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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Juiz de Fora
Mariano Procópio
Cerâmica
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Linha do Centro - 1931
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E. F. Dom Pedro II (1876-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996)
MARIANO PROCÓPIO
(antiga RIO NOVO)

Município de Juiz de Fora, MG
Linha do Centro - km 277,562 (1928)   MG-0446
Altitude: 678 m   Inauguração: 20.11.1876
Uso atual: centro cultural (2017)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Rio Novo foi inaugurada em 1876.

O nome atual (já tinha este nome em 1894) foi dado em homenagem ao Comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, diretor da E. F. Dom Pedro II nos anos 1870 e construtor da estrada União e Indústria, que ligava Petrópolis a Juiz de Fora, em 1861.

A estação de Mariano Procópio está hoje na zona urbana da cidade de Juiz de Fora, mas antigamente ficava em terras cedidas pela quinta (fazenda) do Comendador.

Nos anos 1920, quando a quinta já estava em ruínas, a propriedade em que ela ficava já pertencia ao Exército.

A estação funcionou até o final do trem Xangai, em 1996, que ligava Matias Barbosa a Benfica, último remanescente dos trens de passageiros que faziam as viagens por toda a Linha do Centro nos áureos tempos.

Em janeiro de 2004, os pilares metálicos da cobertura da antiga plataforma da estação de passageiros caíram junto com a cobertura, provavelmente por velhice, falta de manutenção e vibração causada pelos trens que passam por ali. Logo depois a cobertura e os pilares foram arrancados a maçarico.

No dia 14 de maio de 2009, o prédio da estação e mais três prédios no pátio junto a ela foram cedidos pela União à Prefeitura de Juiz de Fora, que promete recuperá-los.

"Há um intenso movimento em torno desta estação, referindo-me à reforma que, segundo as placas alusivas, deve ocorrer em breve. Há muito o que fazer, se quiserem de fato executar um bom projeto. Embora de pé o prédio principal sofre os efeitos do abandono e das invasões. Restaurá-lo, convenientemente, respeitando as características originais, vai custar muita grana e eu espero de coração que os mentores, (Prefeitura de JF) não economizem com tolices, alegando que a verba é insuficiente (sem contarmos os desvios de dinheiro, sempre presentes em obras públicas). O mesmo acontece com o armazém, há muito ocupado por pombos que o emporcalham. Para derrubar mesmo e limpar literalmente o espaço eu espero que os mentores sumam com o horrendo prédio erguido nos tempos da RFFSA, que desrespeita a arquitetura original e nada acrescenta ao conjunto. Faço votos, também, para que a MRS, com o tráfego constante de trens pesados, seja convidada a utilizar a linha de fora e não a que tangencia a plataforma da estação. É obra pequena, não creio que a desculpa do custo seja aceitável. Outro detalhe que, a meu ver, deve receber atenção especial, é a recuperação da cobertura, derrubada num acidente no final de 2003. Até hoje os destroços estão empilhados, sem que a MRS tenha se preocupado em recuperar o que destruiu.

A caixa d'água, original da EFCB, creio que deva tambem receber um "trato", o mesmo acontecendo
com a casa que está ocupada. A RDC-1 eu acredito que vão colocá-la em condições operacionais, embora isto signifique gastar mais uma boa grana. Ela está sem motores e tanque, muitos vidros quebrados, peças de acabamento e decoração já sumiram e, internamente, não sei como possa estar. Enfim, se quem liderar a restauração tiver "alma ferroviária" e grana suficiente pode-se esperar um belo trabalho, com total valorização da área e, inclusive, com grandes chances de sediar o Museu Ferroviário de JF que atualmente divide espaço com a Advocacia Geral da União no antigo prédio da Estação da Leopoldina. Por último: a área antes ocupada pela Central e, posteriormente, pela RFFSA, é suficientemente extensa para conter, inclusive, um triângulo de reversão (está lá, basta conectá-lo de novo à linha). A RFFSA construiu vários prédios ao fundo, posteriormente abandonados e hoje bastante depredados (furto de material de construção). Só espero que o pessoal ligado aos investimentos imobiliários não esteja agindo nos bastidores, visando usurpar parte desta área para encher as vizinhanças da estação com prédios e "humanos predadores" (Gutierrez L. Coelho, 25/12/2009).

