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VXY Mogiana em MG
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Paranapiacaba
Campo Grande
Eletrocloro
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SPR-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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São Paulo Railway (1889-1947)
E. F. Santos-Jundiaí (1947-1975)
RFFSA (1975-1994)
CPTM (1994-2002)
MRS (2021-)
CAMPO GRANDE
Município de Santo André, SP
Linha-tronco - km 34,880 (1935)   SP-1076
Altitude: 757 m   Inauguração: 01.08.1889
Uso atual: totalmente restaurada (2021)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1929
 
 
HISTORICO DA LINHA: A São Paulo Railway - SPR ou popularmente "Ingleza" - foi a primeira estrada de ferro construída em solo paulista. Construída entre 1862 e 1867 por investidores ingleses, tinha inicialmente como um de seus maiores acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou durante muito anos - até a década de 1930, quando a Sorocabana abriu a Mairinque-Santos - o café e outras mercadorias, além de passageiros de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul. Em 1946, com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União sob o nome de E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). O nome pegou e é usado até hoje, embora nos anos 1970 tenha passado a pertencer à RFFSA, e, em 1997, tenha sido entregue à concessionária MRS, que hoje a controla. O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997 e o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continuou até 2002 com a CPTM. Hoje o transporte de passageiros se dá apenas entre Jundiaí e Rio Grande da Serra.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Campo Grande foi inaugurada em 1889. Era muito utilizada no passado por famílias que viviam no ABC e queriam fazer piqueniques. Desciam nessa estação e andavam pelos caminhos em volta para procurar um bom local. Às vezes, chegavam até Paranapiacaba, estação quatro quilômetros à frente e onde a ferrovia não permitia que se descesse para fazer os piqueniques.

A inauguração da estação ferroviária do Campo Grande, em 1889, criou as condições necessárias para o extrativismo de madeira que alimentava os fornos das olarias dos núcleos coloniais de Ribeirão Pires e São Caetano do Sul; também contribuía com a produção de carvão que atendia às demandas do acelerado crescimento da capital paulista e de Santos.

A estação, no município de Santo André, nas proximidades da Vila de Paranapiacaba, que no projeto da estrada de ferro tinha por objetivo apenas ser uma parada intermediária para o abastecimento de água para as locomotivas, foi gradativamente assumindo a função de escoar a produção de lenha e carvão.

Toda essa área devastada, no passado, está hoje em franco processo de regeneração e sua história pode ser resgatada por meio do Trecho dos Carvoeiros, em aproximadamente 10 km de extensão. Você percorrerá estradas entre matas, avistará monumentos, e encontrará a encantadora Vila Ferroviária de Paranapiacaba no alto da Serra do Mar (Guia de Ecoturismo Caminho do Sal, São Bernardo do Campo, Santo André e Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, Brasil - Versão 3, São Bernardo do Campo, SP, janeiro 2017)

Segundo Thomas Corrêa, em 1990 ainda era uma estação com seus móveis dentro e seu chefe. Logo depois foi fechada e abandonada e foi eventualmente utilizada como parada quando havia passageiros da CPTM para
embarcar ou desembarcar. Seu prédio ainda é uma das estações originais da SPR.

Os trens metropolitanos da CPTM, a partir de novembro de 2001, somente paravam ali nos fins de semana. Em 2002 os trens deixaram definitivamente de ir até Paranapiacaba, parando na estação anterior de Rio Grande da Serra e retornando para a Luz.

Parte da estação já havia desabado e a passarela estava interditada janeiro de 2007. Em 2010 um incêndio piorou a situação. Em 2019 estava parcialmente arruinada (Mais sobre a estação aqui).

"A estação de Campo Grande da antiga São Paulo Railway encontra-se em processo de restauração e passará a atender às demandas da MRS. Existem informações que dão conta que esse será o mesmo destino da estação de Paranapiacaba, porém, nessa segunda, ainda não existem obras aparentes a esse fim, apenas poucos funcionários em uma aparente reforma bem lenta e somente de interiores" (Emilson José da Silva, 19/5/2020).

No final de 2020, foi entregue totalmente restaurada, em projeto elaborado pela arquiteta Fabiula Domingues (ver caiza abaixo, de 2021).


ACIMA: Nos bons tempos quando ainda havia vida na região. Isto em 1889 (A Provincia de S. Paulo, 31/7/1889).

1893
AO LADO:
Acidente em Campo Grande jamais teve um grande movimento: é por isto que nem todos os trens paravam lá e nem ela se tornou uma estação que seja utilizada pela CPTM já há mais de dez anos (O Estado de S. Paulo, 25/11/1893)


ACIMA: O 'dono de tudo" na estação não queria vender a pedreira (oesp, 11/9/1926)

1929
AO LADO:
A estação de Campo Grande jamais teve um grande movimento: é por isto que nem todos os trens paravam lá e nem ela se tornou uma estação que seja utilizada pela CPTM já há mais de dez anos (Folha da Manhã, 28/8/1929)

ACIMA: Abandono total em 2010 (Foto Leonardo Daguano).

ACIMA: A estação em ruínas e o pátio cheio de linhas utilizado pela MRS (Foto Eduardo H. Paulino em outubro de 2010).

ACIMA: Interior da estação em ruínas em 2020 (Autor desconhecido).

ACIMA: A estação e seu pátio restaurados no início de 2021 para servir de sede do centro de controle operacional das composições MRS que trafegam pela região em direção ao Porto de Santos ou retornando no sentido do interior de São Paulo, entre outros destinos (Foto MRS cedida em 01/01/2021).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisas locais; Leandro Guidini; Eduardo H. Paulino; Reinaldo Martins; Adalberto Gaib; Leonardo Daguano; Wilson de Santis Jr.; André Galesso; Thomas Corrêa; Cesar Tonetti; A Provincia de S. Paulo, 1889; São Paulo Railway, Relação oficial de estações, 1935; Guia de Ecoturismo Caminho do Sal, São Bernardo do Campo, Santo André e Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, Brasil - Versão 3, São Bernardo do Campo, SP, janeiro 2017; Guias Levi, 1932-80; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação nos anos 1960. Acervo Reinaldo Martins

A estação, provavelmente nos anos 1990. Autor desconhecido/FB

A estação com o trem da CPTM à frente. Autor desconhecido

A estação, foto sem data. Autor desconhecido

A estação, em janeiro de 2001. Autor desconhecido

A estação em 2001. Foto André Galesso

A estação em 2003. Foto Adalberto Gaib

A outra plataforma da estação, em 11/2004. Foto Wilson de Santis Jr.

Escadarias da estação, em 11/2004. Foto Wilson de Santis Jr.

A estação em 30/1/2013. Foto Leandro Guidini
   
     
Atualização: 07.01.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.