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Cia. E. F. Valenciana
(1880-1910)
E. F. Central do Brasil (1910-1970) |
PARAPEÚNA
(antiga RIO PRETO)
Município de Valença, RJ |
Ramal de Jacutinga - km 221,308
(1928) |
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RJ-0171 |
Altitude: 422 m |
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Inauguração: 09.07.1880 |
Uso atual: sede da subprefeitura (2008) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O
Ramal de Jacutinga teve a sua origem na Cia. E. F. União Valenciana,
aberta em 1871 e que ligava Valença a Desengano (Juparanã).
Em 1880, foi prolongada até Rio Preto. Somente em 1910, com
a criação da Rede Viação Fluminense, da
Linha Auxiliar encampada pela EFCB, foi que se abriu um ramal unindo
Governador Portella a Barão de Vassouras e daí se fez
a bitola mista, pela linha do Centro, até Desengano, unindo-se
Portella a Rio Preto, ao mesmo tempo em que se prolongava a linha
até Santa Rita do Jacutinga, na Rede Sul-Mineira, onde a ela
se ligou em 1918. Para que tudo isso se concretizasse foi necessário
também a redução de bitola da antiga Valenciana
de 1m10 para métrica. Por volta de 1965, o trecho entre Portella
e Barão de Vassouras foi entregue à Leopoldina, enquanto
o trecho restante continuou com a Central. Mas de 1970 a 1973 os dois
trechos foram extintos e os trilhos retirados. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Rio Preto foi aberta em 1880, como ponta de linha da E.
F. Valenciana. A linha corria nesse trecho na margem sul do rio Preto,
que divide os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Curiosamente,
a estação tinha o nome da cidade que estava em solo
mineiro, do outro lado do rio, a cerca de cem metros apenas da estação.
A cidade de Rio Preto era alcançada por uma ponte. A
estação ficava em solo fluminense, no município
de Valença, próxima à fazenda Santa
Fé. Uma antiga foto da estação, ainda com
o nome de Rio Preto, mostra que o prédio tinha dois
andares. O segundo andar foi suprimido mais tarde.
A estação foi incorporada, juntamente com a ferrovia
Valenciana, pela Central do Brasil em 1910, passando a fazer parte
do ramal de Jacutinga da Rede de Viação Fluminense,
que seria prolongado em 1914, além de ter sua bitola original
de 1,10 m reduzida para métrica, unindo a Linha Auxiliar
com Santa Rita de Jacutinga, já em Minas Gerais (Ver
caixa abaixo).
Segundo Gustavo Abruzzini, ela perdeu o segundo andar, tendo
sido descaracterizada.
Nos anos 1940, o nome da estação foi alterada para Parapeúna,
nome do atual distrito do qual a vila é sede.
Em 1970, o trecho foi extinto e a estação, desativada.
"Sabido, sacudido e distinto, aos 21 anos, foi fácil para Joaquim
de Souza Moreira, o Quim Aniceto, arrumar colocação da fábrica de
manteiga em lata, mantida desde 1912 pelos Vieira Monteiro na fazenda
Bom Retiro, na margem fluminense do Rio Preto. Bem em frente, no lado
mineiro, a fazenda de Sinhá Maria Guedes até telefone tinha. Era 1958.
O baronato já sumia, mas seus cafezais ainda conviviam com vacas leiteiras,
entre Amparo e Vassouras, no Rio, Santa Rita do Jacutinga e Rio Preto,
em Minas. Quedas d´água tocavam turbininhas e a energia excedente
na da Bom Retiro ia, por um fio sobre a mansidão verde-musgo do rio,
até a fazenda de Sinhá. Havia telégrafo na estação do trem, que vinha
do Rio por Valença. Beleza bem européia. 1970. O ministro dos transportes
Mario Andreazza parou o trem: "antieconômico", como os ramais hoje
baleados pela globalização. A reboque foi-se telégrafo, e o pessoal
passou acocho: não tinha estrada e leito de trem é ruim para cavalo
- dormente se finge de mata-burro. Sem transporte, o cafezal virou
lenha e as vacas, bife. O desmate, inclusive do café, minguou os córregos
- e a luz foi-se apagando. A da Bom Retiro já mal dava para a fábrica,
e Sinhá acabou sem. Os abonados do café com leite pararam de conversar
com o mundo e a telefônica faliu. Tristeza, bem brasileira (...)"
