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E. F. Bahia-Minas
(1898-1912)
Chemins de Fer Federaux de l'Est Bresilien (1912-1936)
E. F. Bahia-Minas (1936-1965)
Viação Férrea Centro-Oeste (1965-1966) |
TEÓFILO
OTONI
Município de Teófilo Otoni,
MG |
E. F. Bahia-Minas - km 376,270
(1960) |
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MG-0197 |
Altitude: 318 m |
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Inauguração: 03.05.1898 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Bahia a Minas começou a ser aberta em 1881, ligando finalmente
Caravelas, no litoral baiano, à serra de Aimorés, na
divisa com Minas Gerais, um ano depois. Somente em 1898 a ferrovia
chegaria a Teófilo Otoni, e em 1918, a Ladainha. Em 1930 atingiu
Schnoor. Em 1941, chegou a Alfredo Graça, e, em 1942, chegou
em Arassuaí, seu ponto final definitivo. A ferrovia originalmente
pertencia à Provincia da Bahia; em 1897 passou a ser propriedade
do Estado de Minas Gerais, para, em 1912, passar a ser administrada
pelos franceses da Chemins de Fer Federaux de L'Est Brésilien
(por algum tempo). Em 1965, foi encampada pela V. F. Centro-Oeste
e finalmente extinta em 1966. Embora tenha havido planos para a união
da ferrovia com a Vitória-Minas, tal nunca ocorreu e ela permaneceu
isolada. |
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A ESTAÇÃO: A estação
foi inaugurada como ponta de linha em 1898. Pelo que se sabe, era
"uma construção de madeira, coberta de coqueiros".
A cidade, antiga Philadelphia, bem como a estação,
tinha agora o nome de Teófilo Otoni, fundador da antiga
cidade, que agora estava ligada ao mar por dois dias de viagem.
Meu bisavô, Guilherme Giesbrecht, trabalhou na construção
do trecho Aimorés-Teofilo Otoni como engenheiro residente,
entre 1895 e 1898, vindo de quatro anos de trabalho na estação
de Jaguary (hoje, Jaguariúna), na Mogiana, em
São Paulo. Em 1906, Guilherme voltou à ferrovia,
agora como seu diretor.
O prédio de alvenaria foi construído mais tarde e, inicialmente,
ainda sem o seu grande relógio na torre.
"A cidade não “nasceu” com a ferrovia, no entanto, ganhou
impulso de crescimento com a sua chegada. A lembrança dos tempos da
estrada é muito forte nessas pessoas. Nas ruas estreitas que se originaram
do antigo leito, no pontilhão metálico, hoje usado apenas por pedestres,
nos túneis praticamente abandonados na antiga estrada para Ladainha,
ainda se sente a sua presença. Segundo moradores mais antigos, a fartura
que existia na cidade, com muito dinheiro no comércio, com boa qualidade
de vida, com facilidade de transporte e frete barato, tudo isso estava
intimamente ligado à ferrovia. Ela provocou grandes transformações
na vida da cidade – de sua implantação e sua extinção (...)
A partir da década de 1950, com a crise econômica na região do Mucuri,
houve a diminuição das atividades cafeeiras e, consequentemente, a
redução do ritmo dos transportes ferroviários, restringindo a demanda
da madeira para combustível. Na 186 região foi introduzida a pecuária,
ocupando o espaço deixado nas matas devastadas. Com a crise faltaram
recursos que seriam investidos na manutenção da ferrovia, cujas locomotivas
já estavam ultrapassadas e a estrada, então, tornou-se pouco rentável.
Em 1948 teve início a construção da rodovia BR 116 (Rio Bahia), passando
por Teófilo Otoni, provocando forte impacto sobre a cidade, contribuindo
para a decadência da EFBM. Além dos problemas econômicos, a Bahia-Minas
havia se tornado cabide de empregos" (Weber Bezerra Novais:
BAHIA-MINAS: CAMINHOS DE FERRO EM TEÓFILO OTONI, sem data localizada,
entre 2006 e 2014).
A estação foi fechada em 1966, com o fim das atividades
da ferrovia.
"A foto que lhe envio (ver abaixo à direita)
foi cedida por Hilda Ottoni Porto Ramos, uma respeitável senhora de
87 anos, avó materna dos meus filhos, para quem a Baiminas foi vivida
com intensidade nos veraneios em Alcobaça, BA, dos anos 1930 aos início
dos 1960. Pelas lembranças dela a foto é dos anos 1930 - vide o fordinho
parado em frente. Deste lindo prédio praticamente nada mais
resta, pois foi transformado em rodoviária logo depois da extinção
da ferrovia. Teófilo Otoni é importante centro do nordeste
mineiro na Rio-Bahia, o movimento de ônibus é enorme, um grande número
de linhas ligando o nordeste do País ao Rio e a São Paulo.
Talvez seja este o lugar onde mais evidente tenha sido a substituição
do trem pelo ônibus" (Gutierrez L. Coelho, 04/2004).
A estação rodoviária de hoje foi construída
sobre o terreno da antiga estação. Ferroviária
e Rodoviária são prédios diferentes; a ferroviária
foi demolida.
Aqui, um link para um estudo da ferrovia no município de Teofilo Ottoni, por
Sergio Lana Morais, em 2022 - CLIQUE AQUI
1894
AO LADO: Não consegui identificar quem era o Sr. Pinto Salles, mas a linha realmente já unia Caravelas, na BA, com Teofilo Otoni menos de quatro anos depois. A localidade de Santa Cruz ficava próximo ao litoral baiano e de Caravelas (O
Estado de S. Paulo, 12/12/1894). |
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ACIMA: Estação e pátio
originais da estação de Teófilo Ottoni por volta
de 1900. Realmente há palmeiras, como se descreve no texto
da página, mas ao longe (Acervo do Arquivo Público Mineiro).
ACIMA: A estação "nova", provavelmente
anos 1930 (Autor desconhecido).
1933
AO LADO: A loucura que era para ir a Belo Horizonte, capital do Estado, antes do avião (O
Estado de S. Paulo, 23/3/1933). |
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ACIMA: Ponte ferroviária em Teófilo
Ottoni. Foto possivelmente dos anos 1950 (Autor desconhecido).
ACIMA: Mapa
dos anos 1950 mostra a linha passando pelo município de Teófilo
Ottoni (mapa parcial) (IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, vol. VII, 1960).
(Fontes: Gutierrez L. Coelho; Hilda Ottoni
Porto Ramos; Daniel Gentili; Arquivo Público Mineiro; Guilherme
Giesbrecht: anotações, 1947; Weber
Bezerra Novais: BAHIA-MINAS: CAMINHOS DE FERRO EM TEÓFILO OTONI, sem
data localizada, entre 2006 e 2014; IBGE: Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, vol. VII, 1960;
Carlos Cornejo e Eduardo Gerodetti: Lembranças do Brasil
- As Ferrovias nos Cartões Postais e Álbuns de Lembranças,
2005; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação original por volta de 1900. Realmente,
de madeira. Acervo Arquivo Público Mineiro |
A estação de Teophilo Ottoni. c. 1920. Foto do
livro (em preparação) de Carlos Cornejo e Eduardo
Gerodetti, Lembranças do Brasil - As Ferrovias nos
Cartões Postais e Álbuns de Lembranças |
A estação nos anos 1930. Foto do acervo de Hilda
Ottoni Porto Ramos, e cedida por Gutierrez L. Coelho |
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Atualização:
05.11.2022
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