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Canas
Cachoeira
Embaú
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ram. S. Paulo EFCB-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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E. F. Dom Pedro
II (1875-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
CACHOEIRA
PAULISTA
(antiga CACHOEIRA e VALPARAÍBA)
Município de Cachoeira Paulista, SP |
Ramal de São Paulo - km
265,492 |
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SP-0721 |
Altitude: 520,490 m |
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Inauguração: 20.07.1875 |
Uso atual: abandonada e em ruínas (2020) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1877 |
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HISTORICO DA LINHA: Em
1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do
Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo
da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em
12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica,
encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro
e pertencia ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal,
que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo
Cachoeira no terminal navegável dois anos antes e com bitola larga
(1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias
se deu em 8/7/1877, com festas. As cidades da linha se desenvolveram,
e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"...
O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi
uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba.
Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar
E. F. Central do Brasil, que, em 1896, incorporou a já falida
E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as
2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cacheoira-Taubaté)
e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA.
O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos
anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte,
foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998,
o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado,
com o fim do Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a
concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde
1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e
no trecho D. Pedro II-Japeri, no RJ. |
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A ESTAÇÃO: A E. F.
Dom Pedro II chegou a Cachoeira em 20/07/1875, abrindo a estação
para servir ao terminal navegável do rio Paraíba. Essa primeira estação,
construída pela E. F. Dom Pedro II, não era a atual;
por pouco tempo, foi uma provisória, próxima ao local
da atual, que de 1876 a 1877 recebia de Taubaté uma
diligência que trazia os passageiros que desembarcavam nessa
estação, na época terminal da linha da E. F.
do Norte, e seguiam até Cachoeira.
Dois nos depois, na demolição deste prédio para que no local fosse construída a grande estação da D. Pedro II (depois Central do Brasil), acharam debaixo do piso uma série de documentos, jornais e contas, o que mostrava a falta de organização ou mesmo a curiosidade dos seus funcionários da época (ver caixa abaixo de 1877).
Por sua vez, a E. F. do Norte chegou com seus trilhos de bitola métrica
lá em 12/05/1877, mas a inauguração oficial da ligação ferroviária
só aconteceu quase dois meses depois. Foi nessa época que o
atual prédio da estação foi entregue.
Em 8/7/1877, um domingo, dez mil pessoas receberam no Brás
a chegada dos 500 passageiros da viagem inaugural Rio-São Paulo, em
dois trens e quinze carros, com o Conde D'Eu, representando
o Imperador e o Conselheiro Homem de Mello, de Pindamonhangaba.
Eles partiram do Rio às 6:15 da manhã, com festas, discursos,
hinos e rojões, festas que se repetiam nas estações do percurso, embora
não tenha o comboio parado em nenhuma delas; apenas parou na de Cachoeira,
onde foi feita a baldeação por causa da diferença de bitola. As cidades
da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora
dela viraram as "Cidades Mortas" de Monteiro
Lobato.
Por alguns anos, entre 1944 e 1948, a cidade e a estação
se chamaram Valparaíba. Finalmente, o nome se tornou
Cachoeira Paulista. O custo da baldeação em Cachoeira
era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da
produção de café no Vale do Paraíba. Com a incorporação da EFN pela
EFCB, em 1890, as bitolas foram unificadas dezoito anos depois, época
em que a baldeação na estação de Cachoeira acabou.
É, e sempre foi, uma das maiores estações do ramal, sendo difícil
de fotografar por estar situada em uma rua estreitíssima que
passa à sua frente, paralela aos trilhos. Está, infelizmente, abandonada
há anos e sendo aos poucos destruída e saqueada por vândalos. Por
outro lado, está tombada pelo CONDEPHAAT.
"A 'velha dama' impressiona pelo tamanho. Apesar de sempre passar
por ali, a sensação é sempre a mesma, de reverência ante a grandeza
e beleza da construção. Pena que, a esta sensação, se junte o
sentimento de profunda tristeza pelo estado de total abandono em que
ela se encontra. Quanto mais me aproximo dela, mais posso notar os
danos causados pelo tempo, pelo descaso e pelo
vandalismo. Vinte e um anos após seu tombamento, ela está bem próxima
de desaparecer. As janelas, o piso interior, as portas, quase tudo
já se foi. Das lindas escadas e do telhado, quase nada resta. Confesso
que fico com um nó na garganta. É interessante que nos letreiros da
estação o nome Cachoeira Paulista já vai sumindo pelo tempo e já é
aparece neles o nome antigo da estação, Valparaiba" (Renato
Philippini, 20/10/2003).