A estação foi finalmente restaurada em 2011. Todo o conjunto foi restaurado pela prefeitura que, em 2017, abrigava o Centro Cultural Dnar Rocha.

"Pena que a restauração foi feita pelas metades e não deu a menor atenção à cobertura mostrada na foto, única na Central em toda a Linha do Centro. A cobertura foi destruída por um trem da MRS em 2004 e a empresa não teve o menor pudor em ignorar o fato e sequer se apresentou para reparar o dano durante a fase de restauração do prédio" (Gutierrez Llamas Coelho, 3/7/2017).

1878
AO LADO: Precisava mesmo da estação? (Gazeta de Noticias, 20/03/1878).

1890
AO LADO: Acidente com morte próximo à estação (O Estado de S. Paulo, 23/5/1890).

1894
AO LADO: Morte no manobreiro na estação estação (O Estado de S. Paulo, 29/09/1894).

1895
AO LADO: Acidente próximo à estação (O Estado de S. Paulo, 8/11/1895).

1931
AO LADO: Acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 13/12/1931).

1939
AO LADO: Acidente na estação ou próximo a ela (O Estado de S. Paulo, 26/4/1939).

ACIMA: A estação de Mariano Procópio tinha bitola mista em 1915, esperando a partida do ramal para Bom Jardim de Minas, da Viação Sapucaí (depois RMV). Mais tarde construíram o ramal partindo mais ao norte, de Benfica, em bitola larga, e o ramal alcançou apenas Lima Duarte. Notar os bondes à direita (Foto do Album de Juiz de Fora, Albino Esteves, 1915). ABAIXO: O mesmo local em 25/12/2009, que se transformou em passagem de nível da avenida dos Andradas. O morro atrás se encheu de prédios e casas. Os bondes desapareceram (Foto Gutierrez L. Coelho).


ACIMA: Na foto, Waldir Monachesi ao lado do Prefeito Olavo Costa e de Guilherme de Souza Campos, em 1953, por ocasião da inauguração dos equipamentos de proteção na passagem de nível de Mariano Procópio (Foto www.amujf.blogspot.com). ABAIXO: A mesma passagem de nível em abril de 2009 (Foto Jorge A. Ferreira).


ACIMA: Estação de Mariano Procópio restaurada, em foto de janeiro de 2012. Notar a litorina BUDD posando nos trilhos não operantes do pátio (Foto Jorge Alves Ferreira).

(Fontes: Jorge A. Ferreira; Manuel Monachesi; Eurico Pedroso Filho; Maria Cristina de Gusmão Lobo Pedroso; Gutierrez L. Coelho; Jornal Panorama (Juiz de Fora), 15/5/2009; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928; Albino Esteves: Album de Juiz de Fora, 1915)
     

A estação em 1928. Foto Max Vasconcellos

A estação em 1935. Foto Eurico Pedroso Filho - acervo Maria Cristina de Gusmão Lobo Pedroso.

A estação, sem data. Foto de postal, cedida por Manuel Monachesi e Jorge A. Ferreira

Plataforma da estação em 1996, com o trem Xangai, hoje desativado. Foto Jorge Alves Ferreira

A estação em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

Depois da queda da cobertura em janeiro de 2004, o guindaste a retira da plataforma. Foto (01/2004) de Jorge A. Ferreira

A estação, como ficou após a retirada da cobertura da plataforma. Foto (02/2004) Jorge A. Ferreira

A estação, lado da plataforma, depois que a cobertura foi retirada. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação em 25/12/2009. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação restaurada, em janeiro de 2012. Foto Jorge A. Ferreira

A estação em maio de 2018. Foto Ludmila Albuquerque
 
     
Atualização: 19.12.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.