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E. F. Bragança
(1885-1965) |
APEÚ
Município de Castanhal, PA |
E. F. Bragança - km 61,163 (1960) |
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PA-4156 |
Altitude: 13 m |
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Inauguração: 1885 |
Uso atual: mercado |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Em 1616,
quando Francisco Caldeira Castelo Branco aportou em Belém,
já lá encontrou comerciantes batavos e ingleses. Com a cidade já estabelecida,
açorianos também ali se instalaram e com isso outros núcleos foram
surgindo, como Souza do Caeté, a futura Bragança. Para prover o abastecimento
da região, já existia a cidade de São Luiz, no Maranhão, mas as comunicações
por mar, por terra e por via fluvial eram difíceis. Ao longo do caminho,
formaram-se pequenos povoados, como Castanhal, Igarapé-Açu, Timboteua
e Capanema. Somente no último quarto do século 19 é que o Governo
Provincial resolveu-se pela construção de uma estrada de ferro na
região, quando esta já tinha produção agrícola razoável, mas uma imensa
dificuldade de escoamento. A ferrovia deveria ligar Belem a São
Luiz. Em 1870 já havia negociações nesse sentido. Após várias
demoras e desistências, a obra começou em meados de 1883. Em 24 de
junho de 1884 foi inaugurado o trecho inicial até a colônia de Benevides
e em 1885, a Apeú. O trecho seguinte até Jambu-Açu, a 105 km de Belém,
foi completado em 1897. Até 1907, a ferrovia avançou mais 31 km e
em 1908 chegou a Bragança, seu objetivo mais importante: a essa altura,
São Luiz era já um sonho numa estrada que não atingia 300 km de extensão.
A ferrovia, sempre deficitária, tentou-se arrendar em 1900, mas, como
o desenvolvimento na região por ela percorrida compensava os prejuízos,
resolveu-se por um empréstimo externo no valor de 650 mil libras esterlinas.
Finalmente, em 1923, a ferrovia foi repassada para a União e o Estado
tornou-se seu arrendatário até 1936. A partir daí, passou de vez para
administração federal. Em 1965, em péssimas condições de operação,
fechou de vez. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Apeú foi inaugurada como ponta de trilhos em 1885.
Nessa época, com 68 quilômetros de extensão (quilometragem
da época) e ainda longe de ser terminada, afastou-se o concessionário
original da mesma - não foram alcançados os resultados
previstos em matéria de rendimento econômico previstos
no contrato, que também previa por parte do concessionário
a colonização por meio de imigração -
e a ferrovia passou a ser administrada pelo próprio dono, o
Governo da Província do Pará, que nomeou um empreiteiro
para continuar a obra. Em 1896, o quadro de estações
e paradas da linha era este.
A linha chegava até Castanhal
e tinha oito estações. A de Belém era
a 1a e a de Apeú, a 7a. Havia ainda 16 paradas, tudo
isso em 75 km de linha-tronco (Folha do
Norte, 29/2/1896). Diante do insucesso da colonização,
o próprio Governo leva e instala, a 7 de setembro de 1886,
108 colonos açorianos, destinado à colônia Araripe,
em Apeú. Porém, levados pelo trem até
o local onde deveria ser instalada a colônia, os colonos recusam-se
a desembarcar, alegando falta absoluta de providências para
ACIMA: Ponte do Apehú, próxima à
estação (Cartão postal, data desconhecida).
alojá-los condignamente. Foram levados então
de volta para Belém onde se dispersaram por completo.
Com isto, somente oito anos depois se instalou a primeira colônia
da região bragantina, a de Benjamin Constant, que, na
época, estava bem longe do final dos trilhos. A velha estação
do Apeú estava de pé em 2008 e virou mercado. Mas as telhas
não eram as originais, francesas. Em frente a ela há uma casa
coberta com telhas que parece com as da antiga estação. A referida
casa é mais antiga do que a própria estação. Pertence a um dos primeiros
moradores, filho de portugueses que vieram dar com os costados por
aqui, e que cobriram sua casa com telhas francesas também. As telhas
da antiga estação do trem foram retiradas na última reforma aviltante
que realizaram neste pequeno pedaço da história de Castanhal.
Descaracterizaram os aspectos originais da antiga estação do trem.
Assim, as telhas originais do agora mercado foram retiradas e os moradores
também se perguntam até hoje para onde as levaram.
(Fontes: José Maria Quadros de Alencar:
Blog do Alencar, 25-26/01/2008; Folha do Norte, 29/2/1896;
IBGE: Revista Brasileira de Geografia, julho-setembro
de 1961; Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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Atualização:
03.03.2014
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