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E. F. Leopoldina
(1883-1975)
RFFSA (1975-1996) |
CISNEIROS
Município de Palma, MG |
Linha de Manhuaçu - km 327,279
(1960) |
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MG-1739 |
Altitude: 128 m |
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Inauguração: 25.04.1883 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha que ligava a estação de Recreio a Santa Luzia (Carangola) teve
a sua concessão e construção a cargo da Companhia Alto Muriaé, estabelecida
em 1880. Em 2/5/1883, a empresa foi incorporada pela E. F. Leopoldina.
Uma alteração de traçado da linha original para Muriaé levou a Leopoldina
a passar por uma pequena extensão dentro de território fluminense,
onde estava Santo Antonio (Porciúncula), retornando para Minas, seguindo
para Carangola, onde chegou em 1887. De 1911 a 1915, a Leopoldina
prosseguiu a linha até Manhuaçu, seu ponto final. O trecho Manhuaçu-Carangola
foi fechado em 23/07/1975. Porciúncula-Carangola foi fechado em 1977,
e em 1979, fechou-se a linha entre Cisneiros e Porciúncula. O pequeno
trecho Recreio-Cisneiros nunca foi oficialmente suprimido. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Cisneiros foi inaugurada em 1883 (25 de abril ou 11 de maio?
São duas as fontes!) pela E. F. Leopoldina, durante
a época em que esta estava concluindo a compra da E. F. Alto
Muriaé.
Aliás, ela, na sua abertura, se chamava Tapirussu: "Como
o distrito de Tapirussu ficava da outra margem do rio e era mais evoluído,
mas a apenas dois quilômetros, a Estrada de Ferro Leopoldina colocou
o nome desta estação de Tapirussu e ficou sendo registrado desta maneira
por alguns anos até a elevação a distrito com o nome de Aliança e
depois com a mudança para Cisneiros" (Joaquim Machado,
2006).
Com a abertura da estação no ramal de Paraoquena,
no distrito de Tapirussu, esta nova recebeu o nome e mudou-se
o da estação, que passou a ser Cisneiros.
"O local era ponto de passagem dos tropeiros que vinham de
Visconde do Rio Branco com destino a Campos, RJ. Pelos documentos
analisados, principalmente escrituras públicas, o primeiro nome foi
Arraial Novo. Depois, com a proximidade de fazenda Aliança, do Dr.
Bernardo Cysneiro da Costa Reis, passou a ser conhecido como Aliança
e, anos depois, numa homenagem a este cidadão pernambucano que muito
lutou para o progresso desta região, a Câmara Municipal de Palma,
mudou o nome para Cysneiro, que com o tempo passou a ser Cisneiros.
A localização de Cisneiros era bastante estratégica, tanto que nele
foi construído o armazém regulador de café. E por muito tempo a economia
foi baseado neste produto. Com o estouro da bolsa em Nova Iorque em
1929 as coisas mudaram. E com o tempo a base da economia do distrito
passou a ser a pecuária e que continua até hoje" (Joaquim
Machado, 2006).
Em Cisneiros havia um armazém regulador de café,
cujo edifício ainda existia em 2017.
Em 22/01/1979, foi suprimido pela
RFFSA o trecho entre Porciúncula e Cisneiros,
porém, como desta estação saía o ramal
de Paraoquena, este, incorporado ao trecho Paraoquena-Campos,
continuou a operar para cargueiros, o que ocorria ainda em 2003.
Os trens de passageiros operaram até lulho de 1984, fazendo
o trecho Recreio-Cisneiros-Paraoquena-Campos, mas aparentemente
já havendo baldeação em Pádua,
na linha de Campos-Miracema; ou seja, eles passavam pela estação,
mas seguiam para o ramal somente, no sentido de Campos, RJ.
Com a eliminação do trecho Cisneiros-Manhuaçu
(linha do Manhuaçu) e mais è frente do trecho
Paraoquena-Miracema, nos anos 1970, a linha, que cruzava o
rio Pomba duas vezes para chegar e sair da estação de
Cisneiros, passou a ter nesta entrada e saída uma atrapalhação.
