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VXY Mogiana em MG
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Vergel
Itapira
Barão Ataliba Nogueira
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ramal de Itapira-1950

IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2016
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1882-1971)
FEPASA (1971-1990)
ITAPIRA (antiga PENHA)
Município de Itapira, SP
Ramal de Itapira - km 20,099 (1938)   SP-0815
Altitude: 629 m   Inauguração: 30.06.1882
Uso atual: Prefeitura (2016)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1939
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal da Penha foi inaugurado em 1882, com 20 quilômetros, até antiga Penha do Rio do Peixe (Itapira). O trecho de Itapira até Eleutério foi construído pela E. F. Sapucaí, mas encampado pela Mogiana, que não concordou com a posição de ceder sua zona privilegiada. Em 1891, o ramal, agora de Itapira, já chegava a Eleutério. Em 1898, chegou a Sapucaí, já em Minas Gerais, onde se encontrava, agora sim, com a E. F. Sapucaí. O transporte de passageiros durou até 1976, e cargas passaram até uns dez anos depois. Com a supressão da linha mineira, o ramal perdeu a função e foi desativado, tendo seus trilhos sido retirados em 1990, já abandonados.
 
A ESTAÇÃO: A estação da Penha foi inaugurada em 30 de junho de 1882. Era um pequeno prédio "feito com trilhos estragados e taboas com 21 m por 6 m" (Relatório da Mogiana, 1882). Consideramos, pois, esta data como a de inauguração

30 dias mais tarde, foi noticiado no jornal A Provincia de S. Paulo a inauguração do tráfefgo no ramal (ver três caixas abaixo, de 31/7, 1/8 e 2/8 de 1882). As notícias não citavam a existência de uma estação já em pé, mas sim que o tráfego provisório do ramal estava sendo autorizado (Mogi-Mirim a Penha do Rio do Peixe).

Na época, a estação da Penha era o ponto final do então ramal da Penha (a cidade chamava-se, então, Penha do Rio do Peixe, ou somente Penha, nome nove anos mais tarde alterado (1891) para a língua indígena: Itapira).

Em 1891, foi também construído um segundo prédio, maior, para a estação (Relatório da Mogiana, 1891). Este prédio, na típica arquitetura Mogiana da época, em pouco tempo também não daria vazão às reais necessidades de espaço para os passageiros, cargas e tráfego de Itapira.

Segundo Jácomo Mandato, as queixas já eram grandes em 1924: "Toda pessoa que visita nossa cidade tem uma impressão péssima da estação (...) A Câmara Municipal já pediu para que o velho barracão fosse demolido ou reformado. Atualmente, o aspecto (...) é irritante, além de vexatório. Quando os comboios atrasam as famílias ficam expostas À chuva, na plataforma estreita, às vezes com crianças doentes, sem agasalho e sem conforto, durante trinta ou quarenta minutos. E por que? Porque a sala de espera, saguão, tudo está atravancado por sacas de café!" (Gazeta do Povo, 26/07/1924).

O prédio atual foi apenas entregue em 1939 e foi desativado nos anos 1980. Os antigos ferroviários contam que a chegada da linha em Itapira era muito bonita, pois passava por vários cortes. Hoje a estação está no centro da cidade, já sem trilhos desde 1991.

"Minha família é de Itapira, onde cresci tendo nos dois primeiros anos a estação da Mogiana em frente de casa, e mais tarde os trilhos atrás da casa na qual ainda hoje residem meus pais. Os trilhos foram retirados em março de 1991. (...) Quando fiz 18 anos, meu avô me presenteou com alguns desenhos que eu havia feito aos 5 anos, entre eles uma locomotiva GL-8, em que a palavra "Fepasa" aparece com a letra "e" ao contrário. Ele tinha um afilhado que era maquinista, que conheci em 1979, quando passei a freqüentar a estação com mais assiduidade, pois naquela época eu mesmo desenhava e "montava" meus trens em papel-cartão. Embora Itapira fosse área da Mogiana, as locomotivas que eu mais conheci eram provenientes da Sorocabana. (...) Da antiga Mogiana conheci em Itapira somente máquinas azuis. Não fotografei nenhuma lá, pois o último trem que eu vi em Itapira passou em 1982.

(...) Seguiram-se oito longos anos em que várias vezes
sonhei, durante a noite, que o trem havia voltado. Até que numa certa manhã de março de 1990 eu acordei e percebi que estavam mexendo na linha. Saí de casa com a certeza de que estavam preparando a reativação da via, mas a realidade me proporcionou um choque tamanho que ainda agora traz uma grande tristeza. Os jornais locais celebraram afirmando que "o cinturão de ferro que impedia o progresso da cidade" estava destruído. Ainda hoje estou com estas palavras atravessadas. Itapira, é claro, "progrediu" muito desde então. Até então, eu tinha visto passar por Itapira somente três tipos de máquinas que não as "3600", todas em 1979 e rebocadas pelas GL8: a 3007 da Fepasa, a 215 da VFCO e as máquinas 2201 e 2202 da Refesa. (...)" (Charles de Freitas, 05/12/2000).

"A fachada do edifício 'Pastor João Orcici', antiga estação ferroviária, foi recuperada e entregue à população pelo prefeito em 3/5/2007. Atualmente o edifício abriga a sede da Defesa Civil, a sede da Entidade Jovem em Ação, ateliê de pintura e artesanato e sala utilizada para aulas de dança e capoeira" (Alexandre Siqueira, 02/2008).

