A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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Expedicionário Duca
Candeias
Expedicionário Jorge
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D

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E. F. Oeste de Minas (1898-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996)
CANDEIAS
Município de Campo Belo, MG (1898-1938);
Município de Candeias, MG (1938-)
Linha-Tronco - km 485,440 (1960)   MG-0062
Altitude: 934 m   Inauguração: 11.02.1898
Uso atual: Secretaria da Educação (2008)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste de Minas a partir da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de bitola de 0,76 chegou em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto de ligar o sul de Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa por bitola métrica: construída em trechos, somente em 1928 a EFOM chegou a Angra dos Reis, na ponta sul, e no início dos anos 1940 a Goiandira, em Goiás, na ponta norte, e já agora como Rede Mineira de Viação. A linha chegou a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho, e transportou passageiros até o início dos anos 1990. Nos anos 1970, o trecho final norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi erradicado devido à construção de uma represa no rio Paranaíba, e a linha foi desviada para oeste encontrando Araguari. Hoje (2003) a linha, já não mais eletrificada, é operada pela concessionária FCA.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Candeias foi aberta pela E. F. Oeste de Minas em 1898.

Foi incorporada em 1920 pela EFOM e em 1931 passou a fazer parte da Rede Mineira de Viação.

Em 2004, a descrição de um trem passando pela linha em Candeias é muito bonita: "A estação em Candeias é algo muito particular. A linha, apesar de antiga, tangencia o perímetro urbano da cidade num gracioso serpenteio, muito peculiar às ferrovias do oeste mineiro. Não há como, em qualquer parte da cidade, ficar sem ouvir os estrondosos apitos da locomotiva diesel que avança em qualquer horário do dia ou da noite num gostoso atrevimento. A cidade não se manifesta, a não ser pela paralisação de um par de ruas para a passagem das longas composições. A bem dizer da verdade, nem todos ficam inertes. Para os que gostam de trem como eu, qualquer apito ou ronco de motor diesel é suficiente para ativar o estado de alerta. E, lógico, largar tudo o que estamos fazendo para correr para a primeira janela, porta, fresta, o que quer que seja para poder contemplar aquela maravilha. E lá está ela ao longe. Esbravejando, bufando, sofrendo para atingir a cidade. Primeiro avista-se uma coluna de fumaça acinzentada - com a devida inclinação proporcionada pelo movimento - brotando de um extenso cafezal. Logo em seguida aparecem as máquinas, sempre em duplex ou triplex puxando gôndolas ou hoppers na maioria das vezes. Em algumas ocasiões pode-se ver algumas máquinas acopladas no meio ou no final da composição. Em questão de poucos minutos o trem vence o par de cruzamentos, diz um olá apressado para a estação e vai embora, com seus roncos diminuindo de intensidade até serem absorvidos pelas montanhas à frente. Em noites calmas é possível ouvir ao longe a melodia composta pela passagem das rodas nas junções dos trilhos. A estação assiste a tudo calada. Como uma velha aposentada que está em fase de contemplação de tudo. Com a modernidade ela perdeu a função. Os staffs há tempos a deixaram. Algumas propagandas completamente desbotadas daqueles antiqüíssimos remédios regionais expostas em placas na plataforma resistem ao tempo e retratam uma época. Como companhia apenas os prédios de um velho armazém e da belíssima casa do chefe, abandonada do outro lado da linha, com uma visão magnífica dos trilhos e da cidade. Apesar de algumas mudanças para abrigar um posto de polícia ela ainda tem o charme de uma estação ferroviária. Às vezes ela até recebe a parada de algum trem esperando cruzamento ou ordem para seguir. Também recebe visitas freqüentes de um intrépido automóvel de linha que pernoita em sua esplanada. Os passageiros ficaram em sua memória. Porém ainda restam o cheiro dos dormentes, o estalar dos trilhos e a sensação de ter chegado uns 50 anos atrasado!" (Rodrigo Cabredo, 04/2004).

"Lendo o texto, eu me vi correndo outra vez pelas ruas da cidade (de Candeias) para ver o trem passar. E olhe que sou do tempo em que por lá passavam o misto e o noturno, trens que nos ligavam ao resto do país numa época de poucas e precárias estradas de rodagem. Obrigado por me levar de volta ao passado" (Edson Teixeira, Caraguatatuba, SP).

A estação em 2008 servia como Secretaria da Educação, Cultura, Esporte e Lazer do município, depois de ter sido posto policial.


ACIMA: No mapa publicado do município de Candeias em 1960, vemos a posição geográfica ao longo da linha das estações de Expecionário Duca, Candeias, Expedicionário Jorge e Bugios, no sentido SE-NO (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960).
     

Da esquerda para a direita: armazém, estação, auto-de-linha e casa do chefe. Foto Rodrigo Cabredo, em 04/2004.

O auto-de-linha e a casa do chefe. Foto Rodrigo Cabredo, em 04/2004.

Da direita para a esquerda: placas de propaganda, estação, auto de linha e casa do chefe. Foto Rodrigo Cabredo, em 04/2004.

A estação de Candeias, pintada de verde em 2008. Fotos Carlos Latuff
 
     
Atualização: 21.11.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.