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Ramal Férreo
da Capital do Est. de Minas Gerais (1895-1900)
E. F. Central do Brasil (1900-1975)
RFFSA (1975-1996) |
GENERAL
CARNEIRO
Município de Sabará, MG |
Linha do Centro - km 590,505 (1928) |
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MG-0089 |
Altitude: 694 m |
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Inauguração: 01.02.1895 |
Uso atual: em pé; uso não determinado
(2019) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1962 |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: Em terrenos
cedido pela Companhia Industrial Sabarense, cedidos gratuitamente,
a estação de General Carneiro foi inaugurada
- com a colocação da pedra fundamental do futuro prédio,
e ainda com a estação sendo um estribo provisório
- em 1/2/1895, no local anteriormente conhecido como Arrudas,
na foz deste ribeirão no rio das Velhas, para ser a estação
de bifurcação do ramal para a estação
de Belo Horizonte - o ramal de Minas - com bitola métrica,
inaugurada também nesse ano.
E também nesse dia foi
inaugurada a linha telegráfica para a nova capital, via ramal, partindo
do estribo provisório para a casa provisória da estação
em BH, então chamada de Estação de
Minas.
O nome da estação, no projeto chamada de Entroncamento, foi uma homenagem ao General Carneiro,
na época aclamado herói no episódio do Cerco
da Lapa (no Paraná) na revolução Federalista
de 1892/4.
Vale lembrar que havia duas outras alternativas estudadas
para esse ramal: uma saindo da chamada Garganta de João
Alves, ao norte na linha do Centro, e outra de um ponto
entre as estações de Raposos e Sabará,
ao sul, descartadas em função dos estudos feitos).
A
estação, de forma triangular, era um primor em termos
arquitetônicos, rivalizando com os prédios que seriam
construídos em BH. Antes de tudo isso, no dia 1 de novembro
de 1894, fora lançada a pedra fundamental da primeira casa de
residência na futura estação, junto a um estribo
provisório (que já existia desde setembro), com festas
e a presença dos construtores do futuro prédio: Eduardo
Edwards, Alfredo Camarate e Francisco
Soucasaux.
Eles também estariam presentes três meses depois (ver
acima) na colocação da pedra fundamental da estação
em si.
O ramal - construído pela Companhia Construtora que
também construiu a cidade planejada de Belo Horizonte, arrasando
a velha Curral del Rey, de 1701 - foi inaugurado mais de um
ano antes da finalização do prédio da estação
(que se deu em 10/6/1897) e dois anos e meio também antes da
inauguração da capital (12/12/ 1897), para que se pudesse
transportar materiais e trabalhadores para a cidade em construção.
Os trens de materiais, na verdade, partiam de Lafaiete,
onde começava a bitola métrica da Linha do Centro,
e seguiam para BH.
Os de passageiros saíam de General
Carneiro mesmo e eram puxados por locomotivas pertencentes à
Cia. Construtora, chamadas de Belo Horizonte e de Ouro Preto.
De General Carneiro à Estação Minas, os trens eram operados pelo chamado Ramal Férreo da Capital
do Estado de Minas Gerais, vendido à União no final
de 1899 e incorporado à Central do Brasil em 1/1/1900 (Memória
Histórica da EFCB, 1908, p. 489-490).
Mais tarde,
com a conclusão da linha do Paraopeba, em 1917, saindo de Joaquim Murtinho, e chegando até a estação
de Belo Horizonte com bitola larga, mais ao sul, os trens vindos
do Rio de Janeiro passaram a entrar pela nova linha, e apenas
os trens de bitola métrica que seguiam para o norte do Estado
vindos de Belo Horizonte passaram a seguir pela estação
de General Carneiro.
Também foi estação
dos trens de subúrbio de Belo Horizonte até os
anos 1990. Esse prédio magnífico foi demolido em 1962, de acordo com o jornal O Estado de Minas de 4/9/1962 (crime!) e o que existe lá hoje é um prédio
mais moderno e feio construído pela Central já em tempos de
RFFSA.
A demolição foi feita pela Central do Brasil devido ao fato de a estação velha estar em péssimo estado de conservação, com plataformas em mau estado e, dentro do prédio, peças ameaçando cair. Em vez da reforma, demoliu-se um prédio maravilhoso: no caso, uma das estações ferroviárias mais bonitas do Brasil.
O novo prédio nem foi construído no lugar do antigo. o seu espaço, isto é, entre as três linhas ficou por muitos anos desocupado. Foi construída uma nova, mas, ao lado da linha BH a Sabará, com padrão desconhecido e com plataforma com altura de 01 (um) metro de altura. De BH a Sabará e BH a Monte Azul, ficaram definitivamente sem plataformas. A casa do agente ainda estava de pé em 2019, onde funcionava uma unidade do PMMG (Geraldo Ferreira do Carmo, 22/9/2019).
Os trens de subúrbio em 2019 não passavam mais por General Carneiro havia um bom tempo.
"(O novo prédio) Fica num trecho onde a FCA, a EFVM e a MRS têm de
conviver com bitola mista, trecho da linha do Centro da antiga Central,
leva à regiâo cimenteira ao norte de BH. Tem sido comum locomotivas
da FCA e/ou EFVM empurrarem pela cauda os trens da MRS, como auxilio
entre Gen. Carneiro e Horto Florestal, devido ao enorme desnível,
acima de 120 m em poucos quilômetros" (Gutierrez L. Coelho,
08/2004).
1894
AO LADO: Autorização para concorrencia para a construção das estações de Belo Horizonte e a de General Carneiro (O Estado de S. Paulo, 1/7/1894). |
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ACIMA: Mapa do ramal General Carneiro a Belo Horizonte em 1894 - CLIQUE SOBRE ELE PARA VÊ-LO EM TAMANHO MAIOR (Comissão Construtora da nova capital, 1894).
ACIMA:
o entroncamento em General Carneiro em 1895. O ramal sai para a esquerda,
ao norte do ribeirão dos Arrudas, A linha que faz a curva é
a linha do Centro na época (Extraído de Abílio Barreto, Belo Horizonte, Memória
Histórica e Descritiva - História Média, 2a edição
revista, 1996).
ACIMA: Num dos vértices da estação
de General Carneiro, em foto de 1896, uma das linhas chega logo depois
de uma ponte, em primeiro plano (Acervo Arquivo Público Mineiro)
ACIMA: A estação de General Carneiro,
em óleo sobre tela, por Robson Neves.
ACIMA: Na plataforma
de General Carneiro, em 1910, a junção das comitivas
do governo do Estado mineiro com a do Ministério da Viação
para irem a Pirapora (A Careta, 4/6/1910).
ACIMA: Trem misto parado na plataforma da estação
original, por volta de 1910 (PRESERVE).
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(Fontes: José Emílio Buzelin; Gutierrez
L. Coelho, 2004; Marco Giffoni; Jonathan Sobral; Daniel Gentili; Arquivo
Público Mineiro; A Careta, 1910; Abílio Barreto: Belo
Horizonte - Memória Histórica e Descritiva - História
Média, 2a edição revista, 1996; Max Vasconcellos:
Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; RFFSA: Conheça
a sua ferrovia - Treinamento, DECOM-BH, março de 1985; Guia
Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação original, em 1908. Foto cedida por Marco
Giffoni |
A estação original, sem data. Acervo RFFSA |
A estação em 1960. Autor desconhecido |
A estação em 1960. Autor desconhecido |
A estação nova, em 13/11/2006. Foto Jonathan Sobral
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A estação nova, em 13/11/2006. Foto Jonathan Sobral
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Atualização:
05.02.2022
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