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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Conselheiro Lafaiette
Gagé
Joaquim Murtinho
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Linha do Centro - 1931
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E. F. Central do Brasil (1898-1975)
RFFSA (1975-1996)
GAGÉ
Município de Conselheiro Lafayette, MG
Linha do Centro - km 473,523 (1928)   MG-0410
Altitude: 889 m   Inauguração: 06.05.1898
Uso atual: demolida   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A parada de Gagé foi inaugurada em 1898 para servir à exportação de manganês ali extraído então pela Companhia Santa Matilde: "Foram mais abertas ao trafego as seguintes estações: (...) a 6 de maio (de 1898), a estação Gagé, entre Lafayette e Congonhas, ex-posto telegráfico do mesmo nome (...)" (Memória Histórica da EFCB, 1908, p. 488).

Para esta estação seguia uma ferrovia particular em bitola métrica. Havia mais dois ramais.

Segundo Kelso Medici: "Consta que Gagé ficava nas terras da usina, naquele tempo chamada Usina da Esperança, depois Usina Queirós Jr., hoje VDL-Valadares Siderurgia Ltda., em Itabirito-MG". Segundo Max Vasconcellos, em 1928 "à sua esquerda uma estrada de ferro liliputiana, em desenvolvidas curvas, coleia, como longa e fina serpente, pelo amplo morro (Morro da Mina) onde vai buscar o mineral precioso". Era o ramal do Morro do Cocoruto, em bitola de 60 cm. O leito dela ainda existe, inclusive com pontes e bueiros. A estrada que sai da BR 040 e se dirige a Gagé é, na verdade, o antigo leito daquela ferrovia. Uma ponte bem próxima da plataforma de Gagé indica isto.

Já o ramal do Morro da Mina saía de uma chave dez quilômetros antes da estação e se dirigia para o outro lado da linha principal. O ramal do Morro da Mina pode ser percorrido hoje de carro. As placas de sinalização ainda podem ser vistas ao longo da antiga linha.

A estação já foi demolida.

"Em 1999, a plataforma de Gagé estava coberta de mato e uma das placas balançava ao vento, como se um furação a houvesse destruído" (Pedro Paulo Rezende, 2008).

1924
AO LADO:
Acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 27/8/1924).


ACIMA: O ramal do Morro da Mina já chegando ao Morro da Mina em si, no ano de 1945 (Revista Brasileira de Geografia, jan-mar 1945).

ACIMA: "Este carimbo eu considero como raro. É o único que conheço. A agência da Estação de Gagé foi criada em 17/5/1900. Pertencia ao município de Queluz, atual Conselheiro Lafaiete. Permutava malas postais diariamente com a Administração Regional em Ouro Preto. A mala postal seguia pela EF Central do Brasil - Linha do Centro - até a Estação de Miguel Burnier, e em seguida, pelo Ramal de Ouro Preto até a cidade homônima. A mala postal para a Administração Federal seguia pela EFCB - linha do Centro - diretamente para o Rio de Janeiro. Não consegui descobrir a origem do nome Gagé. Aparentemente a estação adotou o nome da região onde se localiza, antiga área de mineração de ouro. Existe uma citação à Estação de Gagé no livro Chão de Ferro do Pedro Nava "... Veio logo a parada de Mariano Procópio... em seguida cresceu a demora e já era noite fechada quando ouvi anunciar - Gagé Gagé Gagé - e logo os freios da máquina funcionando, os guarda-freios ajudando com os de mão de cada vagão e, num sacolejar de ferragens, paramos no deserto. Só depois de procurar muito, divisei umas luzinhas ... no seu trem, frissionei de medo de morrer, de ter de descer em Gagé ou de morar em Gagé. Que diabo seria Gagé? Meu Deus ... Onde estaria? Onde estava eu? Em que Áfricas? Em que Javas? Mas logo o trem partiu e continuou atrasando e apitando até a chegada na madrugada umbrosa e perfumada de Belo Horizonte" (texto e reprodução Márcio Protzner, 02/2009).

ACIMA: Em 2017 a única coisa que sobrava era a plataforma da estação de Gagé (Foto Michael Silva em 04/2017).

(Fontes: Pedro Paulo Resende; Ke
lso Medici; Bo Lennard; Márcio Protzner; Coleção Digital de Itabirito; Memória Histórica da EFCB, 1908, p. 488; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; IBGE: Revista Brasileira de Geografia, 1945)
     

A estação de Gagé, sem data. Fonte: Coleção Digital de Itabirito, cessão Kelso Medici

A estação de Gagé, já abandonada, em 1989. Foto Bo Lennard, cessão Pedro Paulo Rezende

"Repare na mão francesa da cobertura da plataforma. Nunca vi outra igual na EFCB" (Pedro Paulo Rezende, 02/2009). Foto Bo Lennard, 1989

A estação de Gagé, já abandonada, em 1989. Foto Bo Lennard, cessão Pedro Paulo Rezende

Ao lado, a placa de Gagé; balançando
ao vento, agosto de 1999. Foto Pedro Paulo Rezende
 
     
Atualização: 14.09.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.