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Ibicaba
Cordeirópolis
Santa Gertrudes
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Saída para o ramal de Descalvado: Remanso
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2015
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1876-1971)
FEPASA (1971-1998) |
CORDEIRÓPOLIS
(antiga CORDEIRO)
Município de Cordeirópolis,
SP |
Linha-tronco - km 116,965 (1958) |
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SP-1158 |
Altitude: 630,064 m |
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Inauguração: 11.08.1876 |
Uso atual: abandonada (2017) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1876 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho,
Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro,
em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense,
em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola
larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção
leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas
linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de
volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio
Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar
a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março
de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: Cordeiro,
ou Cordeiros, era um lugar perdido perto da histórica Fazenda
Ibicaba que acabou sendo escolhida para ponto de saída da estrada
do Mogy-Guassú, mais tarde chamado de ramal de Descalvado,
porque, apesar do seu isolamento, apresentava condições técnicas mais
favoráveis para a saída da nova linha.
A estação foi inaugurada em 11 de agosto de 1876, no mesmo dia da
abertura da estação de Rio Claro, como um barraco de madeira,
como a maioria das estações daquele tempo. Seu nome viria da existência
por ali de cordeiros - ou seja, fabricantes de cordas, embora hoje
em dia se aceite como mais provável a herança do nome,
pela estação, da antiga fazenda Cordeiro.
Mesmo com o isolamento, somente cinco anos mais tarde se pensou nos
funcionários do local, de acordo com o relato de 1881: "Em Cordeiro
tambem se construiu um rancho de madeira para os empregados dalli,
visto não haver commodidade alguma naquelle logar".
Dois anos depois, construiu-se um botequim na estação - não
seria este ainda, no entanto, aquele que foi conhecido pelos freqüentadores
da estação até os anos 1990.
Em 1914, o prédio foi reformado e ampliado, ganhando um botequim novo
em forma de quiosque, no centro do triângulo formado pelo prédio da
estação e as plataformas de embarque de cada uma das duas linhas.
O quiosque tornou-se famoso pela sua beleza e arquitetura. Cordeiros
tornou-se, então, mantendo basicamente o mesmo prédio de 1883, uma
das estações mais belas da Paulista.
Em 1916, com a modificação das linhas de bitola larga da Paulista,
continuou como uma estação do tronco principal, mas a linha para Descalvado
se tornou a partir daí o ramal de Descalvado, e o tronco seguia
para Rio Claro e São Carlos.
Nos 1943, a cidade emancipou-se com o nome de Cordeirópolis.
A partir de fevereiro de 1977, os trens de passageiros para o ramal
de Descalvado não circularam mais. Cordeirópolis continuou
a atender os passageiros do tronco, com a estação seguindo ativa até
1995.
O abandono pesado veio em seguida. Mesmo embarcando uma quantidade
muito diminuta de passageiros até março de 2001, quando passou
por ali o último trem de passageiros da nefasta Ferroban, o
prédio foi sendo invadido aos poucos por mendigos, que causaram dois
grandes incêndios, um, em 1993, que destruiu totalmente o belo quiosque
de madeira, e teria sido causado por um funcionário da Fepasa descontente,
e outro em 1995, depois do fechamento da estação no
início de abril, que destruiu o interior da casa de controle,
do outro lado da plataforma em relação ao prédio da estação. Aliás,
ainda pode se ler no dístico pintado na casa de controle, o nome Cordeirópolis,
e, por baixo dele, apagado, o nome antigo: Cordeiro.
Sem portas e janelas, e um prédio totalmente vazio e depredado, a
estação de Cordeirópolis parece gritar por socorro
para cada trem que passa por ali (Do livro de Ralph
Mennucci Giesbrecht - "Caminho para Santa Veridiana" - Ed.
Cidade, 2003).
Em fevereiro de 2004, a Prefeitura acertou a compra do prédio,
já nas últimas, com a Rede Ferroviária Federal,
sua proprietária desde a extinção da Fepasa,
em troca das dívidas existentes. No entanto, desde então,
a estação está cada vez mais em frangalhos. Alguns
edifícios do imenso pátio foram recuperados. O belo
e histórico prédio da estação e a cabine
de controle, bem como o armazém das locomotivas, não
foram. Notar que o prédio da estação de Cordeirópolis
é o mesmo, com algumas reformas, desde a inauguração
da estação, em 1876. É ele o prédio de
estação mais antigo das linhas da hoje extinta Companhia
Paulista.
Ao que tudo indica, o milagre esteve perto: em 2009, começaram
obras para a restauração do prédio da estação.
Mas logo pararam e a estação degradou-se mais ainda.
Em 2015, a estação estava cercada, de forma a restringir
o acesso de vândalos. Porém em 2017, continuava do mesmo
jeito, abandonada e arruinada.
