e também Santo Amaro à estação de Conceição, mais próximo a Salvador. A partir daí, também esses trens tinham de fazer a manobra.

Hoje, porém, um trem com duas locomotivas diesel seguindo no sentido de São Félix tem de parar na linha principal, próximo à estação, separar as máquinas dos vagões em blocos de até 17, pegar uma locomotiva de auxílio, e por aí vai, até que, no final da manobra, o trem está recomposto depois de três manobras, num procedimento que leva pelo menos uma hora e meia, se não houver problemas.

Em 2001, as manobras se repetiam seis vezes ao dia, atravancando o trânsito de Cachoeira. Nessas manobras, as composições passam por dentro da estação, atravessando-a, como se pode ver nas fotografias abaixo. Esta, por sua vez, ficou por anos e anos totalmente abandonada e muitas vezes cheia de mendigos e marginais. Vale lembrar que a ponte apresenta problemas de manutenção que foram reparados em parte pela atual concessionária, a FCA.

Somente em 2007 a estação foi restaurada, pelo menos em sua parte externa: o rabicho dos trens foi eliminado, pois a curva foi refeita. O trem agora conseguia sair da ponte e dobrar à esquerda por dentro da estação, passando pelas antigas plataformas (em túnel) como sempre fez, mas sem precisar fazer a manobra.

Em 2022, um acidente sobre a ponte que ligava a cidade à de São Felix, onde diversos vagões cargueiros descarrilaram num ponto onde as tábuas do piso da ponte mais do que centenária, fizeram que, por alguns dias, apenas pedestres, motocicletas e ciclistas pudessem usá-la, obrigando automóveis a darem uma grande volta contornando as duas cidades e passando por outra ponte somente rodoviária para fazer um tr\jeto normalmente curto. Natutalmente, o tráfego fde trens cargueiros também ficou impossível até o conserto da ponte e retirada da fila de vagões que estava parada sobre a ponte. Veja pelo link sobre o acidente em 7-8/6/2022 em Cachoeira, por Jorge França.

1892
AO LADO:
Entre outra notícias, a que informava a greve na estação de Cachoeira (O Estado de S. Paulo, 24/7/1892).


ACIMA: Mapa original das estradas de ferro na Bahia em 1900 mostrando 4 ferrovias distintas e separadas entre si (em preto). Uma delas jamais foi juntada às outras (a E. F. Nazaré, ao sul no mapa). Em vermelho, como ficou (aproximadamente, pois houve retificações e também o aparecimento nessa época da E. F. Centro-Oeste da Bahia, que também entrou na junção) após os anos 1940. Cachoeira estava na E. F. Central da Bahia, ao norte do Paraguassu (Mapa original extraído do Almanaque Brasileiro Garnier, de 1907).

ACIMA: A estação de Cachoeira nos bons tempos (Autor e data desconhecidos).

1926
AO LADO: Descarrilamento sobre a ponte em Cachoeira (O Estado de S. Paulo, 17/11/1926).

ACIMA: O esquema de manobras em Cachoeira, que funcionou até o ano de 2007 (Revista Ferroviária).

ACIMA: A plataforma de embarque da estação de Cachoeira já parecia uma caverna escura em 1987, 21 anos atrás. Por aqui, passa o trem que segue para Conceição de Feira e Salvador. É um túnel dentro do prédio, devido à configuração das linhas à saída da ponte. O Brasil realmente esquece seu passado e parece torcer para que ele desmorone (Foto Revista Ferroviária, 02/1987, acervo José Henrique Buzelin).
ACIMA: Reformada, a estação do lado oposto (o que quase nunca aparece nas fotografias): o trilhos entra agora com um raio de curva diferente e permite a passagem direta dos trens da ponte para a estação e vice-versa (Foto Luciana Almeida em fevereiro de 2008).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Osmary Avellar; Charles Cunha; Luciana Almeida; José Henrique Buzelin; Revista Ferroviária, outubro de 2001; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; Almanaque Brasileiro Garnier, 1907; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-1980; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

     

A estação de Cachoeira em 1997. Foto Osmary Avellar, Niterói, RJ

A estação de Cachoeira em 1997. Foto Osmary Avellar, Niterói, RJ

A estação de Cachoeira em 1997. Foto Osmary Avellar, Niterói, RJ

A estação de Cachoeira em 1997. Foto Osmary Avellar, Niterói, RJ

A ponte, ao fundo e a estação à direita, em 2001. Em primeiro plano, vagões no rabicho.

A estação de Cachoeira, em 2001.

A estação com a composição manobrando dentro dela, em 2001.

A estação com a composição manobrando dentro dela, em 2001.

Vagões no rabicho da rua Manoel Vitorino, em 2001. As fotos de 2001 são da Revista Ferroviária de 10/2001
À esquerda, a estação de Cachoeira, reformada e restaurada, em 02/2008. Foto Luciana Almeida  
     
Atualização: 26.06.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.