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Jardinópolis
Cresciúma
Urupês
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ramal de Igarapava-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2002
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Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (1900-1971)
FEPASA (1971-1979) |
CRESCIÚMA
Município de Jardinópolis, SP |
Ramal de Igarapava - km 18,558 |
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SP-0028 |
Altitude: 529 m |
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Inauguração: 03.07.1900 |
Uso atual: depósito (2017) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1900 |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Igarapava foi aberto em seu primeiro trecho, em 1899, até
Jardinópolis, a partir do local em que seria construída a estação
de Entroncamento, um ano depois. Em 1905, chegou a Igarapava, então
ainda Santa Rita do Paraizo. Em 1914, atingiria a linha do Catalão,
já em Minas Gerais, pouco antes de Uberaba. O ramal atravessava as
melhore terras de café do norte do Estado. Em fevereiro de 1979 foi
fechado para cargas, e em 10/05/1979 para os trens de passageiros,
e substituído pela variante Entroncamento-Amoroso Costa, que correria
mais a oeste da linha velha e se tornaria então a continuação do tronco
retificado da ex-Mogiana. Os trilhos foram retirados por volta de
1986, sobrando apenas as velhas estações, abandonadas ou com outras
funções. |
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A ESTAÇÃO: João
Evangelista Guimarães era um mineiro de Oratória,
Minas, que, depois de passar por Resende, no Estado do Rio,
estabeleceu-se na fazenda Córrego das Pedras, na região
de Ribeirão Preto, isto por volta de 1880. Em seguida,
foi para o povoado de Ilha Grande, atual Jardinópolis,
onde comprou uma gleba de 1500 alqueires e ali abriu sua fazenda,
chamada de Cresciúma. Como ela não tinha ainda
a ferrovia passando ali e a linha mais próxima era a do
Rio Grande, João abriu uma estrada, uma grande reta
com pouquíssimas curvas, ligando a fazenda à estação
de Sarandy (Jurucê). Esta estrada ainda existe
em quase toda a sua extensão, como a rodovia que liga Jardinópolis
a Jurucê. Por ali passava a produção de
café.
Quando a Mogiana abriu o ramal de Igarapava (na época, ramal de Santa Rita do Paraíso, este o antigo nome da cidade de Igarapava) e chegou a Jardinópolis
em 1899, João doou as terras para a linha e a estação.
Segundo o bisneto de João, Plínio Caio,
existe uma versão de que a estação e a fazenda
se chamaram Cresciúma por ser esse o nome do engenheiro
da Mogiana que construiu o ramal. Isto significa que a fazenda, que
já existia, teria tido um outro nome.
A estação foi finalmente inaugurada em 1900, no mesmo
dia em que foi aberto o trecho do ramal que seguia até Salles
Oliveira. A Mogiana também construiu para João
um desvio que ligava a estação à máquina
de café. Era um desvio não muito longo, pois a sede
da fazenda era muito próxima à estação,
mas nele cabia uma composição: em 1932, durante a revolução,
as tropas legalistas ali estacionaram, para deixar a linha desimpedida,
enquanto o pessoal da fazenda levava queijo e leite para os soldados.
A estação, de qualquer forma, não recebia café
somente da fazenda Cresciúma, mas também de várias
outras da região. Com o aumento de movimento, a estação
foi ampliada em 1909.
Em 1929, a fazenda foi vendida pelos descendentes de João
Evangelista à família Pereira Lima, que,
após a morte do proprietário, foi retaliada em quatro
ou cinco fazendas menores. A estação acabou ficando
até hoje na Santa Mônica, uma das novas fazendas
criadas com a divisão, juntamente com a casa da sede original.
Embora ainda existisse em 2002 uma fazenda Cresciúma,
esta não tinha mais em seu terreno a casa da sede.
Há lembranças de alguns desastres perto da estação,
como em 10/08/1956, quando um descarrilamento do trem P9 que seguia
para Araguari, cerca de cem metros à sua frente, junto
ao pontilhão ali existente foi causado pelo mau estado dos
dormentes, "que, velhos e queimados, já não
agüentavam mais o peso do trem", numa época em
que a Mogiana estava em dificuldades financeiras havia muito tempo.
Em 1970, quando houve um grande desastre em Orlândia,
essa composição entrou em alta velocidade no desvio
de Cresciúma, como lembra o portador de linha Vicente
Alves Pereira, para que se esperasse pela passagem do trem Bandeirante
(Campinas-Brasilia). Pouco tempo mais tarde, a velocidade teria
sido a causadora do acidente.
Apesar de se encontrar numa área rural, a estação
permaneceu ativa até sua desativação, no mesmo
dia em que correu o último trem, em 09/05/1979, com a extinção
do ramal, substituído pela variante Entroncamento-Amoroso
Costa. Nessa época, o café já não
era carregado ali, subsituído que foi pelo milho. Os passageiros
já eram raríssimos, a cana ainda não havia chegado
- é ela hoje que domina as fazendas em volta - mas mesmo assim,
ela ainda mantinha quatro empregados: o chefe, o telegrafista, o portador
e um auxiliar.
O artigo do jornal Diário da Manhã, de
Ribeirão Preto, edição de 10/05/1979,
escreve sobre a viagem do dia anterior, a última do trem de
passageiros no ramal de Igarapava: "A 50 km horários,
o trem seguiu o seu percurso, esquecendo a paisagem das estações
que a partir de hoje estarão desativadas. 'Cresciúma',
gritou o chefe do trem, Valdomiro Marques da Silva. Nesta localidade
de Jardinópolis, desceu uma passageira com duas crianças.
'No tempo que morava gente nas fazendas, essas estações
tinham movimento', disse Valdomiro, acrescentando que 'não
só por isso elas foram construídas, pois na época
da locomotiva a vapor, eram necessárias paradas mais freqüentes
para
reabastecimento"...
(Veja mais sobre a Fazenda
Cresciuma e sobre a Fazenda
Guanabara)
1900
A inauguração da estação
(O Estado de S. Paulo, 02/07/1900) |
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1915
Acidente com cargueiro na estação
(O Estado de S. Paulo, 31/7/1915)
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ACIMA: Esquema do pátio de Cresciuma
em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações)
(Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução
Caio Bourg).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Plínio Caio Guimarães Gandra; Vicente Alves Pereira;
Diário da Manhã, Ribeirão Preto, 1979; O Estado
de S. Paulo, 1915; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1890-1969;
Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP;
IBGE, 1956; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Estação de Cresciuma, ainda com trilhos, em 1979.
Foto José Carlos de Oliveira |
A estação, em 19/01/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação, em 19/01/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Casa do telégrafo, em 19/01/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação, ao fundo, a caixa d'água e a
casa do telégrafo, à esquerda, em 19/01/2002.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
Portas da plataforma da estação, em 19/01/2002.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
Porta da fachada da estação, em 19/01/2002. Foto
Ralph M. Giesbrecht |
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Atualização:
23.11.2021
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