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Linha do São Francisco:
Barracas
Mafra
Cruz Lima
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Tronco Sul (a partir de 1963/1969):
Rio Negro
Mafra
Major Valentim
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IBGE - 1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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C. E. F. São
Paulo-Rio Grande (1913-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996) |
MAFRA
Município de Mafra, SC |
Linha de S. Francisco - km 211,735 (1935) |
SC-0297 |
Altitude: 780,000 m |
Inauguração: 01.04.1913 |
Uso atual: sem uso conhecido por mim (2018) |
com trilhos |
Data de abertura do prédio atual:
n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha do São Francisco teve o primeiro
trecho entregue pela
E. F. São Paulo-Rio Grande em 1906, ligando o porto de São
Francisco (hoje do Sul) a
Joinville. Em 1910, a linha foi prolongada até Hansa (Corupá),
em 1913 até Tres Barras,
e finalmente em 1917 atinge Porto União da Vitória,
de onde deveria continuar até atingir Foz
do Iguaçu, Este último trecho jamais foi construído.
A linha se entronca com o Tronco Sul em
Mafra e com a antiga Itararé-Uruguai em Porto União
da Vitória. O último trem de passageiros,
na verdade uma litorina diária, passou pelo trecho entre Corupá
e São Francisco do Sul em janeiro
de 1991. O trem misto que servia à linha já não
existia desde 1985. Depois disso, apenas alguns
trens a vapor turísticos da ABPF têm percorrido a linha,
principalmente na região de Rio Negrinho.
O trecho entre Mafra e Porto União esteve durante anos abandonado,
tendo sido recuperado
durante o ano de 2004, mas continua com o tráfego muito escasso.
Já o trecho entre Mafra e São
Francisco tem grande movimento de cargueiros da concessionária
ALL. |
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A ESTAÇÃO:
A estação de Mafra surgiu como
entroncamento da linha do São Francisco com o ramal
do Rio
Negro, em 1913. Mafra era, até o acordo de limites
de 1917, parte
do Contestado, fazendo parte do município de Rio
Negro, no Paraná.
Quando se fez a união das linhas na que seria a estação
de Mafra,
em 1913, a E. F. São Paulo-Rio Grande anunciou que mudaria
a
estação de Rio Negro, que ficava junto à
cidade de Rio Negro, na
margem norte do rio, para a margem sul, bairro pouco povoado.
Houve protestos na cidade, e acabaram existindo duas estações
-
a velha de Rio Negro e a nova, ao sul do rio. Por que não
fecharam
a velha estação? Por causa dos protestos? Ou por causa
da já
precária situação financeira da Brazil Railway
na época?
O nome Mafra, por sua vez, somente foi criado com o município,
em 1917,
homenagem ao advogado Manuel da Silva Mafra, defensor da
questão do Contestado para o Estado de Santa Catarina. A
questão é: como teria se chamado esta estação
entre 1913 e 1917? Fui investigar em Mafra, e ninguém sabe. Nos Guias
Levi entre 1913 e 1922, o nome de Mafra não aparece como uma
estação. Apenas o nome de Rio Negro. Em 1930 já aparece
a
estação de Mafra nos guias, mas não tenho guias
entre 1922 e
1929. Por que a RVPSC indicava oficialmente a data de abertura
da estação de 1913? Mistério não descoberto,
pelo menos por
este autor.
Em 1921, o relatório da RVPSC indicava que
foram
feitas "modificações na estação
de Mafra, para facilitar a
baldeação de passageiros e bagagens". Também
se sabe que em
15/12/1923 foi criado o posto fiscal da estação ferroviária
de
Mafra, pelo decreto 68 de Santa Catarina (Cronologia do
Contestado, F. Tokarski, IOESC, 2003). A estação,
então, já
existia nessa época. A distância atual entre as estações
de Rio
Negro, no Paraná, e a de Mafra, em Santa Catarina,
é muito
pequena: bastava o trem cruzar o rio. Originalmente, a cidade de Mafra estava no Paraná e era apenas a parte além-rio Iguaçu
de Rio Negro. Com o acordo de limites conseqüente
da Guerra do
Contestado, a cidade se tornou um município de Santa Catarina,
naquela região tendo o rio Negro como limite de Estados .
