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E. F. Oeste de Minas
(1914-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996) |
ANDRELÂNDIA
(antiga TURVO)
Município de Andrelândia, MG |
Linha-Tronco - km 242,267 (1960) |
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MG-2485 |
Altitude: 905 m |
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Inauguração: 21.06.1914 |
Uso atual: restaurada (2015) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1914 |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste de Minas a partir
da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de bitola de 0,76 chegou
em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto de ligar o sul de
Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa por bitola métrica:
construída em trechos, somente em 1928 a EFOM chegou a Angra dos Reis,
na ponta sul, e no início dos anos 1940 a Goiandira, em Goiás, na
ponta norte, e já agora como Rede Mineira de Viação. A linha chegou
a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho, e transportou
passageiros até o início dos anos 1990. Nos anos 1970, o trecho final
norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi erradicado devido à construção
de uma represa no rio Paranaíba, e a linha foi desviada para oeste
encontrando Araguari. Hoje (2003) a linha, já não mais eletrificada,
é operada pela concessionária FCA. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Turvo foi inaugurada em 1914 no trecho que uniu as linhas
da EFOM em Barra Mansa e em Ribeirão Vermelho,
separadas até então.
Em 1930, o nome da estação foi alterado para Andrelândia,
em homenagem a André da Silveira, fundador da cidade.
"Não foram poucas as vezes que fiz o trajeto Barra Mansa -
Andrelândia - Barra Mansa. Passei minha infância e parte da juventude
freqüentando Andrelândia, onde até bem pouco tempo,
residiam também vários irmãos de meu pai, sem falar no sem número
de primos e muitos amigos. Não foram poucas também, as tentativas
de meu pai em ir de Barra Mansa a Andrelândia pela precaríssima estrada
de chão batido. A subida para Augusto Pestana era uma aventura que
intercalava solavancos violentos no carro cheio com a lindíssima paisagem
da bela serra. Lindos vales com riachos ao fundo, sedes de fazendas
ao longe... Na época das chuvas, não era difícil nos depararmos com
riachos cortando a estrada. Éramos obrigados a descer do carro para
que meu pai cruzasse a pequena corrente sem o risco de atolar. Atravessávamos
a pé, naquela água gelada e cristalina. Na época em que a rede era
eletrificada, a viagem se fazia em menos de 4 horas e havia 2 horários:
um pela manhã, que chegava em Andrelândia às 11:30hs e à noite, chegando
às 0:00hs. O trem da volta (direção Barra Mansa), passava às
12:40hs e chegava em Barra Mansa às 16:30hs. Era uma linda viagem.
Agradável, onde predominava o ruído das rodas nos trilhos de bitola
estreita. Tudo isso perdeu parte do glamour quando a rede elétrica
foi desativada (em plena crise do petróleo) e a máquina elétrica foi
substituída pelas barulhentas e poluidoras máquinas a diesel. A viagem
passou a gastar mais de 5 horas, isso quando a máquina não quebrava
e tínhamos que aguardar horas até que outra pudesse vir nos rebocar.
Por diversas vezes, um tio passou o Natal ou o Reveillon no meio da
estrada. Fiz algumas vezes a viagem de Andrelândia para Minduri, onde
residia uma das irmãs de meu pai" (Murilo Moss Barquette,
12/2008).
Em 2006 era ainda estação da FCA, atual concessionária
da linha.
Em fevereiro de 2009, já estava abandonada.
"O município de Andrelândia se comprometeu a restaurar e instalar
na estação ferroviária do município uma biblioteca, a sede do Conselho
Municipal do Patrimônio Histórico e o arquivo municipal. O
compromisso foi assumido por meio da assinatura de um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) entre a Prefeitura Municipal de Andrelândia e o Ministério
Público Estadual (MPE). Os promotores de Justiça Marcos Paulo Souza
Miranda e Júlio César Teixeira Crivellari foram os responsáveis pela
elaboração do TAC que teve anuência do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan) e da Gerencia de Patrimônio da União
em Minas Gerais. De acordo com os promotores, o imóvel,
inaugurado em junho de 1914 e que atualmente encontra-se em péssimo
estado de conservação, além de ser um exemplar arquitetônico típico
das construções ferroviárias do início do século XX, é um espaço considerado
lugar de memória, de significativo valor cultural
para a comunidade andrelandense, devendo-se buscar a manutenção
das tradições culturais para que elas sejam transmitidas para as próximas
gerações, e assim, conseqüentemente, passam a compartilhar de uma
memória que se coloca frente ao tempo e estabelece uma ponte entre
passado e presente" (Assessoria de Comunicação do Ministério
Público do Estado de Minas Gerais – Núcleo de Imprensa, e-mail de
26/2/2009).
Em 2015, estava restaurada.
