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VXY Mogiana em MG
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Orlândia
Jussara
São Joaquim da Barra
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ramal de Igarapava-1935

IBGE-1956
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2000
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1901-1971)
FEPASA (1971-1979)
JUSSARA
Município de São Joaquim da Barra, SP
Ramal de Igarapava - km 65,798   SP-0712
Altitude: 770 m   Inauguração: 25.12.1901
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1901 (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Igarapava foi aberto em seu primeiro trecho, em 1899, até Jardinópolis, a partir do local em que seria construída a estação de Entroncamento, um ano depois. Em 1905, chegou a Igarapava, então ainda Santa Rita do Paraizo. Em 1914, atingiria a linha do Catalão, já em Minas Gerais, pouco antes de Uberaba. O ramal atravessava as melhore terras de café do norte do Estado. Em fevereiro de 1979 foi fechado para cargas, e em 10/05/1979 para os trens de passageiros, e substituído pela variante Entroncamento-Amoroso Costa, que correria mais a oeste da linha velha e se tornaria então a continuação do tronco retificado da ex-Mogiana. Os trilhos foram retirados por volta de 1986, sobrando apenas as velhas estações, abandonadas ou com outras funções.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Jussara foi inaugurada em 1901, permanecendo por cerca de três meses como ponta do ramal, até a abertura da estação de São Joaquim. As terras para a linha e a estação foram doadas pela família que ainda é dona da parte da área onde está a casa-sede da fazenda Jussara, que, embora descaracterizada, ainda é a original, tendo hoje mais de cem anos.

A casa fica muito próxima à via Anhangüera (cerca de 100 metros), e, apenas vinte metros à sua frente, passava o ramal de Igarapava. A estação ficava novecentos metros antes da fazenda, e com a desativação do ramal, em maio de 1979, ela, já desativada como estação, permaneceu habitada por uma família por algum tempo, sendo depois abandonada.

Por volta de 1990, a estação e a vila ferroviária foram todas demolidas, depois de a Fepasa tê-las vendido a um grande proprietário de terras na região e a cana foi plantada por cima do terreno.

Conta o atual proprietário da sede da antiga fazenda, Ricardo Senna, que a estação nunca teve luz elétrica, o que ajudou na deterioração, e que a linha, que passava tão perto da
casa, causava uma enorme trepidação na mesma todas as vezes em que as composições passavam por ela.

O leito da ferrovia, que com o desmembramento da fazenda passou a servir de divisa entre as terras, foi parcialmente readquirido pela fazenda Jussara. Em 2000 ainda se podiam ver os pedriscos da antiga linha junto ao portão de entrada da propriedade.

Toda a linha que vinha desde a estação de São Joaquim da Barra até perto da fazenda, uma faixa de cerca de 9 km e 30 metros, em média, de largura, foi utilizada pela Prefeitura, que ficou sendo a proprietária da faixa, como aterro de lixo, o que com o passar dos anos levou a uma série de problemas e poluição ambiental.


ACIMA: Esquema do pátio de Jussara em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações) (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg).
1946
AO LADO: Da Folha da Manhã, 11/10/1946).
A Mogiana anunciou planos para construir um ramal que uniria a estação de Jussara à cidade de Guaíra. Esta cidade era produtora de lenha, material em falta no Estado principalmente como combustível de locomotivas a vapor, e as estradas de ferro tinham de buscá-las cada vez mais longe de suas linhas. Esta teria cerca de 76 km de extensão e passaria também pela cidade de Ipuã. Era um projeto de 25 milhões de cruzeiros (cerca de US$ 1,3 milhão, na época) e que jamais foi feito. As locomotivas diesel que começavam a ser importadas na época selou o fim das a vapor em poucos anos.
(Fontes: Ricardo Senna; Caio Bourg; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí, SP; Cia. Mogiana: álbum, 1910; Folha da Manhã, 1946; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1895-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação de Jussara, c. 1910. Foto do álbum da Mogiana
   
     
     
Atualização: 25.04.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.