"A estação funcionou até a privatização (1996), estive lá
algumas vezes em 1996 e ainda havia algumas salas ocupadas pelo pessoal
da Rede e outra pela AFAP (Associação dos Ferroviários Aposentados
e Pensionistas), mas a maior parte da estação já estava em ruínas
como as torres e a parte do meio cujo teto já havia desabado há anos.
É como você falou, é muita estação para pouca cidade, além da
restauração ser cara o município não teria como arrumar uma finalidade
que pudesse compensar o investimento e que tornasse o prédio auto-sustentável
como ocorre na Luz ou na Júlio Prestes. No século final do século
XIX a estação abrigava além da ferrovia, a agência de correios e a
câmara municipal que teve o prédio como sua primeira sede"
(Marco Giffoni, 11/2006).
Em 2018, da estação somente restava a carcaça. O telhado caíra, as janelas apodreceram, o madeirame interno sumiu.
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1877
AO LADO: Descoberta no soalho da estação de Cachoeira
(A Provincia de S. Paulo, 28/9/1877). |
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1877
AO LADO: As consequencias do achado sob o piso da estação de Cachoeira
(A Provincia de S. Paulo, 1/11/1877). |
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1881
AO LADO: Problemas com o bilhete na baldeação em Cachoeira
(A Provincia de S. Paulo, 24/11/1881). |
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1882
AO LADO: Na estação de Cachoeira, as indefinições sobre o trem Rio-S. Paulo, com as chuvas causando problemas na parte fluminense da linha, que era a E F D Pedro II
(A Provincia de S. Paulo, 11/3/1882). |
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1882
AO LADO: Na estação de Cachoeira, um novo restaurante para comer em 40 minutos
(A Provincia de S. Paulo, 23/05/1882). |
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1886
AO LADO: Acidente entre as estações de Cachoeira e Lorena
(A Provincia de S. Paulo, 30/12/1886). |
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1889
AO LADO: Voltando de uma visita a São Paulo e o interior da provincia, o Conde D'Eu não tem muita gente para recebê-lo na estação de Cachoeira. O jornal se diverte e é irônico: A Provincia era totalmente contra a monarquia e fazia ampla campanha para derrubá-la
(A Provincia de S. Paulo, 27/3/1889). |
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1889
AO LADO: Problemas com a bagagem de passageiro na estaçãop
(A Provincia de S. Paulo, 18/7/1889). |
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1891
AO LADO: Menino cai da plataforma e é abandonado ali sem ajuda
(A Provincia de S. Paulo, 27/11/1891). |
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1892
AO LADO: Os cavalos de corrida não puderam desembarcar em Cachoeira para dali fazerem baldeação para a estação do Norte, em SP.Donos alegam prejuízo pois vieram do Rio com os animais para a corrida e já está em cima da hora
(A Provincia de S. Paulo, 6/3/1892). |
ACIMA:
Trem da Central na estação em 1915 (Acervo Regina Rousseau).
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1926
AO LADO: Acidente na estação
(O Estado de S. Paulo, 13/8/1926). |
ACIMA: Cena durante a revolução de 1932 no pátio
de Cacheoira Paulista (Acervo Ralph M. Giesbrecht/Sud Mennucci).
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1933
AO LADO: Acidente no patio da estação de Cachoeira (O Estado de S. Paulo, 3/2/1933). |
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1935
AO LADO: Acidente em Cachoeira (O Estado de S. Paulo, 13/2/1935). |
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1935
AO LADO: Desastre em Cachoeira (O Estado de S. Paulo, 5/9/1935). |
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1939
AO LADO: Desfalque na estação (O Estado de S. Paulo, 26/3/1939). |
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1941
AO LADO: Solta-se a roda da automotriz (O Estado de S. Paulo, 20/2/1941). |
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1949
AO LADO: A discussão sobre
o nome da estação e da cidade, modificados em
1944, acabou por gerar a volta ao nome original com o sufixo
Paulista em 1949 (Folha da Manhã, 11/3/1949). |
ACIMA: Foto aérea de Cachoeira Paulista
em 1952. A estação fica ao lado do rio Paraíba
do Sul. A última vez em que estive lá, não era
possível se ver o rio, de tanta favela entre o pátio
e a margem. Isto foi em 2004 (Autor desconhecido).