(Nota: Diversamente do que ali consta, na verdade, os Termos de Ajustamento
de Conduta (TACs) firmados tiveram seu conteúdo delimitado pelo Ministério
Público Federal/MG, Inventariança da RFFSA, SPU e IPHAN, com a participação
do MPEstadual de Minas Gerais. Ou seja, o TAC original - que serviu
de modelo para os subsequentes - não foi redigido apenas pelo MPE/MG,
SPU e IPHAN. Aliás, o mesmo trabalho prévio e conjunto foi realizado
nas estações de Mariano Procópio, Velho da Taipa, Uberaba e Diamantina
- Maria Célia Néri de Oliveira - Assessoria
de Comunicação Social
- Ministério Público Federal em Minas Gerais, 17/9/2009)
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1918
AO LADO: Enchentes na cidade em 1916 (O Estado de S. Paulo, 31/1/1916). |
"Semana
passada reuni-me a uma comitiva que ia percorrer uma parte de
Minas Gerais servida pela E. F. Oeste de Minas que ainda não
visitara. Fomos pela E. F. Central até Barra Mansa, donde fizemos
rumo à Mantiqueira, beiramos depois um trecho navegável do rio
Grande (alto Paraná), passamos depois à bacia do S. Francisco
até Belo Horizonte e só a deixamos pela do Paraibuna e Paraíba,
primeira estrada entre o rio e as serras do Ouro, por onde a
E. F. C. B. nos restituiu ao ponto de partida. Embarcamos 5ª
feira às 11 da noite, chegamos 2ª quase às mesmas horas. Pouco
faltou para completarmos 2.000 quilômetros. Iam o Ministro da
Viação, com quem tenho relações vagas, e o Presidente de Minas,
eleito Vice-Presidente da República no próximo quatriênio (nota
deste autor: trata-se de Delfim Moreira), a quem fui apresentado
um pouco a contragosto. Houve almoços, jantares, discursos,
hino nacional a valer. Passamos por Turvo, Lavras, Oliveira,
Itapecerica, Divinópolis e Belo Horizonte. Não havia veículos,
exceto em Lavras, onde existe uma linha de bondes, e de tantas
cidades só apreciei o que é visível da estação ou do trem. Em
Lavras, além de um grupo escolar dirigido por pessoa competente,
há um colégio protestante com internato numeroso para meninos,
escola agrícola e curso para meninas. Com o diretor, Dr. Gammon,
conversei bastante: pareceu-me homem de valor. É natural de
Virginia, portanto, estadunidense, como começam a dizer. De
sete em sete anos tem uma licença e vai refazer-se. Em geral
não volto satisfeito de excursões ferroviárias. O traçado primitivo
devia cortar plantações, mas hoje à beira das linhas apenas
se avista uma vegetação que não teve ainda tempo de virar capoeira.
Só em um ponto ou outro veem-se cabeças de gado. Ainda mais
aborrecem os cortes, que por baixo de uma tênue camada de terra
aproveitável mostram jazidas de rocha em grau variado de decomposição". |
1918
AO LADO: Capistrano
de Abreu, escritor e poeta cearense, percorreu em 1918 boa
parte da EFOM então existente. Ele relata a viagem,
onde uma das estações citadas era Turvo, a seu
amigo João Lucio de Azevedo em carta de 7 de agosto de 1918
enviada do Rio de Janeiro.
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1937
AO LADO: Acidente na estação (Correio de S. Paulo, 19/6/1937). |
ACIMA: AS DIFERENÇAS DO TELHADO DA PLATAFORMA DE
ANDRELANDIA - Enquanto houve eletrificação,
o telhado da plataforma mantinha a inclinação do telhado
da estação (Foto sem data, blogsobreostrilhos.blogspot.com).
ACIMA: A estação de Andrelândia,
provavelmente anos 1970, vendo-se ainda a eletrificação
da linha (Autor desconhecido).
ACIMA: Chegada do trem "Mineirinho"
(Barra Mansa-Ribeirão Vermelho) em Andrelândia, provavelmente
anos 1990 (Autor desconhecido).
ACIMA: O trem da VL! chega a Andrelândia nos anos 1990 (Foto Jorge Alves Ferreira).
ACIMA: Depois da retirada dos fios aéreos, o telhado da plataforma
foi abaixado em relação ao telhado da estação
(Foto Hugo Caramuru, anos 1990).
2011
AO LADO: Historias da estação de Andrelandia (Anderson Nascimento, 18/10/2011)". |
"De todas as estações do trecho, a de
Andrelândia era a mais animada. Pra cada chegada, uma
festa. O muro branco, tradicionalíssimo, ficava tomado por
moradores. A alegria pela chegada e a tristeza da partida
misturavam-se de forma a celebrar aquele momento. A estação
hoje passa por reforma e é uma parte da história dessa região
de Minas Gerais sendo preservada
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(Fontes: Hugo Caramuru;
Anderson Nascimento; Marcos Miranda; Jorge A. Ferreira; Nuncio China;
Murilo Moss Barquette; Maria Célia Néri de Oliveira; Antonio Leal;
blogsobreostrilhos.blogspot.com;
O Estado de S. Paulo, 1916; Assessoria de Comunicação do Ministério
Público do Estado de Minas Gerais – Núcleo de Imprensa;
Correspondência de Capistrano de Abreu, José Honório Rodrigues, volume
1, Rio de Janeiro, 1954; Guia
Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação de Turvo em fins de obras para a inauguração
em 1914. Acervo Marcos Miranda |
A estação em 2001. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 2001. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 2001. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 2006. Foto Nuncio China |
A estação em 2006. Foto Nuncio China |
A estação em 3/9/2011. Foto Anderson Nascimento
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A estação em 2/2014. Foto Antonio Leal |
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Atualização:
28.10.2019
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