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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Neves
Sete Pontes
Rocha
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Maricá (1942-43)
E. F. Central do Brasil (1942-1960)
E. F. Leopoldina (1960-66)
SETE PONTES
Município de São Gonçalo, RJ
Linha do Litoral - km 3,773 (1960)   RJ-4400
Altitude: 17 m   Inauguração: 30.12.1942
Uso atual: moradia (2010)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1942
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Maricá teve o seu primeiro trecho aberto em 1888, ligando as estações de Alcântara e Rio do Ouro. Em 1889 chegou a Itapeba e somente em 1894 a Maricá. Em 1901, chegava a Manuel Ribeiro. Nilo Peçanha, como Presidente da Província do Rio e também da República, conseguiu a união da linha com a Leopoldina na estação de Neves, construída para esse entroncamento, e do outro lado prolongou a linha até Iguaba Grande. Em 1912, entretanto, o capital dos empresários da região acabou e a linha foi vendida à empresa francesa Com. Generale aux Chemins de Fer. Em 1933, o Governo Federal encampou a ferrovia e a prolongou, em 1936, até Cabo Frio, onde se embarcava sal das salinas das praias. Em 1943, a E. F. Marica foi passada para a Central do Brasil. Em fins dos anos 1950, passou para a Leopoldina. Os trens passaram a sair da estação de General Dutra, em Niterói, entrando no ramal em Neves. Em janeiro de 1962, parou o trecho Maricá-Cabo Frio. Em 1964, parou o trecho Virajaba-Maricá. Em 1965, somente seguiam trens de subúrbio ligando Niterói a Virajaba, com o resto do ramal já desativado. A ferrovia foi finalmente erradicada em 31/01/1966.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Sete Pontes tem como data de inauguração o ano de 1942 (segundo o Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil de 1960). Porém, os guias de horários mais antigos (Guias Levi) já mostravam este nome desde os primórdios da E. F. Maricá até por volta de 1936. A partir daí, a estação volta a aparecer somente novamente de 1945 para a frente. Houve um intervalo, para o qual não encontrei explicação.

Era ali que se encontravam as oficinas da ferrovia.

Já com o nome de Sete Pontes, deu o nome a um dos distritos do município de São Gonçalo. Porém, os guias Levi já a tinham como estação de passageiros entre os anos de 1930 e de 1936, desaparecendo então das tabelas de horários e retomando às atividades a partir de 1945 como estação até o final da ferrovia em 1964.

Segundo contou Marcos Marcelino de Barros em 2011, a respeito da localidade gonçalense de Sete Pontes, a professora Maria Nelma Carvalho Braga, em seu livro O Município de São Gonçalo e Sua História escreveu que "o seu nome originou-se do fato de, durante a Guerra do Paraguai, o engenheiro francês responsável pela construção de uma ponte neste local, usava sempre o termo 'Cette Pont' querendo dizer 'esta ponte', ficando a expressão perpetuada, dando nome ao distrito "Cette Pont" como "Sete Pontes". Sempre é importante relembrar que a Guerra do Paraguai durou de 1865 a 1870 é bem mais antiga que o fato citado.

"Sobre a estação de Sete Pontes, parece que ela ficava ao lado das oficinas da E. F. Maricá. Mesmo após a erradicação da linha, a oficina sobreviveu até o início dos anos 1990, quando teve seus trilhos arrancados. Não demorou muito para que o complexo fosse ocupado por diversas famílias. Hoje existe no local uma escola que, pelo estilo da sua varanda lateral, acredito que tenha sido a estação (apenas uma hipótese). Há poucos meses atrás estive conversando com alguns moradores e alguns deles afirmaram que a referida escola pertenceu à ferrovia. Eles só não sabem dizer o que ela teria sido" (Cleiton Pieruccini. 29/10/2009).

"Estive em Sete Pontes há algumas semanas. O prédio das oficinas hoje serve como moradia a inúmeras famílias. Além deste prédio, segundo o Sr José Rosa, ferroviário aposentado que trabalhou ali, no local existiam um galpão, um girador de locomotivas, uma escola de aprendizes, a residência do engenheiro-chefe e a estação, inaugurada na década de 1940. O que pude constatar é que além do prédio das oficinas a estação também está de pé, mas é impossível tirar fotos pois jaz em meio a inúmeras casas e encontra-se extremamente descaracterizada" (Cleiton Pierucini, 20/4/2010).

ACIMA: Guia Levi, p. 112 em 1917 (sem mês): estação de São Gonçalo no km 4 mostra que a estação de Sete Pontes deveria ser a que aparece com esse nome na época, por estar na mesma quilometragem. Se esta suposição é real, A São Gonçalo de 1917 seria a de São Gonçalo.

ACIMA: Guia Levi, p. 68 em janeiro de 1930: No km 4, a estação de Sete Pontes. Seria, na época, a que substituiu a de São Gonçalo no guia de 1917 (desde quando?).
ACIMA: Guia Levi, p. 64 em outubro de 1938: A estação de Sete Pontes já não aparece mais na E. F. Maricá.

ACIMA: O prédio das oficinas de Sete Pontes transformou-se num enorme cortiço, totalmente descaracterizado em relação às suas operações originais. Uma pena que uma área de intensa atividade e geradora de riquezas tenha se transformado em uma porcaria como essa: um dos inúmeros retratos da decadência de nossas ferrovias e da miséria da região (Foto Cleiton Pierucini, fevereiro de 2010).

(Fontes: Cleiton Pieruccini; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     
     
Atualização: 07.03.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.