Veja os prédios restaurados do antigo pátio de Cordeirópolis;
CLIQUE
AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE
(gentileza Antonio Carlos Mussio)
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1882
AO LADO: Acidente próximo a Cordeiros (A Provincia de S. Paulo, 07/02/1882). |
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1882
AO LADO: Agencia de correio da estação de Cordeiro está sem funcionar (A
Provincia de S. Paulo, 03/10/1882). |
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1883
AO LADO: Na lagoa perto de Cordeiros (A Provincia de S. Paulo, 12/01/1883). |
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1885
AO LADO: O chefe da estação de Cordeiro deixa o cargo e vai para uma estação da Rio-clarense (A Provincia de S. Paulo, 3/1/1885). |
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1885
AO LADO: Português baleado nos trilhos junto à estação de Cordeiro (A Provincia de S. Paulo, 4/7/1885). |
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1888
AO LADO:Tiros nà estação de Cordeiro (A Provincia de S. Paulo, 15/6/1888). |
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1889
AO LADO: Um meteoro "voando baixo" assusta a população do interior de São Paulo, como aconteceu na estação de Cordeiro (A Provincia de S. Paulo, 16/4/1889). |
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1892
AO LADO: Atropelamento perto de Cordeiros (O Estado de S. Paulo, 1/4/1892). |
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1893
AO LADO: Atropelamento perto de Cordeiros (O Estado de S. Paulo, 16/4/1893). |
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1900
AO LADO: Acidente na saída da estação
(O Estado de S. Paulo, 2/1/1900). |
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1900
AO LADO: Outro acidente com morte na estação
(O Estado de S. Paulo, 13/03/1900). |
ACIMA: Pessoal da estação
e ferrovia em 1916 (O Malho, 2/6/1916).
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1923
AO LADO: Novo misto no ramal de Descalvado
(O Estado de S. Paulo, 27/3/1923).
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ACIMA: Vista aérea de Cordeiropolis no final dos anos 1930. A estação e o pátio estão no
canto esquerdo inferior (Autor desconhecido).
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1939
AO LADO: Horario do trem em Cordeiro desagrada o prefeito (O Estado de S. Paulo, 24/11/1939). |
ACIMA: Uma bela e triste cena: no início
dos anos 1970 - data provavel da foto - a "fila da morte"
de locomotivas a vapor tiradas de uso jazem no pátio da estação
de Cordeirópolis, aguardando sucateamento. Ao fundo, casas
da vila ferroviária, hoje invadidas ou em ruínas (Acervo
Antonio Carlos Belviso).
ACIMA: Ponto da bifurcação
de linhas no antigo pátio de Cordeirópolis. A linha
que segue para a esquerda é a linha-tronco da Paulista; em
frente, o já desaparecido ramal de Descalvado. Aliás,
esta foto foi tomada no último dia de circulação
do trem Cordeirópolis-Descalvado (31/7/1976); depois,
apenas trens para Pirassununga seguiriam pelo ramal até fevereiro
de 1977. Seria coincidência ou o fotógrafo iria tomar
o trem para Descalvado pela última vez? (Foto José Roberto
Pascon).
ACIMA: Nos anos 1980, o saudoso botequim
de madeira, sempre lembrado por todos que se serviam dos trens do
ramal de Descalvado e ali faziam baldeação já
estava abandonado. Um incêndio o reduziria a cinzas em 1993
(Foto José Carlos Vignoli).
ACIMA: Artigo e fotografia publicados em 9/6/1995 mostravam
"vidros quebrados, salas imundas, restos de móveis e de
documentos jogados pelo chão (...) a imagem vista pelos passageiros
que ainda embarcam e desembarcam". A bilheteria já não
funcionava havia dois meses (fechou no início de abril de 1995).
ACIMA: Aspectos internos da estação fechada
desde abril de 1995, publicadas na mesma reportagem. Segundo o jornal
também comentava, a essa altura os trens já nem paravam
mais na cidade - a não ser que houvess passageiros para subir
ou descer, que tinham de pagar as passagens no trem. Dois dias depois
da reportagem (11 de junho), parte da estação sofreu
um incêndio - mais particularmente, a cabina de comando (Folha
Popular, 9 e 16/6/1995).
ACIMA: O abrigo de locomotivas de Cordeirópolis parecia
também ter entrato na "fila da morte"... assim como...
ABAIXO: ...o próprio prédio da histórica
estação, rodeado pelo mato, invadido por drogados, sem
a escada de madeira interna que já caiu e assombrado pelos
fantasmas de um passado de glórias (Fotos Ralph Mennucci Giesbrecht,
30 de junho de 2008).
ACIMA: Armazem da estação.
Fica localizado entre a entrada principal do pátio e a estação
(Foto Ralph M. Giesbrecht em 3/9/2012).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisas locais;
Artur Silva; José Roberto Pascon; Alberto Del Bianco; Filemon
Peres; Hermes Hinuy; Otavio Araújo; Antonio Carlos Mussio;
Ricardo Bagnato; Adolfo Pinto: História da Viação
Pública de São Paulo, 1901 - 2a edição,
1977; Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana, Ed.
Cidade, 2003; Cia. Paulista: Album de 50 anos da Paulista; Cia. Paulista:
relatórios anuais, 1872-1969; Folha Popular, 1995; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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A estação, em 1901 - foto do livro de Adolfo Pinto
(1901) |
A estação em 1918: Foto Filemon Peres |
A estação em 1930, com o trem na plataforma. Foto
cedida por Alberto Del Bianco |
Botequim da estação em 1980. Autor desconhecido |
Em 1988, a estação, vendo-se o famoso botequim.
Foto Alberto Del Bianco |
A foto de 3/7/1996 mostra uma estação já
abandonada e tomada por mendigos. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Foto da fachada, em 3/7/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação no mais completo abandono, cheia de
vagões também abandonados, em 01/03/2003. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
A estação totalmente abandonada em 2007. Foto
Ricardo Bagnato |
A estação em 28/6/2009 dá sinais de que
estão preparando uma restauração... o milagre
acontecerá? Foto Artur Silva |
A estação em ruínas, cercada em 1/2010.
Autor desconhecido |
A estação em ruínas assiste à passagem
do trem da MRS. Foto Ralph M. Giesbrecht em 3/9/2012 |
A estação em janeiro de 2015. Foto Ralph M. Giesbrecht
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Atualização:
05.11.2021
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