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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Niterói
Maruí
Barreto
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Mapa de localização das três
estações de Niterói, nos anos 1930 Niterói-Gal. Dutra, Niterói-Maruí
e Barreto. (cedido e preparado por Carlos Eduardo Soares da Cruz)
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2006
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Cia. Ferro-Carril Niteroiense (1871-1887)
E. F. Leopoldina (1887 -1975)
RFFSA (1975-1996)
Flumitrens/Central (1996-2007)
MARUÍ (SANTANA DO MARUÍ)
Município de Niterói, RJ
Linha do Litoral - km 105,947 (1960)   RJ-1908
Altitude: -   Inauguração: 1871
Uso atual: abandonada (2018)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1910
 
 
HISTORICO DA LINHA: O que mais tarde foi chamada "linha do litoral" foi construída por diversas companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho, Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E. F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia consttuído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E. F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do rio. A linha funciona até hoje para cargueiros e é operada pela FCA desde 1996. No início dos anos 1980 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói e Rio de Janeiro a Vitória. Em 2007 desapareceram os trens que ainda ligavam Niterói a Visconde de Itaboraí.
 
A ESTAÇÃO: Segundo Marcelo Almirante, a inauguração da estação de Santana do Maruí, próxima à orla da baía de Guanabara, no bairro do Barreto, ocorreu em 1871. Foi inaugurada pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense.

Em 1887, a Leopoldina comprou a empresa e absorveu a linha.

Até 1926, quando ocorreu a ligação entre a estação de Barão de Mauá e a linha que ligava Niterói a Campos, a estação era o ponto de partida para os trens que dali saíam no sentido de Campos e de Vitória. Para se chegar a ela vindo do Rio de Janeiro, tomavam-se as barcas para Niterói. Depois, continuou também servindo para isso, mas o movimento diminuiu. Com a construção da estação de General Dutra, diminuiu mais ainda.

A estação funcionou como tal até 1930, quando foi substituída pela estação nova de Niterói, chamada por algum tempo, nos anos 1940, de General Dutra, e da qual distava cerca de um quilômetro e meio. Porém, muita gente ainda tomava a barca, mesmo nos anos 1950-60, para diminuir o tempo para se ir, mesmo de trem, de Barão de Mauá até a linha do Litoral, onde as duas linhas se encontravam na estação de Visconde de Itaboraí. Afinal, o trem contornava, vindo do Rio, dois terços da Baía de Guanabara.

A linha foi estendida de Maruí contornando a enseada até chegar à estação nova. Teria Maruí continuado a atender os trens que partiam da General Dutra entre 1930 e 1970? Isto não está claro. Aparentemente a velha estação ficou servindo de sede administrativa para a linha, pois existiam vários escritórios na mesma.

Marcelo Almirante afirma que em 1973, "devido às obras de construção da ponte Rio-Niterói, é erradicada a linha de 1,5 km de extensão entre as estações de Santana do Maruy e General Dutra, restando apenas o prédio da antiga estação General Dutra, que passa para a administração da Cia. Docas do Rio de Janeiro".

Com a desativação da General Dutra, a estação de Maruí voltou a atender os trens, agora os de subúrbio da linha que hoje é operada pela Central, sucessora da Flumitrens (não confundir com a finada Central do Brasil!).

O nome dessa estação é hoje difícil de se saber: ela não tem nenhum nome na sua fachada ou em qualquer ponto de sua plataforma escura. Ela foi chamada de Maruí, mas hoje é chamada de Niterói, de Barreto, de Santana... estes últimos bairros próximos que se confundem na região.

Conforme uma reportagem de agosto de 1999, a estação de Niterói estava "em ruínas, sem bancos, sem sinalização, sem bilheterias e sem comércio".

