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E. F. Bragança
(1897?-1965) |
CASTANHAL
Município de Castanhal, PA |
E. F. Bragança - km 68,615 (1960) |
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PA-4152 |
Altitude: 45 m |
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Inauguração: 1896 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: Em 1616,
quando Francisco Caldeira Castelo Branco aportou em Belém,
já lá encontrou comerciantes batavos e ingleses. Com a cidade já estabelecida,
açorianos também ali se instalaram e com isso outros núcleos foram
surgindo, como Souza do Caeté, a futura Bragança. Para prover o abastecimento
da região, já existia a cidade de São Luiz, no Maranhão, mas as comunicações
por mar, por terra e por via fluvial eram difíceis. Ao longo do caminho,
formaram-se pequenos povoados, como Castanhal, Igarapé-Açu, Timboteua
e Capanema. Somente no último quarto do século 19 é que o Governo
Provincial resolveu-se pela construção de uma estrada de ferro na
região, quando esta já tinha produção agrícola razoável, mas uma imensa
dificuldade de escoamento. A ferrovia deveria ligar Belem a São
Luiz. Em 1870 já havia negociações nesse sentido. Após várias
demoras e desistências, a obra começou em meados de 1883. Em 24 de
junho de 1884 foi inaugurado o trecho inicial até a colônia de Benevides
e em 1885, a Apeú. O trecho seguinte até Jambu-Açu, a 105 km de Belém,
foi completado em 1897. Até 1907, a ferrovia avançou mais 31 km e
em 1908 chegou a Bragança, seu objetivo mais importante: a essa altura,
São Luiz era já um sonho numa estrada que não atingia 300 km de extensão.
A ferrovia, sempre deficitária, tentou-se arrendar em 1900, mas, como
o desenvolvimento na região por ela percorrida compensava os prejuízos,
resolveu-se por um empréstimo externo no valor de 650 mil libras esterlinas.
Finalmente, em 1923, a ferrovia foi repassada para a União e o Estado
tornou-se seu arrendatário até 1936. A partir daí, passou de vez para
administração federal. Em 1965, em péssimas condições de operação,
fechou de vez. |
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A ESTAÇÃO: Castanhal
já antes da chegada da estrada de ferro era um núcleo
constituído, com o seu comércio tradicional estabelecido.
Com o estacionamento da construção da estrada de ferro,
Castanhal desempenhou durante vários anos a função
de ponta de trilhos, o que veio reforçar mais ainda a sua posição
de centro regional. Daí partia a estrada para Curuçá
e outros UFPA).
Leis de 1892 e 1893 autorizaram a construção de um ramal
para Salinas, na costa paraense. A 11 de julho de 1894 ficaram
concluídos 15,040 km de linha entre Castanhal e Marapanim.
O ramal, jamais completado, foi deixado de lado em 1902.
A estação
de Castanhal foi inaugurada em 1896. O conjunto de novas colônias,
localizadas no trecho seguinte, até Jambu-Açu,
evidentemente haveria de girar na esfera econômica deste centro
já estabelecido.
Em
1896, o quadro de estações e paradas da linha era este.
A linha chegava até Castanhal e tinha oito estações. A de Belém era
a 1a e a de Castanhal, a 8a. Havia ainda 16 paradas, tudo isso
em 75 km de linha-tronco (Folha do Norte, 29/2/1896).
"Em Castanhal, o trem entrava imponente
na gare mais bonita da estrada, com duas plataformas, e o trem passava
ao centro. Lá a demora era um pouco maior, a cidade comportava"
(Júlia, a "Julinha", 80 anos em 2003, Professora).
A mais bonita estação
da velha estrada já foi para o saco: hoje, 2008, há
um memorial no lugar dela, na esquina da avenida Barão do Rio Branco
com a rua Irmã Adelaide. Teria sido demolida na gestão do prefeito Almir Lima (lastimável atitude) que foi prefeito entre
1977 e 1982. Porém, Pedro Mota Filho tem fotografias
desta demolição dando a data como tendo sido em 1966 - antes do tal prefeito citado. Qual será a data correta?
Apesar disso, há uma réplica de uma locomotiva a vapor,
a Castanhal, com o nome da cidade, exposta na Praça do Estrela. A
atual avenida Barão do Rio Branco faz uma curva suave exatamente como
fazia a ferrovia.
ACIMA: A estação de Castanhal e o
núcleo de colonização de Nhangapi, de 1898, em
mapa de 1908 (Revista Brasileira de Geografia, jul-set 1961).
ACIMA e ABAIXO: A demolição da estação
de Castanhal, citada pelo dono das fotografias como tendo sido em
1966 e não no final dos anos 1980 (Acervo Pedro Mota Filho).
(Fontes: Acervo Pedro Mota Filho; Folha do Norte,
29/2/1896; IBGE: Revista
Brasileira de Geografia, julho-setembro 1961; Guia Geral de Estradas
de Ferro do Brasil, 1960; José Maria Quadros de Alencar: Blog
do Alencar; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
1957) |
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A estação de Castanhal, nos anos 1950. Foto publicada
na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
IBGE, vol. XIV, 1957, p. 346
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Idem, citada como sendo em 1968. Mas foi mesmo, se a estação
pode ter sido demolida em 1966? |
A demolição da estação, citada como
tendo sido em 1966 pelo dono da fotografia. Acervo Pedro Mota
Filho |
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Atualização:
08.05.2019
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