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Cie. Auxiliaire
des Chemins de Fer au Brésil (1910-1920)
V. F. Rio Grande do Sul (1920-1975)
RFFSA (1975-1996) |
MARCELINO
RAMOS
Município de Marcelino Ramos, RS (veja
a cidade) |
Linha Marcelino Ramos-Santa Maria - km
0,918 (1960) |
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RS-0486 |
Altitude: 363 m |
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Inauguração: 30.08.1910 |
Uso atual: abandonada (2011) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: c.1913 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha unindo
Marcelino Ramos e Santa Maria foi idealizada em 1889 juntamente com
todo o trecho entrte Itararé, SP, e Santa Maria, RS, pelo engenheiro
Teixeira Soares, visando a ligação ferroviária
do Rio de Janeiro e São Paulo com o sul do País e também
a colonização de boa parte do percurso, locais ainda
virgens. A parte correspondente ao Estado do Rio Grande do Sul acabou
sendo construída separadamente do restante do trecho (que seria
chamado de linha Itararé-Uruguai) e entregue em 1894 à
Cie. Sud Ouest Brésilien, e em 1907 cedida à Cie. Auxiliaire
au Brésil. Em 1920, passou para o Governo, formando-se a Viação
Férrea do Rio Grande do Sul, que, em 1969, teve as operações
absorvidas pela RFFSA. Com parte do trecho desativada em meados dos
anos 1990, em 1996 a ALL recebeu a concessão da linha, bem
como de todas as outras ainda existentes no Estado. Trens de passageiros
circularam até os anos 1980 pela linha. |
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A ESTAÇÃO: Os trilhos chegaram a na barranca do rio Uruguaii em 12 de julho de 1910 (José Lona, administrador: Pequenas lembranças do tempo da construção da SP-RG, data ignorada). A estação foi inaugurada em agosto de 1910.
Era a primeira
estação em solo gaúcho. Chamava-se, pelo menos
na época da construção, Barra, numa referência
à barra do rio do Peixe, pois ficava em frente à sua
foz no rio Uruguai. Marcelino Ramos teria sido um dos engenheiros
responsáveis pela construção da linha da RVPSC
que ali se encerrava.
Ali se encerrava a linha Itararé-Uruguai
da RVPSC e se inicava a linha da VFRGS. A inauguração
da estação foi concomitante com uma ponte de madeira
construída às pressas para que a estrada de ferro ficasse
pronta dentro do prazo contratual.
Em 1911, essa ponte foi levada por
uma enchente, quando já existiam os pilares de pedra da nova
ponte. Esta ponte de ferro foi ali levantada e aberta em 1913, ponte
que está ali até hoje.
A estação fica
logo após a ponte, no Rio Grande do Sul, com a linha saindo
da ponte numa curva de 90 graus e chegando à estação.
A cidade fica em um nível bem mais alto, e para se chegar a
ela para quem desce na estação há uma escadaria.
Em 1969, quando
acabou o trem São Paulo-Porto Alegre, a RVPSC foi convidada
a entregar a sua parte da estação.
A formação da represa de Itá recentemente forçou a elevação
da linha na ponte em 3 metros.
Desde outubro de 2003, um trem turístico
da ABPF, fazendo o trajeto Piratuba-Marcelino Ramos, trafega
por ali. A estação está abandonada. Somente uma
de suas pontas abre durante os dias em que o trem trafega, como feira
de artesanato. Por fora, uma mão de pintura dá uma aparência
melhor ao velho prédio, construção típica
da VFRGS daquele trecho, mas os vidros do alto da porta estão
quebrados e as salas, vazias. Salas que eram ocupadas, em sua metade
esquerda, pela RVPSC e na metade direita pela VFRGS.
Estive em Marcelino Ramos em 1 de outubro
de 2005. A ponte é impressionante. A paisagem é impressionante.
