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E. F. Melhoramentos
(1898-1903)
E. F. Central do Brasil - Linha Auxiliar (1903-1965)
E. F. Leopoldina (1965-1975)
RFFSA (1975-1997) |
CONRADO NIEMEYER (CONRADO) (antiga SERTÃO)
Município de Miguel Pereira, RJ |
Linha Auxiliar - km 86,776 (1928) |
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RJ-1445 |
Altitude: 61 m |
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Inauguração: 28.03.1898 |
Uso atual: em pé (2012) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A chamada
E. F. Melhoramentos foi construída a partir de
1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra,
construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por
Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E.
F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou
a se chamar Linha Auxiliar.
No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F.
Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri,
onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se
em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma,
a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba
do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas
redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos
anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará,
entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para
trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e
Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde
1996. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Sertão foi inaugurada em 1898 (cf. E. F. Melhoramentos do Brasil - Horarios dos Trens - a vigorar a partir de 28 de março de 1898 - Jornal do Brasil, 28/3/1898). Seu nome derivou de uma fazenda
nas proximidades. Max Vasconcelos (1928) e o Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil (1960) consideram essa mesma data como a de abertura.
Ficava junto à fazenda do mesmo nome.
Um quilômetro antes, havia uma parada com o mesmo nome - Parada
Sertão, esta, junto à fazenda.
No final dos anos 1940 (em alguma data entre agosto de 1948 e julho de 1950 - considerando alguns Guias Levi desta época), a estação teve o nome modificado
para o de Conrado Niemeyer, em homenagem a Conrado Jacob Niemeyer, tesoureiro da ferrovia,
nome que foi sendo simplificado para Conrado com o passar dos anos. A estação que tinha este nome passou a se chamar Francisco Fragoso (km 106,387 na mesma linha). O porquê de se trocar nomes na mesma linha férrea, confundindo passageiros e, mais tarde, historiadores, não se sabe.
Em 1986, um trem turístico passou a fazer o trajeto entre esta
estação e a de Miguel Pereira (Trem Azul). Não
durou muito. Com a privatização em 1996, a farra acabou,
mesmo com a linha não tendo sido usada por quem recebeu a concessão.
Depois, o trecho de linha entre Conrado e Japeri foi
praticamente erradicado. Pontes caídas, aterros destruídos, dormentes
e trilhos utilizados para cercas, ou mesmo roubados.
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1931
À ESQUERDA: Queda de barreira na então estação chamada de Conrado Niemeyer (20 anos mais tarde mudaria o nome para Francisco Fragoso) e, curiosamente, outra queda na estação de Sertão, que 20 anos mais tarde se chamaria Conrado (Conrado Niemeyer). Confuso, realmente (O Estado de S. Paulo, 13/11/1931).. |
ACIMA: A locomotiva 1092 da Central abastecendo-se de água em 1936 (Correio da Manhã, 9/1/1936).
O
"trem mineiro" da Leopoldina fazia a viagem de Barão
de Mauá a Recreio. Em 20 de agosto de 1980, era sua última
viagem. Ele agora ia somente até Recreio, antes ia até
Ubá, Ponte Nova, Caratinga. O jornal registrou a viagem:
"São 8h40 da manhã e um galo canta, atrasado
como o trem. Na pequena estação de Conrado, os
dois telégrafos (Siemens Brothers & Co., Londres)
brilham como se tivessem sido feitos ontem. Na parede um velho
relógio oito marca o tempo há 100 anos. Um velho
severo, de barbas e suíças, olha imperturbável,
de um quadro, a plataforma vazia. 'É o Comendador Conrado',
dizem sem maiores detalhes. O chefe do trem consulta o relógio
(de pulso) e, entre britânico e surrealista, informa que
'a chegada do trem a Três Rios está prevista para
as 11h7m". |
1980
AO LADO: A última viagem do Trem Mineiro (Jornal
do Brasil, 22/8/1980) |
ACIMA: Ponte próxima a Conrado, em 1985 (Foto Hugo
Caramuru).
ACIMA: Estação de Conrado sendo
restaurada e limpa em 1986 (O Estado de S. Paulo, 1986).
ACIMA: Estação de Conrado em 2014 (Zilmar Luis dos Reis Agstinho, 24/1/2014).
(Fontes: Thiago Costa; Mauro Rodrigues; Newton
Carneiro; Halley Oliveira; Cristoffer R.: notas, 2004; Folha da Manhã,
1930; O Estado de S. Paulo, 1986; A. Soukhef e V. D'Alessio: Leopoldina
Railway, 2005; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação,
1928; Jornal do Brasil, 1980; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Conrado nos anos 1980. Embora pareça
ser uma foto mais antiga, ela foi tirada quando de uma viagem
da locomotiva 327 da antiga Leopoldina, recém-reformada
em Porto Novo. Foto extraida do livro Leopoldina Railway,
de A. Soukhef e V. D'Alessio, 2005 |
A estação nos anos 1980. Foto Mauro Rodrigues |
A estação, c. 1998. Acervo Thiago Costa
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A estação em 2002. Foto Newton Carneiro |
A estação em 2002. Foto Newton Carneiro
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A estação em 2012. Foto Halley Oliveira |
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Atualização:
01.04.2021
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