"O trem ia até a estação de Cisneiros, embarcava os passageiros
e cargas e depois dava ré; existia um funcionário, o guarda-chaves,
que virava uma enorme chave e direcionava para Pádua, e o trem seguia.
O engraçado é que às vezes o guarda-chaves se atrasava o maquinista
tinha que descer e ele mesmo virar" (Joaquim Machado,
06/2007).
Se verificarmos os mapas, notaremos que a linha passou a ser Recreio-Cisneiros-Paraoquena-Campos,
sem os ramais e trechos eliminados. Cisneiros deixou de ser
um entroncamento. Vai daí, retificou-se o trecho entre as estações
de Angaturama e de Paraoquena e a estação
de Cisneiros, ao norte do rio Pomba, foi desativada e demolida.
Construiu-se (quando?), na pequena variante que ligava o antigo trecho
inicial da linha de Manhuaçu e o trecho maior da linha
Paraoquena-Campos (antiga Campos-Miracema),
um pequeno posto (provavelmente chamado de Cisneiros-nova:
tenho a confirmação do posto, mas não sei seu
nome) e hoje, lá em Cisneiros, resta apenas a esplanada
da velha estação, sem trilhos e sem prédios.
Já da "nova", em 2019 estava abandonada, em ruínas e coberta de mato,
sem janelas e portas, já roubadas. Feiosa, típica estação
dos últimos tempos de RFFSA, construída sem nenhuma
atenção a qualquer estética. Ricardo Mattos afirma que nem
era a estação, mas sim a residência da via permanente.
Acumulava as duas funções, pois o barraco tem plataforma.
ACIMA:
Estação de Cisneiros em 1908 (O Malho, 26/12/1908).
ACIMA: Mapa parcial do município de Palma nos anos 1950. Ainda
incorporava Morro Alto (hoje Barão do Monte Alto). Ao sul,
logo ao sul de Cisneiros, a linha segue a oeste para Recreio e a lests
para Paraoquena - este é o ramal de Paraoquena (IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, vol. VII, 1958).
ACIMA: A estação de Cisneiros original, ainda
em pé e com trilhos em 1982 (Autor desconhecido).
ACIMA:
Saída original de Cisneiros para a linha do Manhuaçu.
A ponte está ao fundo. Os trilhos foram retirados. A linha
existente que segue para a direita é a variante construída
mais tarde e por onde hoje seguem os poucos trens para Campos (Foto Ricardo Quintero de Mattos, em abril de 2008).
ACIMA: A ponte metálica sobre o rio Pomba, vista de perto, sentido
Manhuaçu (Foto Ricardo Quintero de Mattos, em abril de 2008).
ACIMA: O antigo armazem regulador de Cisneiros em 2017: obviamente, não
regula mais nada (Autor desconhecido).
(Fontes: Amarildo Mayrink; Joaquim Machado; Coaraci
Camargo; Ricardo Quintero de Mattos; Alexandre Sergio Ferreira Neves;
O Malho, 1908; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina
Railway, 1938; Cyro Pessoa Jr.: Estudo Descritivo das Estradas de
Ferro do Brasil, 1886; Revista Ferroviária, 2000; Guia Geral
das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-79) |
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Estação original de Cisneiros, no centro da foto,
em 1952. Autor desconhecido |
O antigo armazém regulador, hoje abandonado. Foto Joaquim
Machado em 2006 |
A ponte sobre o rio Pomba, Foto Joaquim Machado em 2006 |
Estação de Cisneiros-nova, depredada, em 2007.
Foto Joaquim Machado |
Estação de Cisneiros-nova, depredada, em 2007.
Foto Joaquim Machado |
Estação de Cisneiros-nova, depredada, em 2007.
Foto Joaquim Machado |
Plataforma (com outra construção em cima) da estação
original de Cisneiros, em 2008. Foto Ricardo Quinteiro de Mattos |
E em 2019 o barraco (Cisneiros-nova) ainda sobrevive. Foto Amarildo Mayrink |
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Atualização:
23.03.2019
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