Em 2016, servia a diversos órgãos da prefeitura local.

1882
À ESQUERDA:
Abertura do ramal e da estação de Penha do Rio do Peixe em 30 de julho de 1882 (A Provincia de S. Paulo, 31/07/1882).

1882
À ESQUERDA:
Abertura do ramal e da estação de Penha do Rio do Peixe em 30 de julho de 1882 (A Provincia de S. Paulo, 01/08/1882).

1882
À ESQUERDA:
Outra noticia sobre a Abertura do ramal e da estação de Penha do Rio do Peixe em 30 de julho de 1882 (A Provincia de S. Paulo, 02/08/1882).

1886
À ESQUERDA:
Estoques de café estragam nos armazens da estação da Penha do Rio do Peixe (A Provincia de S. Paulo, 29/10/1886).

1889
À ESQUERDA:
Telegrafista inexperiente (A Provincia de S. Paulo, 9/3/1889).
1890
AO LADO:
Mudança de nome da cidade e da estação para Itapira - (O Estado de S. Paulo, 2/4/1890).
1891
AO LADO:
Inauguração do ramal de Itapira até a estação de Eleuterio para tsmbém em Itapira - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO COMPLETO(O Estado de S. Paulo, 20/10/1891).

1899
À ESQUERDA:
Desarranjo na máquina atrasa a chegada do trem a Itapira (O Estado de S. Paulo, 21/2/1899).

ACIMA: Comemoração em frente à entrada da estação de Itapira, provavelmente anos 1910 - CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR (Autor desconhecido).

1923
À ESQUERDA:
Planos para unir Itapira e Lindoya pela ferrovia (O Estado de S. Paulo, 17/3/1923).

ACIMA: Tropas em Itapira durante a revolução de 1932 (http://opensadordaaldeia.blogspot. com.br/2013/07/itapira-na-revolta-oligarquica-e.html).

1945
À ESQUERDA:
Revolta do povo contra o preço das passagens (Folha da Manhã, 13/7/1945).

ACIMA: Do pontilhão se vê a igreja, anos 1950 (Cessão Anfré Ignacio).

ACIMA
: Mapa parcial do município de Itapira, mostrando
a estação da cidaade e a de Barão de Ataliba Nogueira em 1958 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER EM AMPLITUDE MAIOR (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol. X, 1958).

ACIMA: Pátio de Itapira, anos 1960 (Autor desconhecido).

ACIMA: Fotos de, provavelmente, 1968 - A chegada da GL8 (ainda com os vidros de baixo) chegando em Itapira com o misto; à esquerda, a Baldwin 4-6-0 partindo com destino a Sapucai (Fotos cedidas por Carlos Alberto Missaglia).

ACIMA: Esquema do pátio de Itapira em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações) (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg).

ACIMA: "A diesel-elétrica GM GL-8 n.º 3605, ex-Sorocabana, no pátio de Itapira, em 1976, pois ela exibe o primeiro padrão de pintura próprio da Fepasa. Essa locomotiva tombou nas proximidades da estação de Eleutério em 13 de março de 1980 e, quando retornou da oficina, em setembro daquele ano, já estava pintada com o padrão vermelho, branco e preto ("Coca-Cola"). Naquela época, quando eu não estava em casa ou na escola, era naquele pátio que poderia ser encontrado (texto de Charles de Freitas, São João da Boa Vista, 29 de abril de 2008 - Foto: créditos acima).

ACIMA: A estação e a passarela, anos 1970 (Cessão André Ignacio).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Nicholas Burman; Alexandre Siqueira; Carlos Missaglia; Ettore Manoel Gaspar; Charles de Freitas; Arlindo Belini; Kelso Medici; Wanderley Duck; Caio Bourg; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí; Tribuna de Itapira, 2002; Gazeta do Povo, 1924; Noite Ilustrada, 1932; Cia. Mogiana: relatórios oficiais, 1875-1969; http://opensadordaaldeia.blogspot.com.br/2013/07/itapira-na-revolta-oligarquica-e.html; Mogiana: Álbum, 1910; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação antiga, durante a revolução de 1932. Foto da revista Noite Ilustrada, setembro-1932

Estação antiga de Itapira, provavelmente anos 1930. Acervo Carlos Missaglia

A nova estação, em fase final de acabamento, em 1939. Foto publicada na Tribuna de Itapira, em 10/11/2002

A nova estação, à esquerda, e a velha, sendo demolida, à direita, em 1939. Foto publicada na Tribuna de Itapira, em 17/11/2002

Estação de Itapira, c. 1940. Foto dos arquivos do Museu da Companhia Paulista, em Jundiaí

Cidade de Itapira, c. 1956. A estação está ao centro da foto,vendo-se a linha cruzando a cidade. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, 1958

A retirada dos trilhos da cidade. Ao fundo, a estação. Foto publicada na Tribuna de Itapira, em 10/11/2002

Estação de Itapira, em 03/02/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Itapira, em 03/02/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

Plataforma da estação de Itapira, em 03/02/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Itapira em 10/4/2012. Foto Eduardo Aliban

A estação em 17/8/2016. Fo Ralph M. Giesbrecht
     
Atualização: 20.08.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.