(Gazeta Mercantil, "Uma história em cada margem",
26/05/1998). O texto conta a degradação da vida
causada pelo êxodo rural, processo que não atingiu somente
essa região, mas o Brasil inteiro. Aí, entretanto, a
retirada do trem teve importância grande, pois a substituição
pelo transporte rodoviário não foi o que foi prometido
na época. O texto cita ainda a fazenda Bom Retiro como
sendo na margem fluminense, mas Max Vasconcellos, em 1928,
cita a mesma fazenda como estando no lado mineiro, em Rio Preto.
A velha estação servia em 2008 como gabinete para a sub-prefeitura
do distrito. Pertencia a uma cooperativa de produtores de leite e
estava alugada tanto para a sub-prefeitura como também para
a agência dos Correios em 2008.
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1914
AO
LADO: Redução da bitola entre Valença
e Rio Preto completada e em vias de completar-se o prolongamento
da linha de Rio Preto a Jacutinga (O Estado de S. Paulo,
6/5/1914).
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1925
AO LADO: Acidente na estação (O
Estado de S. Paulo, 18/2/1925).
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ACIMA: Pátio da estação
de Rio Preto, em 1928. Notar que o rio Preto divide os Estados do
Rio de Janeiro e de Minas Gerais, e a ponte liga a estação
à cidade, no lado mineiro. A cidade de Rio Preto - que é
a que o mapa mostra, ao norte do rio - era bastante pequena nessa
época, e basicamente, não cresceu muito em 2008. Os
morros ao fundo também não ajudam (Do livro Vias
Brasileiras de Comunicação, Max Vasconcellos, 1928).
ACIMA: A ponte de ferro (não era ferroviaria) sobre o rio Preto, mostrada no mapa
acima, ligando a estação à cidade de Rio Preto
em 1928. A foto parece ter sido tirada no sentido de Parapeúna
- difícil de se ter certeza, pois a conformação
dos morros ao fundo é muito parecida dos dois lados (Foto
do livro Vias Brasileiras de Comunicação, Max Vasconcellos,
1928).
ACIMA: Mapa da linha férrea passando pelo Estado do Rio de Janeiro (ao sul do rio Preto), enquanto a cidade e o município de Rio Preto estão ao norte da divisa estadual (que passa pelo rio. Mesmpo com o mapa se referimdo apenas ao Estado de Minas Gerais, as linhas ferroviarias foram mostradas em suas posições, mas não as estações - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR) (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, 1959, vol. --).
ACIMA: Mapa da linha férrea passando pelo Estado do Rio de Janeiro (ao sul do rio Preto), enquanto a cidade e o município de Rio Preto estão ao norte da divisa estadual (que passa pelo rio. Como o mapa se refere ao Estado do Rio de Janeiro, as linhas ferroviarias e estações são mostradas em suas posições (incluindo a de Parapeúna, que é um distrito do mesmo nome do munciípio de Valença - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR) (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, vol. --, 1959).
ACIMA: A estação, sem data (Acervo Rosinha Mourtada).
ACIMA: No mesmo sentido, na foto de 22 de novembro
de 2008, a ponte já é outra, de concreto - o prédio
ao fundo, também, ou então, ganhou uma parte superior
(Foto Ana Maria Giesbrecht).
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TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros - pararam nesta estação somente de
1880 a 1970. Ao lado, um destes trens na estação
de Santa Rita do Jacutinga, por volta de 1969. Clique sobre
a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários
em janeiro de 1964 (Guias Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Marco A. Silvestre de Souza; Gustavo Abruzzini; Jorge A. Ferreira;
Ana Maria Giesbrecht; O Estado de S. Paulo, 1914 e 1925; Gazeta Mercantil,
1998; Central do Brasil: relatório anual, 1937; Max Vasconcellos:
Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Rio Preto em 1916. Autor desconhecido |
A estação de Rio Preto, provavelmente anos 1930.
Notar que havia um segundo andar, depois eliminado. Foto www.riopreto-mg.com |
A estação em 1998. Foto Marco A. Silvestre de
Souza |
A estação em 2002. Foto Marco A. Silvestre de
Souza |
A estação do lado da antiga plataforma, em 2002.
Foto Gustavo Abruzzini |
Estação em 10/2002. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 2002. Foto Marco A. Silvestre de
Souza |
Estação em 02/2006. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 22/11/2008. Foto Ana Maria Giesbrecht |
A estação em 22/11/2008. Ao fundo, à direita,
o armazem. Foto Ana Maria Giesbrecht |
A estação em 11/11/2016. Foto Coaraci Camargo |
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Atualização:
25.11.2022
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