A ESTAÇÃO: A estação
de Macacos foi inaugurada em 1861 como ponta de linha do ramal.
Na primeira década do século XX passou a ser chamada
de Paracambi (Memória Histórica da EFCB, 1908,
p. 517).
Durante um período nos anos 1940 chamou-se Tairetá,
voltando a ter o nome original nos anos 1960.
A estação
funciona até hoje para os trens metropolitanos da Supervias,
que tem a concessão desde 1997.
Trens para Paracambi
saíam direto da estação de Dom Pedro II,
sem necessidade de baldeação em qualquer
estação do sistema, por muitos anos. Atualmente há
que se baldear em Japeri, para uma composição que trafega
apenas no ramal.
"A linha do ramal não terminava em Paracambi,
depois da estação de Paracambi ela ainda seguia por mais 1 Km em direção
à fábrica Brasil Industrial (Indústria Têxtil Inglesa construída ainda
no tempo
do império) pela avenida dos operários. Durante muito tempo os trens
da Central seguiam até a fábrica, sendo depois substituídos por bondes
puxados a burro e posteriormente elétricos, e depois suprimidos. A
Brasil Industrial faliu nos anos 1990 e hoje é uma faculdade estadual
da FAETEC. A estação possuía um pátio que servia à carga e passageiros
tanto para as diversas indústrias da cidade (como a siderúrgica Lanari)
como ao depósito central de munições do exército, batalhão paiol que
substituiu o paiol de Deodoro após a explosão deste. Este pátio foi
dividido pela metade e teve suas linhas arrancadas nos anos 1990;
o mesmo se estendia onde hoje fica a praça em frente a estação"
(Victor de Almeida e Silva, 20/3/2009).
A estação,
embora bonita, em 2003 funcionava em péssimas condições
de conservação: "Saí da estação de Japeri e
fui esperar o ônibus que vai até Paracambi. Sabia que nos fins de
semana ele demorava uma eternidade, ainda mais à noite.
Peguei então uma van. Precisava saltar próximo aos limites dos dois
municípios, num lugar chamado "ponte seca", na altura do km 66, por
onde passa a linha que vem de Brisamar e Arará. No caminho, olhava
para a paisagem. Que paisagem? Não dava pra ver nada. A única luz
era do farol da van. Cheguei na ponte seca, paguei ao motorista e
o veículo partiu me deixando na escuridão. Tirei a lanterna da mochila
e subi por um barranco até a linha do trem. Foi aí que me bateu um
medo danado. Uma versão ampliada do medo infantil do escuro, com a
diferença de não poder chamar a mamãe e nem acender o abajur. Olhei
para os contornos da Serra do Mar. Teria que caminhar por aquelas
montanhas negras noite a dentro e isso me assustou. Só que não dava
mais pra voltar atrás. Eram 8 e meia da noite, penso eu"
(Carlos Latuff, 24/08/2003).
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1882
AO LADO: Catástrofe em Macacos (A Provincia de S. Paulo, 17/3/1882). |
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1948
AO LADO: O ramal de Paracambi ganhou sua eletrificação
no tempo em que ainda se chamava Tairetá, em 1948 (Folha
da Manhã, 20/2/1948).
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ACIMA: O trem da Supervia chega a Paracambi em 6 de
dezembro de 2008 (Foto André Luiz).
ACIMA: 9 de setembro de 2011: o trem da Supervia parado nas plataformas de Paracambi (Foto
Rafael Asquini).
ACIMA: Estação ferroviária de Paracambi em 27/9/2021.
(Fontes: Hugo Caramuru; Jorge A. Ferreira; Rafael
Asquini; Victor de Almeida e Silva; André
Luiz; Carlos Latuff; Folha da Manhã, 1948; Manuel Fernandes
Figueira: Memória Histórica da EFCB, 1908; Max Vasconcellos:
Vias Brasileiras de Comunicação, 1928) |