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E. F. de Baturité
(1896-1909)
Rede de Viação Cearense (1909-1975)
RFFSA (1975-1997) |
AMARO CAVALCANTE
(antiga ITAPAÍ)
Município de Redenção,
CE |
Linha-tronco - km 74,768 (1960) |
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CE-3179 |
Altitude: 142 m |
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Inauguração: 20.09.1896 |
Uso atual: desconhecido |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco,
ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense surgiu com
a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro
trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes.
Quando a ferrovia estava na atual Acopiara, em 1909, a linha foi juntada
com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação
Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway.
Em 1915, a RVC passa à administração federal.
A linha chega ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade
do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias
formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente
por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária
do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens
de passageiros percorreram a linha Sul supostamente até os
anos 1980. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Itapaí foi inaugurada em 1896, na subida da serra
entre Fortaleza e Baturité.
Em 1922 era apenas
uma parada.
Nos anos 1940 seu nome foi alterado para Amaro Cavalcante.
"Poucas pessoas tomavam conhecimento dos feitos desses bravos
servidores públicos. Era seu costume, antes da partida, em todas as
viagens, vistoriar o trem, examinando as mangueiras de freio a vácuo,
os engates e o número de carros, aquilatando o peso que sua locomotiva
descolaria. E, naquela madrugadinha, avaliou que teria sérios problemas
na subida da serra do Itapaí, já que, dentre os sete vagões da composição,
dois eram muito pesados, os chamados "carros verdes", feitos de laminados
de aço e construídos aqui mesmo no Ceará e lançados recentemente na
ferrovia. Era o inverno de 1956 ou 57, não me lembro bem. E, por ser
inverno, além dos trilhos ficarem escorreguentos, os embuás, atraídos
pelo clima frio, faziam verdadeiras procissões quilométricas sobre
o caminho de ferro e se constituíam num verdadeiro problema na tração
das rodas da máquina, que passavam a deslizar e, às vezes, até mesmo
parando o trem. Enquanto as estações eram alcançadas rigorosamente
no horário, ele, agarrado aos comandos da "maria-fumaça", permanecia
calado, ensimesmado, falando tão-somente o necessário com o foguista,
preocupado com os embuás na subida da serra, bichinhos quase insignificantes,
mas que interfeririam, com certeza, na marcha do trem, conforme sua
larga experiência. Na estação de Amaro Cavalcante, a 500 metros
do início da subida da serra, ele teve um lampejo, a idéia clareou
e o brilho dos seus olhs azuis denunciou a solução. Consultou o foguista,
que concordou imediatamente. E, arrancando o trem da estaçãozinha,
a potência da locomotiva nº 316 - uma alemã cargueira - logo se fez
notar e, ao inserir-se o trem na grande curva do pé da serra, conhecida
das tripulações como o "velho Tinoco", a velocidade já era espantosa.
Os passageiros que olhavam para a máquina, viam, abismados, um homem
pendurado no limpa-trilhos, uma mão agarrada à plataforma e a outra
empunhando uma vassoura sobre o trilho, espanando a procissão de embuás,
deixando o caminho livre. Era o foguista Moacir Maia. Enquanto isso,
o maquinista, num esforço desesperado, dava conta dos comandos e fazia
o trabalho do foguista ausente, empurrando lenha na grande fornalha
- um sem número de vezes - e acionando os monitores de água para a
alimentação contínua da caldeira, providências exigidas numa rampa
como aquela, de nove quilômetros de extensão. E a 316 puxava aquele
trem pesado, serpenteando serra acima, numa velocidade superior a
30Km por hora, numa disposição espantosa para os trens da época. Vencida
a serra, lá em cima, na estação de Antônio Diogo, o Sr. João Martins,
antigo chefe do depósito de locomotivas de Quixeramobim, que viajava
no carro-bagageiro, procurou saber quem era o maquinista daquele trem
e, ao ver Chico Velho, deu-lhe os parabéns, dizendo-lhe que, em todos
aqueles anos de sua vida ferroviária, nunca tinha visto uma locomotiva
subir a serra naquela velocidade. Eram esses os heróis anônimos da
ferrovia cearense daquela época, homens simples, mas competentes,
verdadeiros laboratórios em que amalgamavam a humildade, a dedicação
e, principalmente, a grande responsabilidade que suas funções exigiam,
encerrados nas cabines desconfortáveis de suas máquinas, como os maquinistas
e os foguistas; nas andanças constantes e enfadonhas, pelos corredores
dos vagões, como os condutores; agarrados às rodas arcaicas dos freios
manuais, como os guarda-freios; atentos, debruçados sobre os aparelhos
telegráficos, varando as noites mal dormidas, como os agentes de estação;
percorrendo a linha diariamente, alta madrugada, vergado ao peso do
saco de grampos e talas, o trabalhador da turma da "conserva", em
cujas mãos estava a segurança dos trens. Poucas pessoas tomavam conhecimento
dos feitos desses bravos servidores públicos e certas proezas, como
essa aqui relatada, rapidamente caía no ostracismo em que eram mergulhados
aqueles pobres heróis desconhecidos. Francisco Antonio de Oliveira,
o Chico Velho, aposentou-se em 1958, depois de 42 anos de bons serviços
prestados à estrada de ferro do Ceará e morreu em 1988, aos 87 anos
de idade. Moacir Maia, o outro herói, ainda vive, morador aqui de
Fortaleza. Esta e outras estórias antigas da Rede de Viação Cearense,
me foram contadas por ele, Chico Velho, que era o meu pai"
(José Weidson de Oliveira, © 2002, Editora Verdes Mares. Diário
do Nordeste - 18/04/2004. Enviado por Clair de Melo Rodrigues).
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1884
AO LADO: Acidente mata no km 75, junto à estação de Itapaí (na reportagem, escrita com o nome errado) (A Provincia de S. Paulo, 1/6/1884). |
(Fontes: Antonio Camocim Ribeiro; Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, vol. XVI, IBGE, 1959; José Weidson
de Oliveira, © 2002, Editora Verdes Mares. Diário do Nordeste - 18/04/2004;
Revista Ilustração Brasileira, "2145 Quilômetros
pelo Nordeste Brasileiro", 1922; Guia Geral das Estradas de Ferro
do Brasil, 1960) |
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A estação de Itapahy, talvez anos 1920. Acervo
Antonio Camocim Ribeiro/FB |
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Atualização:
25.04.2021
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