|
|
E. F. Dom Pedro
II (1883-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
SAUDADE
Município de Barra Mansa, RJ |
Ramal de São Paulo - km 156,473 |
|
RJ-1189 |
Altitude: 377 m |
|
Inauguração: 08.08.1883 |
Uso atual: abandonada (2019) |
|
com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: Em 1869,
foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte
(ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo da linha
da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em 12/05/1877,
chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica, encontrou-se
com a E. F. Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro e pertencia
ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal, que saía do
tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo Cachoeira no
terminal navegável dois anos antes e com bitola larga (1,60m). A inauguração
oficial do encontro entre as duas ferrovias se deu em 8/7/1877, com
festas. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas
e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"... O custo da baldeação
em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da
decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Em 1889, com a
queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar E. F. Central
do Brasil, que, em 1896, incorporou a já falida E. F. do Norte,
com o propósito de alargar a bitola e unificar as 2 linhas. O primeiro
trecho ficou pronto em 1901 (Cacheoira-Taubaté) e o trecho
todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA. O trecho
entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos anos 1980,
pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte, foi aos poucos
provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998, o transporte
de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado, com o fim do
Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a concessionária
da linha. O transporte de subúrbios, existente desde 1914 no ramal,
continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e no trecho D. Pedro
II-Japeri, no RJ. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Saudade foi aberta em 1883, provavelmente já prevendo
a saída para a E. F. Bananal, depois ramal de Bananal,
aberta em 1888.
O prédio da estação originalmente tinha dois andares (ver caixa abaixo, de 1908). Em algum momento foi reformada e perdeu o segundo piso.
Daqui saíam os trilhos do ramal até 1964, quando o
ramal foi suprimido.
Desde 1990 a linha da Ferrovia do Aço se encontra com as do
ramal de São Paulo no pátio de Saudade.
"A estação de Saudade pegou fogo na noite de sexta-feira,
dia 05/07/2002, por volta das 22 horas, destruindo grande parte do
telhado. O incêndio foi controlado por volta da 1 hora da manhã.
Na manhã de sábado ainda havia alguns focos de incêndio no local.
Ainda não se sabe a causa do acidente, mas presume-se que tenha sido
criminoso: foi tudo muito rápido, em uma hora estava tudo destruído.
O local estava abandonado há muito tempo, e estava sendo usado para
consumir drogas, para sexo, além de servir como abrigo de viajantes
e mendigos. Os moradores do bairro estavam com um projeto de transformar
a estação em um centro cultural e lazer para a população, agora o
temor é de que se destrua o que sobrou. O historiador e pesquisador
Alan Carlos Rocha afirmou que o incêndio destruiu uma parte na história
da cidade: "A estação era a saída de um ramal entre
Bananal e Barra Mansa para escoar a produção de café. A estação fazia
parte do ciclo do café no final do século 19. O café que chegava do
porto Esperança no mesmo bairro, era levado para a estação que era
transportada para o Rio de Janeiro" (adaptado de uma reportagem
de Felipe de Souza, no Diário do Vale, de 08/07/2002).
Em 2008, a plataforma já tinha tido as telhas da cobertura
levadas. A degradação foi muito rápida: em 2019, a estação já havia perdido o telhado
e parte das paredes. Incrustrada entre a via Dutra e uma favela, tinha agora como companhia uma construção que servia para alojamento do pessoal da MRS.
É muito difícil manter a memória
ferroviária no Brasil.
|
1886
AO LADO: Divisãp de custos entre a EFCB e a EF do Bananal na estação de Saudade (A Provincia de S. Paulo, 5/5/1886). |
|
1888
AO LADO: Os trilhos do resto do ramal já estão nas estações de Rialto e de Saudade ( O Estado
de S. Paulo, 19/8/1888). |
|
1894
AO LADO: Acidente na estação de Saudade e mais outro, não identificado o local, mas certamente já no ramal para Bananal (O Estado de S. Paulo, 17/1/1894). |
|
1933
AO LADO: Acidente próximo à estação de Saudade (O Estado de S. Paulo, 3/2/1933). |
ACIMA: A estação em 1908 (foto Central do Brasil).
|
1933
AO LADO: Acidente próximo à estação de Saudade (O Estado de S. Paulo, 3/2/1933). |
ACIMA: Acidente em Saudade em 1936 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER TODA A REPORTAGEM (Correio de S. Paulo, 9/9/1936).
|
1936
AO LADO: Outro acidente na estação de Saudade (Correio de S. Paulo, 24/11/1936). |
ACIMA: O município de Barra Mansa e suas linhas e estações por volta de 1958. Aparecem as linhas da Central do Brasil, ramal de São Paulo (de Volta Rdonda a Floriano, bitola larga), a linha do Ramal de Bananal (de Saudade ao Estado de São Paulo, bitola métrica) e a linha Angra-Goiandira, que é o tronco da RMV com bitola métrica. No centro da cidade estão as duas estações, da RMV e da Central do Brasil e há diversas estações menores espalhadas pelas linhas. A de Saudade está próxima ao rio Paraíba do Sul, mas junto à sua margem direita e não à margem esquerda, na linha da Central e não da RMV, como saiu erradamente no mapa acima. está ao sul do município - CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VÊ-LO EM TAMANHO MAIOR) (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, 1958-1960).
ACIMA: Composição da MRS vinda
de São Paulo (ou da ferrovia do Aço) passa pela estação
abandonada em 2003 (Foto Jorge Alves Ferreira).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local, 1998;
Alan Carlos Rocha; Jorge A. Ferreira;Simone Viana; Juliana Luscher;
Nikson Salem; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação,
1928; Felipe de Souza, Diário do Vale, 2002; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
A estação em 26/05/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 26/05/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação em 02/2008. Foto Carlos Latuff, para
o estudo das arquitetas Simone Viana e Juliana Luscher para
o IPHAN |
A estação já em ruínas em dezembro
de 2009. Foto Nikson Salem |
|
|
|
|
|
|
Atualização:
28.02.2021
|
|