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Itaguaba
Morro do Ferro
Pratápolis
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ramal de Passos - 1950
Guia Levi - 1941
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (n/d -1958) |
MORRO
DO FERRO
Município de Pratápolis, MG |
Ramal de Passos - km 118,683 (1937) |
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MG-2503 |
Altitude: - |
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Inauguração: n/d |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O ramal de
Passos foi inaugurado em seu primeiro trecho de 15 quilômetros
ligando Guaxupé a Guaranésia, em 1912. Foi sendo prolongado
aos poucos, chegando a Passos, onde terminava, somente em 1921. Em
fevereiro de 1977, o tráfego de passageiros foi eliminado,
sobrando os cargueiros, que, com o tempo, passaram a atender somente
ao carregamento de cimento da fábrica de Itaú de Minas,
e vindo não por Guaxupé, mas por São Sebastião
do Paraíso, ali chegando pela antiga linha da São Paulo-Minas.
Com isso, o trecho entre Guaxupé e S. S. Paraíso foi
abandonado, e teve os trilhos retirados por volta de 1990. O trecho
entre Paraíso e Itaú de Minas ainda tem seus trilhos,
mas as cargas de cimento deixaram de circular já há
anos e o abandono da linha é total. O trecho final até
Passos teve também os trilhos retirados. |
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A ESTAÇÃO: A estação
do Morro do Ferro foi inaugurada em data não definida,
mas é sabido que uma publicação oficial da Mogiana
de 1937 já acusava a sua existência. Era, na verdade,
uma parada.
"No quilômetro 136, perto do Morro do Ferro, uma chuva
que Deus dará. Os aterros cederam. Na primeira descida, logo
no início, ouvimos dois apitos distintos da locomotiva, que
significava: "socorro!", porque o trem não oferecia
segurança. O guarda, senhor já de idade bem avançada
para exercer tal função, quase nada pôde fazer.
Então, eu sai do lugar onde estávamos sentados, ou seja,
em cima do vagão, e, muito assustado, comecei a apertar os
freios manuais de todos os veículos, e o maquinista ajudando
com o freio da dita locomotiva, o que nada resolvia. A essa altura,
só se via fumaça e um barulho semelhante à trovoa-da.
Apesar de ser dia, notava-se também fagulhas e fumaça
provocadas pelo atrito das rodas no trilho. A descida se prolonga-va
a uns cinco quilômetros, muito acentuada e, além disso,
tinha que passar sobre uma ponte de uns dez metros, em curva. Com
freios a vácuo e manuais apertados e os recursos da locomotiva,
assim que terminou a demorada descida, ainda que a noventa por
ACIMA: A família, possivelmente do chefe da
estação da época, posa junto à estação
de Morro do Ferro, nos anos 1950 (Acervo Paulo Filomeno).
hora em precários trilhos, acabou o medo. Mas as batidas
acele-radas do coração continuaram. O trem continuou
subindo, mesmo com os freios apertados, indo parar na estação
que ficava mais ou menos a um quilômetro. Alguns de nós,
com os olhos rasos d'água, considerando uma graça alcançada,
recebíamos o pessoal vizinho da estação que veio
ao nosso encontro e olhava para o trecho percorrido querendo saber
a causa do carreirão naquela descida que ficou toda enfumaçada.
Ofereciam-nos água para acalmar o susto. A partir daquele momento,
nós mesmos gradua-mos todos os freios dos vagões. Engraxamos
todas as correntes dos breques e conseguimos levar o trem sem mais
acidentes" (Olavo Amadeu de Assis, "O Ferroviário
nos trilhos da saudade", 1985).
O posto do Morro do Ferro foi fechado em 1958, de acordo com
o relatório da Mogiana desse ano. O relatório da Fepasa
de 1986 já não o citava mais. A estação
foi demolida; nada mais existe além do piso de tijolos e do
leito do caminho por onde passavam os trilhos. É um lugar escondido
e de difícil acesso.
(Fontes: Paulo Filomeno; Olavo Amadeu de Assis: O
Ferroviário nos trilhos da saudade, 1985; Relação
oficial de estações da Cia. Mogiana, 1937; Guia Levi,
1941; Fepasa: Relatório de Instalações Fixas,
1986; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Atualização:
20.09.2016
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