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Vitorino Carmilo
Buri
Rondinha
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ramal de Itararé-1935
IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2006
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E. F. Sorocabana
(1908-1971)
FEPASA (1971-1998) |
BURI
Município de Buri, SP |
Ramal de Itararé - km 291,254
(1934) |
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SP-1018 |
Altitude: 588 m |
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Inauguração: 04.05.1908 |
Uso atual: centro de artesanato (2013) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1908 |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Itararé começou a ser construído em 1888, partindo da estação
de Boituva, mas somente em 1895 chegou a Itapetininga, com extensão
de 65 km. Somente em 1905 as obras foram retomadas, e em abril de
1909, a estrada chegou finalmente a Itararé. Sempre crescendo em importância
por causa de sua ligação com o sul, o ramal passou a sair da estação
nova de Santo Antonio - hoje Iperó - em 1928, aproveitando as obras
de retificação e duplicação da linha-tronco, diminuindo o trecho em
23 km. Em 1951, a linha foi eletrificada até Morro do Alto. Em 1960,
até Itapetininga e não passou daí. Em 1978, o tráfego de passageiros
no ramal foi extinto. Em 1973 foi construído, de Itapeva, um ramal
para Apiaí, e desse, outro para Pinhalzinho, que encontrava a nova
linha que vinha da região de Curitiba. O trecho a partir de Itapeva
acabou desativado depois que o trecho paranaense até Jaguariaíva foi
suprimido, nos anos 1990. Entretanto, em 22/12/1997, o trem de passageiros,
voltou a funcionar, desta vez entre Sorocaba e Apiaí. O trem, com
algumas interrupções, funcionou até fevereiro de 2001. O trecho entre
Itapeva e Itararé teve os trilhos arrancados em 2001. Hoje, apenas
as estações de Tatuí, Itapetininga e Buri ainda funcionam para carga
de mercadorias, sob a administração da ALL. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Buri foi inaugurada em 1908, em uma cidade que já existia
havia tempos.
Nos anos 1930, passou a sair da estação um dos chamados ramais
lenheiros da Sorocabana e correndo no sentido de Capão
Bonito, Esses ramais eram construídos com a finalidade exclusiva
de buscar lenha para os trens, devido ao esgotamento das reservas
florestais do Estado, que nessa época já se fazia notar.
Na verdade, este ramal era mais do que um ramal lenheiro: em 1943,
o ramal era citado no relatório da Sorocabana como tendo até
dois postos telegráficos, um do tipo "b" (o posto
do km 304) e um do tipo "a" (o posto do km 316), que pela
definição, era considerado como uma estação.
Considerando a quilometragem da estação de Buri
como km 291 em 1934, o ramal teria pelo menos 25 km, mais seu prolongamento.
Nessa época, somente o seu prolongamento (de quantos quilômetros?
Seria a partir da estação do km 316?) era considerado
lenheiro. Os dois postos, especialmente o segundo, tiveram a renda
gerada e citada em 1943 - principalmente o mais distante, com tráfego
de mercadorias em geral e até de bagagem e encomendas.
De acordo com o jornal Folha da Manhã, de 20/9/1955,
"em 1944 o Instituto Nacional do Pinho adquiriu mil alqueires
de terra, localizados, em sua maior parte, no município de
Buri, em zona devastada pela Estrada de Ferro Sorocabana, que por
ali adentrava em ramal especial, a fim de abastecer-se de lenha. Foi
formado, então, o Parque Nacional de Itanguá
(...) para cultura e constituição de reservas de pinheiros".
Teria sido nessa época, portanto, que o ramal lenheiro (o "ramal
especial" citado na reportagem) teria cessado suas atividades.
No pátio da estação de Buri existia um virador; se olharmos
no Google Earth notamos o antigo sinal do "V". Hoje não existe
mais, foram retirados os trilhos e em sua ponta foi construída uma
praça.
Trens de passageiros utilizaram a estação até o final de 1978, quando
foram suprimidos.
Em dezembro de 1997, a estação voltou a receber trens de passageiros,
o Sorocaba-Apiaí, que chegava todos os dias perto das 23 horas.
A estação voltou a ficar, então, cheia de gente, como nos bons tempos.
Antes de 1997, mesmo trens de carga eram escassos por ali.
A estação, abandonada por vinte anos, foi recuperada e estava em muito
bom estado. O trem de passageiros terminou de vez em fevereiro de
2001.
Em 2006 a estação, reformada, funcionava como uma escola
de música.
