A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Índice de estações
...
Arrojado
Lavras da Mangabeira
Iborepi
...

Linha-tronco - 1950
...
ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
...
 
Rede de Viação Cearense (1917-1975)
RFFSA (1975-1997)
LAVRAS DA MANGABEIRA
Município de Lavras da Mangabeira, CE
Linha-tronco - km 491,036 (1960)   CE-3150
Altitude: 240 m   Inauguração: 01.12.1917
Uso atual: desconhecido   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco, ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense surgiu com a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Quando a ferrovia estava na atual Acopiara, em 1909, a linha foi juntada com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal. A linha chega ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram a linha Sul até o dia 16 de novembro de 1989, quando pararam. Sobraram somente os trens metropolitanos em Fortaleza..
 
A ESTAÇÃO: A estação de Lavras, hoje Lavras da Mangabeira, foi inaugurada em 1917. A cidade surgiu no século XVIII e passou a município ainda no século XIX. Ela foi a terminal da linha da E. F. Baturité até 1920, quando a linha foi prolongada até Aurora. Antes, porém, seus habitantes tinham de ir até Iguatu, mais ao norte, para embarcarem. O prolongamento até Lavras ocorreu por influência política, depois dos 7 anos de espera em Iguatu: "Em 1914 (dona Fideralina) reuniu cabras, armas e munições, e enviou, aos cuidados do filho Gustavo, como ajuda a sues partidários, numa tentativa de retomar o poder, apoiando a 'Revolução de 14'. O episódio, vitorioso, chamado pelos rebelistas 'A Cedição de Juazeiro', devolveu o poder às oligarquias antigas, dele alijadas após o movimento popular ocorrido por volta de 1911. Essa participação foi imortalizada em folheto de cordel. 'Nós íamos relando o chão/Temendo a bala ferina/Mas quando ele conheceu/Que lá havia ruína/Correu com medo dos cabras/Da dona Fideralina'. Dois anos antes de morrer, a sua grande influência fez chegar a Lavras a via férrea que tornaria mais fáceis e menos lentas as viagens à capital. No dia da inauguração da estação, a velha mostrava-se alegre, forte; com seu vasto corpo jogado numa cadeira de balanço conversava em altos brados. Sempre gritou. Na primeira vez em que baixou a voz, teve-se a certeza de que realmente chegara a doença que a levaria à morte, aos 87 anos. Em agosto de 1919 termina a história de Federalina, mas não a do seu reinado. Gustavo substituiu a mãe, dando lugar a seus próprios filhos, João Augusto e Raimundo Augusto, fortes e violentos. A oligarquia só largou o poder - e por força dos acontecimentos - mais de meio século após a morte da matriarca" (Matriarcas do Ceará - D. Fideralina de Lavras, de Rachel de Queiroz e Heloisa Buarque de Hollanda).
(Fontes: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XVI, IBGE, 1959; Rachel de Queiroz e Heloisa Buarque de Hollanda: Matriarcas do Ceará - D. Fideralina de Lavras; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     

A estação de Lavras (à direita) em 1922. Revista Ilustração Brasileira

Estação de Lavras da Mangabeira, c. 1957. Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XVI, IBGE, 1959

A estação c. 2005. Autor desconhecido
     
     
Atualização: 28.09.2014
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.