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Pontal
Cândia
Geórgia
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ramal de Pontal - 1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2000
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E. F. Morro Agudo
(1929-1952)
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1952-1966) |
CÂNDIA
Município de Pontal, SP |
Ramal de Pontal - km 30,300 |
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SP-1065 |
Altitude: 522 m |
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Inauguração: 14.09.1927 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1927 (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: O ramal de
Pontal, da Cia. Paulista, se originou do ramal do Mogi-Guaçu, aberto
em 1903 ligando Rincão a Pontal. A partir de 1914, Pontal foi ligada
ao ramal de Sertãozinho, da Mogiana, pelo acordo entre as duas companhias.
Em 1930, com a consolidação do tronco de bitola larga da Paulista
passando pelo trecho entre Guatapará e Passagem, o agora ramal de
Pontal ficou sendo apenas a parte entre esta última e Pontal. Já havia
um ano, entretanto, Pontal estava ligada a outra ferrovia, a E. F.
Morro Agudo, que partia dali e atingia Morro Agudo, com 41 km de linha.
Com a compra desta ferrovia pela Paulista, em 1952, depois de anos
de administração da linha, a ferrovia foi incorporada e passou a fazer
parte do ramal de Pontal. Em 16/09/1966, o trecho da antiga EFMA foi
fechado e os trilhos retirados. Em 1970, o trecho Passagem-Pontal
foi unido à Mogiana administrativamente, passando a constituir um
ramal único, sem necessidade de baldeações. Em 1971, passou para a
Fepasa, e poucos anos depois, o tráfego de passageiros foi suprimido.
O ramal está abandonado há anos, sem movimento de cargas, e em 1998
passou a ser propriedade da concessão da Ferroban. |
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A ESTAÇÃO: Diz a história
que a estação de Cândia foi inaugurada em 1927, com festas
e quermesses, e que a partir dessa data, e em volta da estação, cresceu
a vila de Cândia. Somente em 1929, a 15 de agosto, é que foi
aberta a linha, sendo essa a data do primeiro trem da E. F. Morro
Agudo que passou por ela. Embora devesse ter se chamado Santa
Helena, homenageando Helena de Castro, proprietária de
terras na região, o seu nome acabou vindo do nome do presidente da
ferrovia, Coronel Cândido Pereira Lima (que, aliás, também
deu o nome novo à estação de Porangaba, no ramal de Igarapava,
da Mogiana, vinte e cinco anos mais tarde), embora há quem diga que
o nome teria sido inspirado na ilha grega de Cândia... Em 1952, a
ferrovia foi comprada pela Paulista e passou a fazer parte do ramal
de Pontal. Foi fechada a 19 de junho de 1966, juntamente com o
trecho entre Pontal e Morro Agudo. O local hoje é um
distrito de Pontal, desde 1957. O prédio da estação foi demolido,
segundo moradores há "apenas alguns anos", sobran-do somente
a sua plataforma, ao lado da estrada asfaltada que liga Pontal
à via Anhangüera. "Quanto à estação de Cândia, eu ainda
me lembro do antigo prédio, que foi demolido no final da década de
80. Por um tempo serviu como central telefônica (década de 70), também
foi uma discoteca (início da década de 80) e moradia (até sua demolição).
Meu pai viajou muito nessa ferrovia, e vive me contando histórias
dela. Ele usava o trem para ir até a escola, em Pontal, e conta que
as composições andavam sempre cheias na década de 50, com duas viagens
de ida e volta diárias no trecho. Como o volume de passageiros diminuiu,
na década de 60, devido à concorrência com o transporte rodoviário,
nos seus últimos dias, somente um trem passava pela linha, numa manobra
um pouco estranha: a locomotiva ficava em Pontal à noite, para manutenção,
enquanto os carros de passageiros passavam a noite em Morro Agudo.
Toda a manhã a locomotiva se deslocava até
ACIMA: Foto de 1948 que mostra a locomotiva
número 620 - que rodou na ferrovia até sua extinção - parada em frente
à estação, vinda de Morro Agudo. (Foto extraída da revista
“Pontal – Campos em Flor: O Centenário da Cidade no Contexto Histórico”,
editora Noovha América, 2007 - gentileza Angelo Stabile).
ABAIXO: Mapa publicado na imprensa no dia da inauguração
da ferrovia (O Estado de S. Paulo, 15/8/1929).
Morro
Agudo e trazia o vagão com passageiros até Pontal, voltando a Morro
Agudo à noite. Depois a locomotiva voltava sozinha para Pontal (coisa
estranha né?). A locomotiva levava dois carros, um misto de primeira
e segunda classes, e um de segunda classe. Eram vagões com assentos
de madeira, sendo que os da primeira classe tinham certo estofamento.
Muitas vezes, os trens eram mistos, trazendo gado, lenha e leite,
além dos carros de passageiros. Contava meu avô, que na época da Revolução
de 1932, até locomotivas da Mogiana andaram pela linha, para carregar
soldados vindos de Minas Gerais. A estrada vicinal que liga Pontal
à Cândia segue, praticamente, paralela ao curso da antiga linha da
EFMA, e é muito fácil ver os resquícios desta. Algo que está muito
conservado é a antiga ponte de ferro sobre o rio Pardo (em anexo),
atualmente desativada, mas que, recentemente, teve piso de madeira
colocado para substituir a ponte rodoviária, enquanto esta última
passava por reformas. Contava meu avô, que durante a construção da
ponte, podia-se ouvir de longe o barulho das máquinas que batiam rebites
na estrutura. Existem, também, ruínas de casas de conserva entre Cândia
e o rio Pardo e entre Cândia e Geórgia" (Angelo Stabile,
05/2007).
(Fontes: Ralph Giesbrecht, pesquisa local; Maria
A. Barbeti; Angelo Stabile; Elias Vieira; O Estado de S. Paulo, 1929;
Pontal – Campos em Flor: O Centenário da Cidade
no Contexto Histórico” Cia. Paulista: relatórios anuais, 1940-69;
Relatório do Governo do Estado de São Paulo, 1929;Mapa
- acervo R. M. Giesbrecht) |
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A foto mostra a estação de Cândia, em 1929.
Foto do Relatório do Governo do Estado de São
Paulo, 1929 e cedida por Elias Vieira |
A plataforma foi tudo que restou da estação de
Cândia, em 27/12/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
12.10.2013
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