A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
Ferraz
Corumbataí
Cuzcuzeiro
...

ramal de Analândia-1935
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 1998
...
 
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1884-1966)
CORUMBATAÍ
Município de Corumbataí, SP
Ramal de Analândia - km 27,003   SP-0010
Altitude: 571,838 m   Inauguração: 15.10.1884
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: O trecho entre Rio Claro e São Carlos que passava pelo Cuzcuzeiro foi aberto pela Cia. Rio-Clarense em 1884, e fazia parte de sua linha principal, de bitola métrica. Comprada pelos ingleses que formaram a Rio Claro Railway em 1888, esta foi vendida para a Cia. Paulista em 1892, que ficou com a linha, que então chegava até Araraquara e foi renomeada como Secção Rio Claro. Em 1916, a Paulista prolongou a linha para a frente de Rio Claro com bitola larga, até São Carlos, mas aproveitando somente o leito a partir de quinhentos metros à frente da estação original de Visconde de Rio Claro. Com isto, o trecho entre a estação de Bifurcação (mais tarde Visconde de Rio Claro-nova) e o início, em Rio Claro, ficou reduzido a uma variante de bitola métrica, chamada a partir de 1922 de ramal de Anápolis, nome que em 1944 veio a se tornar ramal de Analândia. Antes disso, em fins de 1940, o trecho entre Anápolis e Visconde-nova foi suprimido e o ramal passou a parar em Anápolis. Em 01/09/1966, o tráfego no ramal foi extinto e os trilhos, logo a seguir, retirados.
 
A ESTAÇÃO: A cidade de Corumbataí surgiu a partir da abertura da estação, em 1884, e cresceu até se tornar município, desmembrada de Rio Claro, em 1948. A estação foi construída próxima à casa-sede da Fazenda São José.

"Corumbataí é minha cidade natal, nasci lá em 1943, Minha família saiu de lá em 1950, vindo para Santo André, mas nas férias escolares nos anos 1950-60, meus pais vinham à Corumbataí e eu adorava, em frente a estação tinha uma grande serraria que era dos Antonini, hoje está decadente. Um dos Antonini era meu tio e eu brincava muito na serraria com meu primo. Gostava de ver o pessoal da serraria descarregar as grandes toras de madeira dos trens. Era uma estação bem conservada e no horário do trem de passageiro chegar, eu ia correndo ver sua chegada" (José Carlos Pantoja, 02/2008).

Desativado com o fim do ramal em 1/9/1966, com reclamações na cidade onde continuava não havendo acesso asfaltado à cidade, seria um enorme problema a ida dos estudantes para Rio Claro sem trem, o prédio da estação acabou por abrigar uma fábrica de colchões, que foi destruída por um incêndio há alguns anos. Depois do fogo, a Prefeitura ordenou a demolição do prédio.

"Saiba que até aquelas ruinas da olaria de
Corumbataí, ao lado da ex-estação, foram citadas como de interesse turistico. Deve estar faltando coisa bonita em Corumbataí... Aliás, estive lá no fim de semana, e fiquei indignado com a degradação do local. A estrada Rio Claro-Ajapi-Corumbataí está completamente abandonada, e, em certos trechos, o asfalto simplesmente desaparece. Uma calamidade! O que eu acho mais incrivel em Corumbataí é a desolação e a desertificação do local onde era a antiga estação. Virou um imenso terreno baldio! Veja só, um lugar que tinha até passarela
para o pessoal cruzar a linha! O rio de mesmo nome está completamente assoreado e a mata ciliar inexiste, na quase totalidade de sua extensão" (Rodrigo Cabredo, 23/03/1999).