Em 1963,
a estação de Mafra passou também a ser
o ponto de saída da
linha Mafra-Lajes, na prática a continuação
do antigo ramal do
Rio Negro. Provavelmente foi nesta época que se substituiu
o
velho prédio de madeira pelo atual de estilo moderno.
E também
segundo antigos moradores de Rio Negro, nessa época, a estação
de Rio Negro já não existia, e todos, das duas
cidades,
embarcavam e desembarcavam em Mafra.
Em 2019, Mafra faz
parte
do Tronco Principal Sul, e dali, com a desativação
da linha que a
ligava a Porto União, dali apenas se podia ir a São
Francisco,
com os trens de grãos. A estação esteve abandonada;
em 2006
foi reformada e transformada em sede da Secretaria Municipal da Criança e da Ação Social. Em 2019, não sei o uso, mas está em bom estado externamente.
ACIMA: Estação de Mafra em 1927 (Ilustração
Brasileira, 12/1927).
ACIMA: As oficinas de Mafra, provavelmente por volta
de 1940. A linha que sai para a direita é
a do tronco sul no sentido Lages, atravessando o que é hoje a Avenida
Coronel José Severiano
Maia em Mafra, na frente da rodoviária, que na época possivelmente
nem existia. Acima,
próximo às araucárias, a linha que vai para São Francisco do
Sul. Os dois prédios pequenos
na foto no fundo, lado esquerdo, existem até hoje, são o almoxarifado
mais ao fundo e o outro
era usado pela segurança do trabalho até o tempo da RFFSA. No almoxarifado,
indo para a
esquerda, ia em direção ao PR na ponte de ferro que ainda existe e
está abandonada, no traçado
antigo ainda da linha que passava no centro de Rio Negro (Acervo Ivan
Antonio da Rocha).
ACIMA: Mapa de 2005 mostra parte dos dois municípios: Rio Negro (à direita do rio) e Mafra (à esquerda do rio). O Norte do mapa está para a direita. As linhas férreas seguem já dentro de Mafra para o Tronco Sul e para o porto de São Francisco. CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VÊ-LO EM TAMANHO MAIOR.
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TRENS - Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1913 a 1983. Ao lado, litorina que andou no trecho Mafra-São
Francisco do Sul. Clique sobre a foto para ver mais detalhes
sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1948. Também paravam aqui trens do ramal de Rio
Negro no mesmo período (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph Giesbrecht, pesquisa local; Alcides
Goularti Filho; Nilson Rodrigues;
Jean C. Kuester; João Paulo Lemisz; Vilson Roberto Schapievski; Ivan
Antonio da Rocha;
Maria da Gloria Foohs; Orandir Pannucci; Ilustração
Brasileira, 1927; F. Tokarski:
Cronologia do Contestado, IOESC, 2003; RVPSC: Relatórios oficiais,
1933-56; RVPSC:
Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; Guias Levi,
1932-80; IBGE:
Enciclopédia dos Municípíos Brasileiros, 1960) |
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A estação de Mafra, ao fundo. Na frente, o depósito.
Ano - 1937. Foto do relatório da RVPSC |
Estação de Mafra, anos 1930. Foto cedida por João
Paulo Lemisz e Vilson Roberto Schapievski |
Estação de Mafra, anos 1930. Foto cedida por João
Paulo Lemisz e Vilson Roberto Schapievski |
Estação de Mafra, anos 1930. Foto cedida por João
Paulo Lemisz e Vilson Roberto Schapievski |
A estação (à direita)de Mafra, provavelmente
anos 1960, vista de Rio Negro. Acervo Maria da Gloria Foohs |
Diesel na estação de Mafra, anos 1970. Foto cedida
por João Paulo Lemisz e Vilson Roberto Schapievski |
Pátio da estação de Mafra, em 1985. Foto
Orandir Pannucci |
Carro abandonado na estação de Mafra, em 2002.
Foto Orandir Pannucci |
Plataforma da estação em 12/2002. Foto Nilson
Rodrigues |
A estação em 12/2002. Foto Nilson Rodrigues |
A estação reformada, em 01/2007. Foto Jean C.
Kuester |
A estação em fevereiro de 2007. Foto Alcides Goularti
Filho |
Plataforma da estação em 2018. Fotograma Anther Cesar |
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Atualização:
14.07.2019
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