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Alagoa Grande
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Ramal de Alagoa Grande - 1940
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Great Western do Brasil (1901-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1968)
ALAGOA GRANDE
Município de Alagoa Grande, PB
Ramal de Alagoa Grande - km 252 (1960)   PB-3543
Altitude: 136 m   Inauguração: 01.07.1901
Uso atual: abandonada e em ruínas (2021)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Alagoa Grande, com apenas 33 quilômetros, foi inaugurado em 1901. Em 25/11/1968, o ramal foi suprimido e os trilhos logo retirados.
 
A ESTAÇÃO: A estação ferroviária de Alagoa Grande foi inaugurada em 1901, pela Great Western of Brazil Railway. Era a ponta de um ramal que ligava o então povoado de Camarazal (antiga Mulungu), pertencente na época ao município de Guarabira, a Alagoa Grande.

' Na verdade, o ramal deveria continuir até a cidade de Patos, no oeste paraibano, ponta dos trilhos de um ramal da RVC, e aí formar-se-ia a E. F. Ceará-Paraíba.

Em 1922, as obras já estavam adiantadas entre Alagoa Grande e Pocinhos; quem cuidava na época de boa parte das ferrovias do Nordeste, inclusive dali, era o IFOCS (Instituto Federal de Obras contra as Secas) e a ferrovia ali estava sendo contruída não somente como ligação dos dois Estados como também para facilitar a construção dos diversos açudes no Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, que também estavam sendo construídos na época.

Com o abandono do projeto todo por Artur Bernardes, Presidente da República empossado em novembro de 1922, alegando falta de recursos, a ligação também parou, sendo retomada somente nos anos 1950, porém, não a partir de Alagoa Grande, como seria em 1922, mas sim a partir de Campina Grande, até Pocinhos, e dali a Patos, onde a ferrovia já havia chegado, vinda do CE, desde os anos 1920.

De qualquer forma, a chegada do trem a Alagoa Grande pelo leste da PB foi significativa, fazendo com que a cidade e a região experimentasse ainda no primeiro decênio do século XX um rápido crescimento econômico. A estação proporcionou o escoamento do seu maior produto agrícola, o algodão, além de mercadorias muito abundantes na região do Brejo Paraibano, como a rapadura produzida por 26 engenhos existentes naquela época no município, o agave, o açúcar e fibras de sisal, esta entre os anos 1940 e 1960.

A estação também proporcionava a vinda de riquezas econômicas e sócio-culturais para o município, mas foi desativada em 1967 (segundo J. Rodrigues) pela RFN, por ordem de um decreto do Governo Federal. O ramal foi oficialmente erradicado em novembro de 1968.

O prédio da estação ainda estava de pé, em ruínas, em 2009 e os trilhos do ramal já haviam sido retirados. Ainda segundo Jonatas Rodrigues (2009), o prédio foi tombado pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico do Estado da Paraíba) em 2001 e a Prefeitura se prontificou em restaurar e construir no local um centro cultural:

"Visitei-a a primeira vez em agosto de 2006 e nada ainda tinha sido feito. Estive ali em 2009 e a coisa continua a mesma, com o prédio totalmente em ruínas. Infelizmente acho que ele vai cair com o tempo e nada dos poderes públicos agirem. Creio que o IPHAEP não conhece a situação do prédio atualmente, ou conhece e não toma nenhuma providência junto aos poderes competentes" (ref. Jonatas Rodrigues, 12/10/2009).

Em setembro de 2012 havia sinais iniciais de restauro no prédio, mas este estava ainda muito combalido.

Até 2021, infelizmente, nada foi feito para se restaurar a estação, que segue em ruínas com árvores altas crescendo em seu interior. Por outro lado, o ex-armazém estava em bom estado e seguia funcionando como escola (ref. Rodrigo Henrique, em 29/10/2021).


ACIMA: Obras da E. F. Ceará-Paraíba próximas à estação de Alagoa Grande (ver a estação à esquerda na foto) em 1922. Tudo foi abandonado poucos meses depois, com a posse do Presidente da República, Arthur Bernardes, em novembro desse ano (Revista Illustração Brasileira, setembro de 1922).
ACIMA: Grande enchente em 1936 parou a ferrovia paraibana. Pelo menos nestas quatro cidades ouve inundações - CLIQUE SOBRE O TEXTO ACIMA PARA OBTER A REPORTAGEM INTEIRA (Correio do Estado, 3/7/1936).

ACIMA: A estação, à esquerda, e o armazém, hoje transformado em colégio, à direita, anos 1950 (Acervo Jonatas Rodrigues).

ACIMA: Ruínas do interior da estação (Foto Jonatas Rodrigues em 10/2009).

ACIMA: A ex-estação em ruínas em 2021 (Foto Rodrigo Henrique em 21/10/2021)
ACIMA: O ex-armazém como escola em 2021 (Foto Rodrigo Henrique em 21/10/2021).

(Fontes: Jonatas Rodrigues; Luciano de Miranda; Illustração Brasileira, 1922; Revista Ferroviária, 8/2000; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-1984; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Desenho da estação de Alagoa Grande quando ainda inteira. Autor Jonatas Rodrigues

No centro da fotografia, em tom de amarelo, a abandonada estação de Alagoa Grande. Cessão Jonatas Rodrigues em 2007

Ruínas da estação em 10/2009. Foto Jonatas Rodrigues

Ruínas da estação em 10/2009. Foto Jonatas Rodrigues

Interior da estação em julho de 2012. Foto Luciano de Miranda
 
     
Atualização: 20.05.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.