Até 2007 a estação seguiu abandonada e depredada, mas mesmo assim ali, na sua gare escura, ainda se podia pegar trens de subúrbios sem horário definido, conforme mostrava a reportagem de O Dia, de 19/02/2003: "Os 33 quilômetros do ramal ferroviário Niterói-Visconde de Itaboraí, administrados pela Central e que não interessaram a concessionárias, permanecem no abandono. Parte desses antigos trilhos - da estação, que é tombada, a Guaxindiba - será transformada na moderna Linha 3 do metrô. Mas o que se vê hoje é a total falta de investimentos. 'Temos por dia uma verba de apenas R$ 4 mil para manutenção dos ramais', disse o diretor de produção da Central, Roberto Santos. Apenas um trem, da década de 1950, circula a 20 quilômetros por hora, e muitas vezes é impedido de seguir por causa de defeitos e de carros que estacionam nos trilhos. Além disso, lixo, mato e esgoto cortam a linha férrea. Na estação da Madama, a estrada de ferro é totalmente encoberta pelo capim. O ramal serve a 180 pessoas por dia, que pagam passagem de R$ 0,60. É o caso do porteiro Marcelo Eugênio, 34 anos, que leva duas horas de Itaboraí para Niterói".

Este trem deixou de operar no início do ano de 2007, mesmo com a estação de Maruí, que era popularmente chamada somente de Leopoldina, estando já em ruínas havia muitos anos.

"Sou nascido e criado na região, tendo viajado muitas vezes nos seus trens. "Realmente a estação sempre teria sido chamada popularmente Em 2021, decadente, toda sua área de manobra e manutenção havia sofrido um processo de favelização, mantendo a comunidade o mesmo nome da estação" (Relato de Angelo Fernando Pereira, de Niteroi, em 22/4/2021).

Angelo

1885
AO LADO:
Morte em Santana do Maruí (A Provincia de S. Paulo, 18/12/1885)

Por uma notícia publicada no jornal, conclui-se que a estação de Maruí ganhou um novo prédio em 1910, quando da abertura da linha da Leopoldina entre Niterói e Vitória: "previsto para o dia 30 (de junho de 1910) a abertura ao serviço público da nova estação da Leopoldina Railway em Nichteroy".

1910
AO LADO:
(O Estado de S. Paulo, 21/6/1910)
ACIMA: A estação e pátio de Maruí em mapa de 1914, à esquerda no mapa, onde está escrito "porto da E. F. L. R." (CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER O MAPA ABRANGENDO UMA ÁREA MAIOR).

 

TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros pararam nesta estação de 1871 a 2007. Veja aqui horários em 19-- (Guias Levi).

ACIMA: Manobras da Leopoldina em Maruí, provavelmente anos 1930 (Autor desconhecido).

ACIMA: Ruínas das oficinas de Maruí, em 9/2009 (Foto Cleiton Pieruccini).

ACIMA: Ruínas das oficinas de Maruí, em 2015 (Foto Trilhos do Rio).

(Fontes: Cleiton Pieruccini; Carlos Eduardo Soares da Cruz; Marco A. Dantas; Marcelo Almirante; O Estado de S. Paulo, 1910; O Dia, 2003; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

O trem para Visconde de Itaboraí saindo da gare em 2002. Foto Marco A. Dantas

O trem da Flumitrens/Central na gare em 2002. Foto Marco A. Dantas

Espaço onde foram a bilheteria e a terceira sala de espera para o trem de longo percurso; aspecto em 2002. Foto Marco A. Dantas

Espaço onde foram a terceira sala de espera para o trem de longo percurso, e portas para os banheiros; aspecto em 2002. Foto Marco A. Dantas

Espaço onde foi a porta da diretoria, à direita, e a saída para a gare, ao fundo; aspecto em 2002. Foto Marco A. Dantas

Sala da chefia e segunda sala de espera; aspecto em 2002. Foto Marco A. Dantas

Escada da diretoria; aspecto em 2002. Foto Marco A. Dantas

Fachada da estação em 2002. Foto Marco A. Dantas

Fachada da estação em 2015. Foto Trilhos do Rio em 2015
     
Atualização: 23.04.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.