|
|
...
Santa Rosa
Amália
Corredeira
...
ramal de Cajuru-1935
IBGE-1956
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 1999
...
|
|
|
|
|
E. F. Santos Dumont
(1908-1909)
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1909-1967) |
AMÁLIA
Município de Santa Rosa de Viterbo,
SP (veja a fazenda) |
Ramal de Cajuru - km 22,173 (1937) |
|
SP-0904 |
Altitude: 605 m |
|
Inauguração: c.1908 |
Uso atual: depósito (2013) |
|
sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: c.1910 |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: A
ferrovia que saía da estação de Santos Dumont, aberta em 5/6/1908
por Henrique Santos Dumont, proprietário da fazenda London, foi comprada
pela Mogiana em 15/12/1909, transformando-se no Ramal de Santos Dumont.
A fazenda, que então já se chamava Amália, era o ponto final da linha,
que foi aberta ao tráfego público em 26/4/1910, já com a estação terminal
de Corredeira, construída pela CM. Tinha bitola métrica, e em 1912
o ramal chegou a Cajuru. Funcionou por mais de 50 anos, tendo o seu
trecho entre Amália e Cajuru sido fechado em 19/6/1966, e o trecho
que restou, em 3/1/1967. Este, entretanto, ainda serviu como desvio
particular da Fazenda Amália já então de propriedade dos Matarazzo,
até cerca de 1974. Depois o desvio foi extinto e os trilhos
retirados. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Amália teria sido originalmente um posto telegráfico, que
foi transformado em estação já pela Mogiana em 11/11/1911. Estava
situada dentro da fazenda Amália, antiga London, em
frente aos prédios da usina.
A fazenda pertencia originalmente a Henrique Dumont, pai de
Alberto Santos Dumont, inventor do avião, e Amália
era a nora do Henrique-pai, esposa de Henrique-filho,
este irmão de Alberto.
Nos anos 1920, a fazenda foi vendida a três grandes fazendeiros de
café da época: Francisco Schmidt, Alexandre Siciliano
e Conde Francisco Matarazzo. Este último, em 1931, adquiriu
a parte dos outros dois.
Em fins dos anos 1930, a fazenda abandonou a plantação de café e passou
a plantar somente cana de açúcar.
Da estação saía a ferrovia particular da fazenda Amália, com
31 km e bitola métrica, divididos em vários sub-ramais.
A partir de 16/09/66,a estação de Amália transformou-se
na ponta do ramal de Cajuru, com a desativação do trecho até
Cajuru. Finalmente, com a desativação do que restava do ramal
em 03/01/67 (*RM-1967), a estação foi fechada também.
Os ramais particulares da fazenda ainda mantiveram o trecho, que prosseguiu
funcionando como desvio particular da fazenda por mais alguns anos,
e a Mogiana ainda usava o trecho do ramal até a fazenda para
transportar as mercadorias até a estação de São
Simão. Isto durou até o início dos anos 1970.
As festas promovidas pelos Matarazzo na época áurea são relembradas
pelos habitantes de Santa Rosa de Viterbo até hoje. Havia trens
especiais que transportavam as pessoas para essas festas,
e também para excursões de estudantes das escolas da região. "Nasci
na Fazenda Amália em 1944, quando meu avô José Teixeira da Silva ali
era chefe da estação, e meu pai, escriturário. Com a
aposentadoria de meu avô em 1953, meu pai assumiu a chefia, sendo
depois transferido para Cravinhos em 1961 e em 1964 para Jardinópolis,
onde se aposentou em 1970. Meu avô, anteriormente, foi chefe de várias
estações da Mogiana, primeiramente em Minas Gerais, como Monte Santo
de Minas em 1919, onde meu paí nasceu. Ele ainda vive com 84
anos em Jardinópolis. MInha mãe, Josephina Farignoli, já falecida,
natural de São Simão, foi professora primária estadual na Amália de
1940 a 1961, praticamente para três gerações, com grande trabalho
prestado para a comunidade, pois sempre tinha apoio e amizade da Condessa
Mariângela, esposa do Conde Matarazzo. Por isso minha irmã mais velha
se chama Maria Angela, e foi batizada pela Condessa em 1947. Até meus
21 anos somente viajava de trem para São Paulo, onde fiz cursinho,
e depois me formei em engenheiro mecânico. Vendo a foto da estação
de Amália, notei em primeiro plano o portão do armazém. Lembro-me
que dentro desse armazém meu avô e meu paí penduravam cordas nas vigas
de madeira, para servirem de balanços para nós" (Prof.
Dr. José Carlos Teixeira da Silva, Unesp-Bauru, 07/2003).
A fazenda, em 2011 em semi-abandono, estava arrendada pela família
Biagi. O prédio da estação seguia lá, como um depósito.
ACIMA: Depósito de locomotiva da Fazenda
Amália (Autor e datas desconhecidos). ABAIXO: Estação
de Amalia (à direita da linha) e a saída dos diversos
ramais da usina (Data desconhecida - acervo IRFM).
"O
núcleo da Amália, ou seja, cinema, praça de esportes, hospital,
hotel, escritórios, está tudo se deteriorando. Até a
escola já foi demolida. Porém, há um palacete, escondido por
uma verdadeira muralha da China, repleta de seguranças à volta,
que é da Maria Pia. Porém, ninguém pode visitar, nem fotografar".
|
AO LADO:
Texto de Laurete Godoy, em 2008).
|
ACIMA: Ao norte da sede da Usina Amália,
junto à estação (embaixo, à direita) a
linha se bifurcava depois de uma curva para oeste: a linha que seguia
para leste era a da Mogiana, que logo em seguida cruzava o rio Pardo
no sentido de Cajuru. A linha que seguia para nordeste e depois viraria
para o outro lado era da usina. Esta se dividiria em outras dentro
dos seus largos terrenos. Isto pode ser visto CLICANDO-SE NA FIGURA
(IBGE, anos 1980, com o leito das linhas não mais existinto,
estando porém, demarcados). ABAIXO: Carregamento de
cana nos vagões da ferrovia da Usina Amália, anos 1950
(IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol.
XI, 1960).
(Fontes:
Laurete Godoy; Edilson Palmieri; Prof. Dr. José Carlos Teixeira da
Silva; Eduardo César;Acervo IRFM; Maria Aparecida de Moraes
Silva: Mulheres da Cana, UNESP, 2001; Pesquisa Fapesp, 2001; IBGE:
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; Cia.
Mogiana: relatórios anuais, 1900-69; Cia. Mogiana: listagem oficial
de estações, 1937; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
A estação de Amália, nos anos 1920, aparece
no fundo, à esquerda. Foto cedida por Edilson Palmieri |
A velha estação, em 2000. Foto de Eduardo César,
revista Pesquisa Fapesp, jan/2001 |
A estação de Amália está lá
em 2013. Autor desconhecido |
|
|
|
|
|
|
|
Atualização:
26.06.2017
|
|