Já em 2013... "No prédio da estação funciona o "Made
in Buri", um projeto de costureiras e artesãos que produzem e vendem
seu trabalho nas salas da estação. O local mudou muito; de
uns anos para cá, novas travessas foram abertas e uma revitalização
da área ocorreu, foi colocado grama em volta da estação, asfaltou-se
algumas ruas que faltavam em todo o entorno, passando a noite vê-se
o resultado da iluminação, a praça com a estátua do combatente da
revolução de 32 está bem iluminada e não se vê mais bêbados na praça;
Em todo o entorno, o cuidado com a limpeza é muito maior, mas infelizmente
não é suficiente contra a ação de vândalos, visto as pichações na
estação. Bom, poder-se-ia ter mantido muito da originalidade de todo
o complexo, como o barracão de cargas que ficava ao lado da estação
e o 'Y" de manobra na frente da estação entre outros detalhes, mas
levando em consideração o histórico de nossas ferrovias no Brasil,
acredito que não estamos tão ruim assim" (Thobias Pezzoni,
18/7/2013).
ACIMA: Trem misto de Bury a Lagoa Grande na inauguração da estação de Lagoa Grande em 1909 (Engenheiro Bacellar) (O Estado de S. Paulo, 2/1/1909).
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1916
AO LADO: Na saída da estação de Buri
para Aracaçu, um "quase-desastre" (O Estado
de S. Paulo, 27/1/1916).
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1923
AO LADO: A ideia de uma linha de bondes para Capão
Bonito (O Estado de S. Paulo, 30/1/1923).
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1923
AO LADO: E. F. Norte-Sul de S. Paulo passando por Buri?
Nunca vingou... (O Estado de S. Paulo, 27/4/1923).
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ACIMA: Desenho publicado no jornal em 1926.
Amplie para ver com mais detalhe. Ao fundo,a cidade de Bury. Ramal
de Bury (ou de Capão Bonito) à esquerda - mas ele ainda não
existia; linha da Sorocabana (ramal de Itararé) à direita; Estradas
para Itapetininga e para Capão Bonito, na época em terra; rio Apiaí,
com seu curso igual ao de hoje; O bairro do Tijuco Preto, na cidade,
à esquerda. O desenho não parece estar em escala (O Estado de S. Paulo,
28/3/1926).
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1932
AO LADO: Trem blindado em Buri na revolução (O Estado de S. Paulo, 30/7/1932). |
ACIMA: Soldados do exército nacional
dominaram a estação de Buri no final da Revolução
Constitucionalista (Revista da Semana, 19/9/1932).
OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO
E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS:
1934 - Pintura do armazem
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ACIMA: Mapa da região de Itapetininga
mostrando boa parte do ramal de Itararé em 1934. Trata-se
da linha preta que desce de Itapetininga até Itararé
(Acervo Sud Mennucci/Ralph M. Giesbrecht).
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1938
AO LADO:
Construção
do ramal de Buri (O Estado de S. Paulo, 9/9/1938).
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1938
AO
LADO: Construção
do ramal de Buri (O Estado de S. Paulo, 9/12/1938).
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1939
AO LADO: Trem misto mata cidadão em 1939 no pátio
da estação (O Estado de S. Paulo, 9/2/1939).
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1939
AO LADO: Construção dos jardins da estação
(O Estado de S. Paulo, 16/4/1939).
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1939
AO LADO: Mais sobre a construção do ramal
de Buri (O Estado de S. Paulo, 17/5/1939).
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ACIMA: Casa de turma da ferrovia
ainda existente no pátio de Buri (Foto Thobias Pezzonni, sem
data).
ACIMA: Na estação
de Buri em 1998 (Foto André Luiz de Lima).
ACIMA: O tempo apaga.Buri em 2018 (Foto Pedro Rodrigues em 8/2018).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht , pesquisa
local; André Luiz de Lima; Thobias Pezzonni; Adriano Martins;
Hugo Caramuru; Stenio Gimenez; Folha da Manhã, 1955; O Estado
de S. Paulo, 1916, 1923, 1926, 1938 e 1939; Revista da Semana, 1932;
E. F. Sorocabana: Relatórios anuais, 1910-69; IBGE, 1960; Mapas
- acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Buri, provavelmente por volta de
1930. Autor desconhecido |
A estação de Buri, por volta de 1975. Foto Stenio
Gimenez |
A estação em junho de 1990. Foto Hugo Caramuru |
Fachada da estação de Buri em 13/05/1998. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
Plataforma da estação de Buri em 13/05/1998, com
o trem Bandeirante à frente. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Estação de Buri, repintada, em 13/07/2003. Foto
Adriano Martins |
A estação em julho de 2013. Foto Thobias Pezzoni |
A estação em julho de 2013. Foto Thobias Pezzoni |
A estação em 8/2018. Foto Pedro Rodrigues |
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Atualização:
13.05.2022
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