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Luiz Gonzaga
Tapera Grande
Paracatu
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Itatibense
(1889-1952) |
TAPERA
GRANDE
Município de Itatiba, SP |
Linha-tronco - km 7 |
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SP-1804 |
Altitude: - |
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Inauguração: n/d |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Os primeiros
projetos para a E. F. Itatibense datam de 1872, com a linha saindo
de Jundiaí, projeto que não vingou. A Cia. Paulista,
então, em 1880, decidiu construir um ramal partindo da estação
de Louveira, de sua linha-tronco inicialmente com bitola de 76 cm,
depois em bitola larga (1,60m) e finalmente em bitola métrica.
Finalmente, o curto trecho de somente 21 km e as exigências
do Governo Provincial para a concessão levaram a CP a ceder
os direitos à Cia. Itatibense, em 1887. Em julho de 1889 abriu-se
a linha ao tráfego em caráter provisório, e em
19/11/1890 em termos definitivos. Havia apenas três estações
oficiais na linha (Luiz Gonzaga, Tapera Grande e Itatiba), mas também
mais algumas paradas que ajudavam a aumentar demais o tempo de percurso
da linha, que, em 1944, era de 40 minutos para apenas 20 km. Sempre
deficitária, por ser muito curta e ter curvas demais, a pequena
ferrovia sobreviveu até 1952, quando, sob protestos da população
local, foi fechada definitivamente. |
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A ESTAÇÃO: Sem data de inauguração
definida, provavelmente foi aberta com a linha, em 1890, mas não encontrei nenhuma comprovação disto. Já existia em 1898, com o nome de Tapera (ver caixa abaixo).
Baseado na reportagem de 1898 (mostrada no caixa abaixo), parece que a estação da Tapera Grande era imediatamente antes da de Paraíso.
"Meus
avós maternos eram italianos e vieram direto da Itália para Itatiba,
onde faleceram. Eu passava longos períodos na casa deles e um dos
encantos dessa época era a viagem até Itatiba, que fica na região
de Jundiaí, Campinas, Atibaia. A gente tomava o trem em Santo André
até a estação da Luz, que a mim tinha o encanto de uma catedral. Na
Luz tomava-se o trem da Paulista. Os vagões limpos, luxuosos. O carro-restaurante
possuía mesinhas com flores. A gente não precisava do restaurante,
mas nós, crianças, lançávamos longos olhares para ele. Em Louveira,
uma estação depois de Jundiaí, a gente ficava esperando o trenzinho
da Companhia Itatibense de Estrada de Ferro, de bitola estreita e
que ligava a cidade a Itatiba. Atravessava grandes cafezais. Os galhos
dos pés de café quase roçavam o trem. Ficavam ao alcance das mãos.
O trajeto levava duas horas. O trem seguia devagar. Os passageiros
acompanhavam a viagem fazendo coro: 'Muito peso, pouca força; muito
peso, pouca força; muito peso...'. Nossa mãe nos mandava fechar as
janelas por causa das fagulhas que a locomotiva soltava. Nós não queríamos
e, em resultado, havia sempre um vestido sapecado. Ou um olho com
cisco, que às vezes nos fazia chorar até o fim da viagem. No meio
do trajeto sempre havia algum fazendeiro, dono do cafezal, que mandava
o maquinista esperar por ele na estação de Tapera Grande. Acontecia
dele demorar às vezes mais de uma hora. O fazendeiro vinha a cavalo
desde sua fazenda e os passageiros viam-se obrigados a fazer hora
para compensar o atraso. Para nós, crianças, tudo era uma festa. A
gente ficava admirando o cafezal. Dependendo da época, flores brancas
e perfumadas, ou grãos verdes e vermelhos. Na estação de Louveira
– onde também se esperava bastante – moleques vendiam cestinhas de
uvas e de figos, ainda hoje abundantes na região. Em Jundiaí havia
a conexão para Itirapina, hoje sem trem, sem nenhuma importância,
esquecida. Tudo isso acontecia nos anos 1920 e 30. Hoje não há mais
lembranças, só a saudade de quem viveu aquele tempo e com sensibilidade
para confirmar como tudo era bonito e tranquilo. Com o tempo, conseguiram
acabar com o trem. Até hoje sofremos as consequências dessa estupidez"
(Yolanda M. Dalla Verde, Santo André, SP, 7/1/2003).
A estação, demolida há muitos anos, hoje tem sua
área ocupada por uma pousada rural. Como aconteceu em Abadia, logo após o
fechamento da ferrovia em agosto de 1952, a escola rural de Tapera
Grande também fechou: não havia como as professoras
chegarem à localidade para dar aulas.
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1890
AO LADO: A estação ganha agencia de correio (O Estado de S. Paulo, 18/4/1890). |
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1896
AO LADO: O jornal estava chegando tarde demais na agencia de correio da estação (O Estado de S. Paulo, 14/01/1896). |
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1897
AO LADO: O desaparecimento de Sotero (O Estado de S. Paulo, 28/6/1897). |
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1898
AO LADO: Referência
às estações Tapera Grande (Tapera) e Paraíso na reportagem transcrita do jornal Progresso de 26 de junho de 1898 pelo jornal O Estado de S. Paulo em 26/6/1898). |
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1919
AO LADO: Referência
da estação numa venda de fazenda de café
em 1919 (O Estado de S. Paulo, 28/1/1919).
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(Fontes: Nilson Rodrigues; Yolanda M. Dalla Verde;
Sergio Romano; Lucimara R. Gabuardi; Marcello Tálamo; O Estado
de S. Paulo, 1919 e 31/8/1952; Odilon N. Matos: Café e Ferrovias,
1987) |
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Estação de Tapera Grande, sem data. Foto do livro
Café e Ferrovias, de Odilon N. Matos |
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Atualização:
01.05.2021
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