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No ramal de Agudos original (1899-1941):
Campos Salles
Iguatemi
Ayrosa Galvão-velha
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No ramal de Campos Salles (1941-1966):
Campos Salles
Iguatemi
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ram. Campos Salles-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2011
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1903-1966) |
IGUATEMI
Município de Barra Bonita, SP |
Ramal de Agudos original - km 42,025 Ramal
de Campos Salles - km 41,371 |
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SP-2023 |
Altitude: 496,152 m |
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Inauguração: 25.03.1903 |
Uso atual: abandonada (2015) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1903 |
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HISTORICO DA LINHA: O ramal de
Agudos começou a ser construído pela Cia. Rio-Clarense em 1887, saindo
de Dois Córregos, no ramal de Jaú, e atingindo a estação de Mineiros.
Somente em 1899 foi prolongado, chegando nesse ano a Campos Salles,
em 1903 a Agudos e em 1905 a Piratininga. A partir de 1924, novos
prolongamentos foram feitos, chegando a linha a Marília em 1928 e
a Tupã em 1941. Nesse ano, uma grande parte da linha do ramal foi
anexada, com o ramal de Jaú e o de Bauru, ao tronco oeste da Paulista,
com bitola larga e parte eletrificada. Com isso, o que sobrou do ramal
foi dividido em dois: o trecho Dois Córregos-Iguatemi passou a ser
o ramal de Campos Salles e o Pederneiras-Piratininga, o ramal de Agudos.
Em 1966, os dois trechos foram desativados e os trilhos, ainda de
bitola métrica, retirados. |
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A ESTAÇÃO: A estação de
Iguatemi, quarta do ramal original de Agudos e quinta
do de Campos Salles, foi inaugurada em 1903, quando se prolongou
o ramal. Foi construída, segundo os relatórios da Paulista da época,
no vale do ribeirão das Araras, que, ao que parece, era o atual
córrego Iguatemi - nome da estação desde sua inauguração.
Com as modificações na linha, de 1941, ela passou a ser a estação
terminal do novo ramal de Campos Salles, pois o trecho entre
ela e Ayrosa Galvão foi suprimido. Funcionou até 01/09/1966,
quando foi desativada, juntamente com o ramal. "Meu pai foi
ferroviário durante toda sua vida, vindo a se aposentar no ano de
1979. Nasci na pequena Iguatemi em maio de 1961, meu pai
era "portador" e mudei quando a estação foi fechada em setembro de
1966. Viajamos de mudança no último trem pela manhã, eu tinha apenas
cinco anos de idade, mas me lembro bem da viagem. Foi o último trem
de passageiros, a última viagem da maria fumaça que seguiu apitando
até a próxima estação, Campos Salles, sob os acenos de todas os populares
pela sua despedida. Lembro-me das pessoas chorando dentro e fora do
trem" (Luiz Roberto Ramos, 10/2008).
Até algum tempo atrás, a estação funcionava
como escola para as crianças das fazendas da região. Os moradores
do local, um pequeno vilarejo de casas muito antigas no meio
de um canavial, disseram que as trinta crianças que lá estudavam eram
muito poucas diante do número bem maior que já tiveram, pois "estão
todas indo embora dali"; a escola só estava funcionando pelas
manhãs. Já em 2008, a antiga estação estava abandonada;
em 2011, estive lá e vi: embora fechada e largada, a proprietária
- segundo ali me informaram - não pretende botá-la abaixo.
A colônia (ver fotografia abaixo), no entanto, foi-se: todas
as casinhas - exceto uma, que hoje é um bar - foram demolidas
pelo proprietário das terras, "para plantar cana":
sorte que a igreja e a estação têm outros donos,
pois elas sobraram ali. Em agosto de 2015, segundo informações
de Paulo Guerra, a situação era a mesma.
ACIMA:
Na estação de Iguatemi, os últimos dias, os últimos
trens. Anos 1960 (Fotografia atribuída a Angelo Francisco Pereira.
Acervo Luiz Roberto Ramos). ABAIXO: Idem, idem... (Fotografia atribuída
a Angelo Francisco Pereira. Acervo Luiz Roberto Ramos).
