A ESTAÇÃO: A fazenda Pinheiro
existia desde 1701. Trocou algumas vezes de dono por venda e herança
e em 1861 ali se instalou a Escola Rural D. Pedro I, a primeira escola
agrícola do Pará. Em 1869 foi registrada como povoado e loteada. Em
1895 foi elevada a vila com o nome de Pinheiro.
A ferrovia chegou ali como ramal, inaugurando a estação
em 1906: "Em Pinheiro, o Governador mandou assentar uma magnifica
ponte metálica (de ferro), em forma de T, com 133 m de comprimento,
sendo 100 m com a largura de 3 m e 33 m com a largura de 5 m, na qual
há um hangar (também de ferro) de 25 m por 14 m e guindastes
que carregam 14 toneladas, para o serviço de descarga de carvão
e materiais. O cais e o encontro de alvenaria onde fica a ponte mede
109 m de comprimento e 3 m de largo".
O ramal de Icoaraci (ou de Pinheiro) era especificamente de passageiros. O pessoal vinha trabalhar em Belém e voltava. Saia de lá às 6 horas, para chegar aqui na hora de começar o expediente, às oito. E saía daqui pra lá às cinco, cinco e meia. O trem dormia em Icoaraci. O agulheiro era auxiliar de estação. O nome técnico era “aparelho de mudança de via”. Havia vagão de passageiros de luxo, chamado “carro Dutra”, porque homenageava o Presidente Eurico Dutra. Saia de Belém limpo e no Entroncamento já estava avacalhado (http://memoriasdopara.com.br/a-estrada-de-ferro-de-braganca-o-que-restou-de-uma-grande-ideia/).
Em 1938, tornou-se distrito e em 1943 trocou o nome para
Icoaraci,
permanecendo a estação com o nome de Pinheiro
até ser desativada em 1964.
O local continua sendo um
distrito do município de Belém. A estação
ainda estava de pé em 2010. No prédio funciona o COARTI
- Cooperativa dos Artesãos de Icoaraci desde 1978 e ficava localizado
na rua Padre Júlio Maria, próximo à Praça da Matriz.
"A ex-estação ainda fica na Praça Paes de Carvalho, em frente à rua 8 de Outubro (atual rua Padre Júlio Maria), ao lado da Igreja de São João Batista. O Ramal do Pinheiro tinha 27 Km de extensão e seus trilhos vieram da Europa. O trem em direção a Belém percorria em velocidade de 60 Km/h o trajeto da atual rodovia Augusto Montenegro e então Av. Tito Franco, hoje Almirante Barroso, levando passageiros e mercadorias, e fazia quatro paradas, no Tenoné, Tapanã, Benguí, Una e Entroncamento. Eram quatro carros de passageiros de 1° classe; quatro de 2° classe; um carro para bagagem; seis gôndolas de aço para carvão; e seis vagonetes para condução de carvão na Ponte do Pinheiro. A primeira classe oferecia poltronas acolchoadas, enquanto que na segunda classe havia os bancos corridos de madeira. Naquela época só existiam sete ruas no distrito, todas as famílias se conheciam e, quando ouviam o apito do trem lá pela Agulha, os moradores corriam para o entorno da estação, onde eram comercializados picolé, rosca de broa e
artesanato" (Franssinete Florenzano, 17/11/2014).
Em 25 de junho de 1964 foi determinado o fechamento imediato dos trens de passageiros na ferrovia (RI-105 da RFFSA). Em 28 de dezembro do mesmo ano foi determinado o fechamento definitivo da estrada (DD-187 da RFFSA).
Depois de ficar em péssimo estado por anos, em 26 de dezembro de 2018 a estação foi entregue e entregue reformada, como um centro cultural. Em 2020 está muito bem, pelo menos poe fora.
ACIMA: A estação de Pinheiro reformada em 2019 (Fotos: Site do Marujo, em 30/5/2019.
(Fontes: Paulo C. Santos; Fransinette Florenzano; Site do Marujo; A Provincia do Pará) |