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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Cerâmica
Francisco Bernardino
Barbosa Lage
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Linha do Centro - 1931
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E. F. Central do Brasil (1906-1975)
RFFSA (1975-1996)
FRANCISCO BERNARDINO
(antiga CREOSOTAGEM)
Município de Juiz de Fora, MG
Linha do Centro - km 281,622 (1928)   MG-0431
    Inauguração: 03.07.1906
Uso atual: n/d   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Creosotagem foi inaugurada em 1906. Ali ficava a usina de creosotagem e de dormentes da ferrovia para a região. Existia outra no ramal de São Paulo, próxima a Barra do Piraí. Mais tarde o seu nome passou a homenagear um político mineiro, Francisco Bernardino. A usina, hoje desativada, está a ponto de ser desmontada pela RFFSA, conforme edital de setembro de 2004. Parte do Trem de Prata, que ligou São Paulo ao Rio de Janeiro entre 1994 e 1998, estão no pátio dessa estação: "Os vagões do trem de Prata fica atrás dos portões de ferro de uma estação da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), em Juiz de Fora (MG), um patrimônio esquecido que a ação do tempo e dos vândalos trata de consumir aos poucos. O nome, um pouco empoeirado, permanece o mesmo: abandonado, sem

ACIMA: O outro lado da estação Francisco Bernardino. Interessante ressaltar ao fundo o prédio do Moinhos Vera Cruz (Foto Jorge Alves Ferreira, 9/2009).
manutenção, ali está, há quase oito anos, o Trem de Prata. Símbolo de glamour, a composição prateada, que fazia o trajeto São Paulo-Rio, circulou entre dezembro de 1994 e novembro de 1998. Na ocasião, os passageiros haviam rareado, muito pela concorrência de companhias rodoviárias e aéreas. Uma passagem de avião SP-Rio custava cerca de R$ 80 à época, por uma viagem de apenas 50 minutos. De trem, o percurso levava oito horas por R$ 120, na cabine mais barata. Também contribuiu para abreviar a vida do Trem de Prata sucessivos atrasos, causados pela precariedade das linhas. O trem, da década de 1940, fabricado pela americana Budd, está sob a guarda da RFFSA, que, desde 1999, está em fase de liqüidação. A empresa informou apenas que nenhum trem será vendido. Enquanto nenhuma parceria é feita, o trem permanece encostado no pátio da estação de Francisco Bernardino da RFFSA. A aparência externa está conservada, graças à estrutura de aço inoxidável. Dentro, porém, o requinte e a limpeza deram lugar à sujeira, ao mofo e ao aspecto de abandono. O período sem uso fez do trem alvo de ladrões. Segundo relatos de quem o visitou, foram furtadas peças do sistema hidráulico, componentes dos freios, cadeiras de vime e parte dos colchões dos dormitórios. A RFFSA informou desconhecer os furtos. "É um trem muito bonito para ficar assim", afirma Wilson Geraldo Rodrigues, 62, o Wilson Mineiro, maquinista do Trem de Prata por um ano e meio. Passageiro da última viagem do trem, o aposentado Walter Dreguer, 62, conta que, ao deixar de rodar, as composições já haviam perdido o glamour de antes. Para Dreguer, paulistano da Penha, saber que o trem está abandonado causa tristeza
" (texto de fonte desconhecida). Próximo à estação fica o prédio dos Moinhos Vera Cruz. Na era RFFSA o moinho era atendido por esta estação, contando com um desvio que adentrava seu pátio. A locomotiva do Xangai deixava os carros em Benfica e vinha até Francisco Bernardino para realizar as manobras. Com a privatização, parece que não houve interesse em continuar com o transporte de trigo.
(Fontes: Jorge A. Ferreira; Manoel Marcos Monachesi; Albino Esteves: Álbum de Juiz de Fora, 1915; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928)
     

A estação em 1915. Foto do Álbum de Juiz de Fora de Albino Esteves, 1915. Reeditado pela FUNALFA em 1989. Foto cedida por Manoel Marcos Monachesi.

A estação, em 04/2002. Foto Jorge A. Ferreira

A estação, em 04/2002. Foto Jorge A. Ferreira

A fachada da estação, em 03/2003. Foto Jorge A. Ferreira
   
     
Atualização: 22.10.2011
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.