ACIMA e ABAIXO: A estação em
dois tempos: anos 1950 e 2006. Hoje, próximo de desabar, a
vista da estação do rio Paraíba do Sul não
espelha exatamente isso. A majestade, no entanto, se mantém.
A vergonha de nada ser feito para proteger este magnífico prédio,
tanto fisicamente com historicamente, pesa sobre nossas cabeças
(Fotos: anos 1950 - Acervo Mario Garrote; 2006 - Flávio Roger).
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1966
AO LADO: Passageiros esperam pelo trem na plataforma
da estação de Cachoeira Paulista. "Quem não se lembra da Rede? Quando apitava ao
meio dia e as quatro e meia?" (Juliani de Paula Silva,
18/4/2012). |
ACIMA: Deposito ferroviário de Cachoeira. Fica a cerca
de 1 km antes da estação (para quem vem de São
Paulo) e ainda estava em pé em 2014 (Data e autor desconhecidos).
ACIMA: No dia do tombamento da estação em 08/04/1982 (Foto ACR)..
ACIMA: Cidade e estação vistas do mirante do outro lado do
rio Paraíba do Sul (Data e autor desconhecidos).
ACIMA: Oficinas de Cachoeira, anos 1980 (Foto
Mario Garrote).
ACIMA: Foto dos anos 1980 (Autor desconhecido).
ACIMA: Piso hidráulico da estação
de Cachoeira Paulista, como estava em 2004 (Foto Diego S. G. Reis,
2004).
ACIMA: Acidente ferroviário ao lado da
estação de Cachoeira Paulista em 23/4/2011 (Autor desconhecido).
ACIMA: Em foto de 14/3/2020, reparar no dístico, onde a pintura mais nova (em preto), desgastada, não esconde totalmente a pintura velha, eliminada nos anos 1940 e que mostra o nome que vigorou por alguns anos nessa época: Valparaíba (Foto Alexandre Valavicius).
ACIMA: Em outra foto de 14/3/2020, outro dístico, onde a pintura mais nova (em preto), desgastada, também não consegue esconder a pintura velha do nome da estação, eliminada nos anos 1940 e que mostra o nome que vigorou por alguns anos nessa época: Valparaíba (Foto Alexandre Valavicius).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa
local; Regina Rousseau; Diego S. G. Reis; Marco Giffoni; Mário
Garrote; Christoffer R.; Carlos R. Almeida; Flávio Roger; Renato
Philippini; Folha da Manhã, 1949; O Estado de S. Paulo, 1939;
Mapa e foto - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Cachoeira, em 1908. Foto cedida por
Christoffer R. |
Em 1932, mãe se despede do filho e um colega que partem
de Cachoeira para a frente de batalha na Revolução
Constitucionalista. Foto do acervo Ralph M. Giesbrecht |
A estação nos anos 1940. Acervo Mário Garrote |
A Biriba em frente à estação de Cachoeira
Paulista, em 01/07/1962. Foto Mario Garrote |
A estação em 1977. Cessão Marco Giffoni |
A estação em 1982. Cessão Marco Giffoni |
S
Corpo central da estação (28/10/1998). Foto Ralph
M. Giesbrecht |
A estação de Cachoeira, vista do oeste (28/10/1998).
Foto Ralph M. Giesbrecht |
Corpo central da estação (28/10/1998). Foto Ralph
M. Giesbrecht |
Corpo lateral, detalhe que mostra o abandono e o descaso, em
12/11/2000. Foto Carlos R. Almeida |
Em 12/11/2000, vista do leste. Foto Carlos R. Almeida |
Cada vez em pior estado, o prédio vai se degradanto,
os telhados vão cedendo... Foto Renato
Philippini, em 20/10/2003 |
Cada vez em pior estado, o prédio vai se degradanto,
os telhados vão cedendo... Foto Renato
Philippini, em 20/10/2003 |
A ex-estação em 2012. Foto Marco Giffoni |
A velha estação em 14/3/2020. Foto Alexandre Valavicius |
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Atualização:
11.10.2021
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