Em 9 de novembro de 2005, eu, Ralph Giesbrecht,
autor deste site, estive no Shopping Center Iguatemi, em São
Paulo. A decoração de Natal já existia,
e ao ver a "Estação Iguatemi", tive
a idéia de escrever uma carta, sem maiores pretensões,
ao jornal O Estado de São Paulo, cuja íntegra
foi a seguinte: "Estive hoje no Shopping Center Iguatemi,
onde vi a decoração de Natal, mostrando o trem e a "Estação
Iguatemi". Interessante, tudo muito bem feitinho, as crianças
e adultos adorarão. Tudo tipicamente americano, anõezinhos,
elfos, Papais Noéis, trilhos, bilheteria... mas, enfim, o
que não está americanizado neste Brasil de Deus? Enquanto
isso, poucos sabem, mas a estação ferroviária de Iguatemi
existe, sim. Esquecida por todos, menos, talvez, pelas crianças
da zona rural do município de Barra Bonita, que estudam na
antiga estação, que, depois de desativada há 39 anos, serve
de escola, ao lado de casas da colônia da fazenda que ali
existia. Tudo ali é precário, a começar pelo acesso de terra
de cerca de 6 quilômetros desde o asfalto da rodovia que liga
Jaú a Barra Bonita. O prédio, inaugurado há exatos 102 anos,
até que está conservadinho, mas já a região em volta, antes
dominada pelo café, hoje o é pela cana de açúcar. A região
está mais pobre e os trilhos, arrancados, e o trem a vapor
do antigo ramal de Agudos da Companhia Paulista, esses não
voltarão nunca mais. Até que a estaçãozinha teve mais sorte
que muitas congêneres, abandonadas à própria sorte ou demolidas.
Nestes tempos próximos ao Natal, seria bom que o Shopping
lembrasse aos seus usuários que um dia existiu uma estação
real com o mesmo nome, uma das que trouxe o progresso de São
Paulo" A carta foi publicada em 23 de dezembro, resumida,
um mês e meio depois, com a resposta do Shopping, que,
em suma, não entendeu nada, achando que eu estava criticando
a decoração... apenas.
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AO LADO: Relato de Ralph
M. Giesbrecht (autor deste site) sobre um episódio
que envolveu a já extinta estação de
Iguatemi, em 2005.
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AO LADO: Relato de João
Cesar Barbo sobre suas lembranças desta estação,
em julho de 2016.
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"Gente, saudades de causar até arrepios...passei
muitas férias da minha infância nesse lugar. A tia da minha
mãe, assim como os filhos dela, moravam nessas casas dos colonos.
A dona do barzinho chamava-se Isaura, ela era prima da minha
mãe Em frente ao bar tinha uma galpão pequeno onde
o pessoal jogava bocha e os fazendeiros amarravam seus cavalos.
Frutas, quantas variedades tinha na casa da Norma... fogão
a lenha... até hoje aqui em São Paulo quando passo em frente
alguma padaria e sinto o cheiro da lenha, lembro do cheiro
da comida de Iguatemi. Tempo que não volta mais. Saudades".
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ACIMA: Porta centenária que dava acesso à
plataforma da estação (Foto Ralph M. Giesbrecht em 21/8/2011).
ABAIXO: Trecho final do ramal de Campos Salles nos anos 1950 - CLIQUE
PARA VER MAIOR. Em Campos Salles, a linha que sai para o sul é
o ramal de Barra Bonita (Instituto Geográfico e Geológico).
ACIMA: Modificação de horários
nos trens que seguiam até Iguatemi (estação terminal
do ramal do mesmo nome) em 1955 (O Estado de S. Paulo, 22/6/1955).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa
local; Paulo Guerra; João Cesar Barbo; José H. Bellorio; Luiz Fernando
Grijo; Luiz Roberto Ramos; Angelo
Francisco Pereira; Filemon Peres; Cia. Paulista: relatórios
anuais, 1872-1969; Cia. Paulista: Album de 50 anos, 1918; Instituto
Geográfico e Geológico; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
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Atualização:
23.07.2016
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