Assim como Porto União e União da Vitória,
Marcelino Ramos é um lugar mágico. E o velho
sino da estação sumiu em 2006... "O sino de
bronze de 40 quilos, que veio da Europa há 80 anos para a estação
ferroviária de Marcelino Ramos, deve voltar nos próximos dias ao seu
lugar. O instrumento, roubado em novembro do ano passado, foi recuperado
na última quarta-feira, no município de Campinas do Sul, também na
região Alto Uruguai. Depois de uma denúncia anônima, a polícia encontrou
o sino com uma pessoa de um circo. Desde a implantação, há três anos,
de uma Maria Fumaça entre Piratuba e Marcelino Ramos, o sino era acionado
como um ritual histórico para anunciar a chegada e saída do trem.
Rogério Marino Müller, voluntário da Associação Brasileira de Preservação
Ferroviária, resgatou a peça" (Correio do Povo,
Porto Alegre).
Em 2011, a estação estava abandonada.
ACIMA:
A primeira estação provisória de Marcelino Ramos,
um barraco de madeira com uma plataforma de madeira improvisada junto
a ela. Será 1910? (Acervo Lauro Thomé).
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1916
AO LADO: Divisão
de receita e despesas da estação de Marcelino
Ramos entre as ferrovias São Paulo-Rio Grande e Cie.
Auxiliaire em 1916 (O Estado de S. Paulo, 12/2/1916). |
ACIMA: A estação
em 1939. Notar uma série de mangueiras em altura provavelmente
para alimentar as caldeiras das locomotivas a vapor. É um apetrecho
que rarissimamente se vê nos pátios ferroviários
brasileiros (Acervo Nilson Rodrigues).
ACIMA: Marcelino Ramos, sem data. Ao fundo, à
esquerda, a ponte. Do outro lado do rio, Santa Catarina. Em primeiro
plano, a linha acompanha a margem do rio, depois vai entrando para
o interior do Estado do Rio Grande do Sul (Autor desconhecido).
ACIMA:
A crise do abastecimento de trigo começava em Marcelino Ramos
em 1958 (CLIQUE SOBRE A FOTOGRAFIA PARA VER A REPORTAGEM TODA) (Folha
da Manhã, 25/3/1958).
ACIMA e AS QUATRO FOTOS ABAIXO: 2005 - Não há palavras e frases que sejam
suficientes para descrever a beleza de Marcelino Ramos. A chegada
do trem no Rio Grande do Sul, depois de atravessar a belíssima
ponte sobre o rio Uruguai construída em 1913, o girador abandonado
junto a ela que somente pode ser visto de quem sobe para a cidade...
... a cidade em si, com o velho hotel, onde de suas
janelas mais altas pode-se ver o rio Uruguai e a ponte, as ruas ainda
calçadas em pedra, a locomotiva manobrando para voltar a Santa
Catarina, o gaúcho na plataforma da estação tomando
chimarrão, a paisagem das matas de Santa Catarina rio abaixo,
a locomotiva a vapor que lembra um passado glorioso...
... vista de cima com seus carros de madeira à
beira do rio... não há palavras (Fotos Ralph Mennucci
Giesbrecht em 1 de outubro de 2005).
ACIMA: O girador de Marcelino Ramos, atualmente sem
uso em 2015 (Foto Portal de Marcelino).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa
local; Nilson Rodrigues; Mario Celso Paixão Pereira; Nilson
Thomé; Lauro Thomé; Portal de
Marcelino; Folha da Manhã, 1958; O Estado de S. Paulo,
1916; Correio do Povo, Porto Alegre; Ariosto Borges Fortes: VFRGS,
suas estações e paradas, 1962; RVPSC: Relatórios
anuais, 1933-60; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação em 1970. Foto cedida por Nilson Rodrigues. |
A estação em 1996. Foto Mario Celso Paixão
Pereira |
A estação em 1996. Foto Mario Celso Paixão
Pereira |
A estação em 1996. Foto Mario Celso Paixão
Pereira |
A estação, em 10/2003. Ao fundo, a ponte histórica.
Ao lado, o rio Uruguai. Do outro lado do rio, Santa Catarina.
Foto Nilson Rodrigues em 10/2003 |
A ponte sobre o rio Uruguai, em 11/2003. Foto Nilson Rodrigues |
Estação de Marcelino Ramos, em 1/10/2005. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 2010. Foto Nilson Thomé |
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Atualização:
30.03.2019
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