"A estação de Corumbataí ficava na Rua 1, bem próxima de uma das entradas da cidade. Nós corumbataienses sabemos sim em qual local ela ficava, como o trem contribui para o desenvolvimento de nossa terra e lamentamos profundamente ela não ter sido preservada e passada por reparos após o incêndio. Cresci num sítio perto da estrada da antiga linha da Fepasa, a antiga conserva ironicamente resistiu mais que a própria estação e depois de reformas e pessoas de outros lugares morando nela ela foi passando por reformas e hoje está descaracterizada. Os alunos de Corumbataí que antigamente se formavam do 4º Ano e podiam continuar os estudos iam estudar em Rio Claro com o trem. Muitos possuem saudade e sentem a ausência da Maria-fumaça por essas bandas e relatam passagens na estação. Nossa cidade chegou a ter quase dez mil habitantes, parece pouco mas hoje temos apenas um nº perto de quatro mil habitantes, pois muitos dos antigos corumbataienses foram embora, talvez por isso você não encontrou informações precisas, pois não encontrou os corumbataienses da gema que hoje ainda persistem em viver nesta cidade pois adoram este lugar, assim como eu!Pessoas ainda lembram da passarela e sentimos profundamente por ela não ter sido preservada pelos governantes da época em que aconteceu o incêndio mas os corumbataienses desta época a levam na memória e nós não deixaremos as gerações futuras desvalorizarem a sua importância para nossa pequena vila pois apesar de tudo amamos nossa pequena cidade!" (Alcinéia Marcucci, 2014).

1884
AO LADO: Acidente em Corumbataí (A Provincia de S. Paulo, 13/4/1884).

1892
AO LADO: Vende-se fazenda a dois quilômetros da estação (O Estado de S. Paulo, 16/9/1892).

1895
AO LADO: Muda o chefe de estação em Corumbataí (O Estado de S. Paulo, 9/6/1895).

1895
AO LADO: Acidente próximo à estação de Corumbataí (O Estado de S. Paulo, 23/7/1895).

ACIMA: Seção do mapa de 1906 do Núcleo Colonial Jorge Tibiriçá, ao qual pertenciam as colônias de Corumbataí e de Ferraz. A sede da colônia era exatamente Corumbataí, cruzada pelo rio do mesmo nome. A estação ficava entre as duas partes com lotes. CLIQUE PARA VER O MAPA INTEIRO (Museu da Imigração de São Paulo).

1906
AO LADO: Mort na linha, próximo À estação de Corumbataí (O Estado de S. Paulo, 15/011906).

1962
AO LADO: Tempestade que caiu em boa parte do Estado em março de 1962 causou a interrupção do tráfego no ramal, isolando Corumbataí. Ainda não foi dessa vez, no entanto, que acabaram com o ramal, o que aconteceria quatro anos mais tarde (Folha de S. Paulo, 21/3/1962).

ACIMA: O descaso com um ramal que já estava na "lista negra" da Cia. Paulista era visto bem às claras nas reclamações dos usuários da cidade de Corumbataí em 1963 (Folha de S. Paulo, 28/6/1963).

ACIMA: Anuncio da supressão do ramal de Analandia para o dia 1/9/1966 (Folha de S. Paulo, 12/8/1966).

ACIMA: Antigo armazem ferroviario em Corumbataí em 23/7/1966 (Foto de Victor da Silva).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local, 1998; Victor Hugo da Silva, 1998; Carlos Bacco; Alcinéia Marcucci; Daniel Gentili; José Carlos Pantoja; Carlos Bacco; Rodrigo Cabredo; Wilson de Santis Jr.; Filemon Peres; Nei Galvão da Silva; Museu da Imigração de São Paulo; www.corumbatai. com.br; Cyro Pessoa Jr.: Estudos descritivos das Estradas de Ferro do Brasil, 1886; Folha de S. Paulo, 1962 e 12 e 20/8/1966; Cia. Paulista: 50 anos da Cia. Paulista, 1918; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1892-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Estação de Corumbataí, ao fundo, à direita, em 1918. Álbum dos 50 anos da Paulista

A estação, sem data. Foto cedida por Carlos Bacco, do site www.corumbatai.com.br

Estação de Corumbataí, sem data. Autor desconhecido
     
     
Atualização: 27.07.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.