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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Antonio Prado de Minas
Dona Emília
Porciúncula
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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E. F. Leopoldina (n/d-1975)
RFFSA (1975-1979)
DONA EMÍLIA
Município de Porciúncula, RJ
Linha de Manhuaçu - km 405,251 (1960)   RJ-1164
Altitude: 202 m   Inauguração: n/d
Uso atual: moradia (2019)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha que ligava a estação de Recreio a Santa Luzia (Carangola) teve a sua concessão e construção a cargo da Companhia Alto Muriaé, estabelecida em 1880. Em 2/5/1883, a empresa foi incorporada pela E. F. Leopoldina. Uma alteração de traçado da linha original para Muriaé levou a Leopoldina a passar por uma pequena extensão dentro de território fluminense, onde estava Santo Antonio (Porciúncula), retornando para Minas, seguindo para Carangola, onde chegou em 1887. De 1911 a 1915, a Leopoldina prosseguiu a linha até Manhuaçu, seu ponto final. O trecho Manhuaçu-Carangola foi fechado em 23/07/1975. Porciúncula-Carangola foi fechado em 1977, e em 1979, fechou-se a linha entre Cisneiros e Porciúncula. O pequeno trecho Recreio-Cisneiros nunca foi oficialmente suprimido.
 
A ESTAÇÃO: A parada de Dona Emília tinha o nome dado pela Leopoldina em homenagem à proprietária de uma sesmaria de terra tão extensa, que mereceu sua construção em suas terras. Segundo Ulrike Mätje, alemã casada com um bisneto da família Coelho Bastos, proprietários de fazendas de café na região, Emília era o nome da bisavó de seu esposo.

Muito provavelmente esta estação recebeu o nome dela, pois estava em terras dos Coelho Bastos, aliás, nome de uma estação situada alguns quilômetros antes na mesma linha.

Esta fazenda, nos anos 1920 propriedade de Carlos Frederico da Silva, português, genro e herdeiro da matrona, foi por ele rebatizada de Moto Contínuo, pois "quando terminava a safra de café entrava a de cana e, como fundo de resistência, sua usina de laticínios industrializava bons litros diários, ordenhados em rebanho próprio. Como monumentos arquitetônicos, além do penhasco imponente e altaneiro, coroado de mata virgem, geograficamente denominado de Itaperuna, existia o edifício sede, casarão em alvenaria, com 32 peças, além do porão de dois metros de pé direito, usado para vários fins. Protegia a soberba moradia um pelotão de palmeiras imperiais, enquadrando uma horta-pomar variadíssima. Era percorrida pelo córrego da Perdição (...) Precisávamos acampar em Dona Emília, na propriedade do gordo Carlos Frederico. Munidos da apresentação oficial e de carta do prefeito Calvet, tomamos (em Faria Lemos) o expresso de
Carangola via Entre-Rios, pela manhã. Vinte minutos depois, saltamos com nossas valises, o cronômetro Kulberg, o teodolito, a estaçãozinha de rádio, balizas, etc. Mal desembarcamos, o trem se pôs em marcha, batendo caixa para vencer a rampa e as curvas do divisor de Antônio Prado. Da plataforma de Dona Emília à sede da fazenda, a distância era um bom quilômetro e nós com aquele mundo de pertences! Perguntei ao agente da estação pelo Carlos Frederico. Ele nos respondeu: 'Aqui na usina de leite ainda não chegou. Deve estar em casa, deixem a bagagem e depois ele pode mandar a charrete buscar.' (...) E nos pusemos em marcha. Fomos (de volta) à estação indagar do agente as providências cabíveis. O relógio marcava onze e tanto. Condução não havia. Só o expresso do Rio, que, se não trouxesse atraso, deveria passar às cinco e pouco. Não havia escala para trem de carga. Dona Emília era parada privativa para servir à fazenda. Nenhuma venda onde pudéssemos comprar uma caixa de fósforos sequer. Porciúncula estava a onze quilômetros. Retrocedendo, havia a estação Antônio Prado, a quatro quilômetros, logo na virada da garganta, com casa de negócios" (Luiz Serafim Derenzi, descrevendo a vila nos anos 1920; reproduzido de http://gazetaonline.globo.com/ estacaocapixaba).

Em 1976, os trens já nem paravam mais em Dona Emília. Em 22/01/1979, foi suprimido pela RFFSA o trecho entre Porciúncula e Cisneiros, fechando de vez a estação.Os trens de passageiros, entretanto, já não corriam desde 1977.

A estação de Dona Emilia sobrevivia em maio de 2019 como moradia em meio a muitas árvores.


ACIMA: Mapa do município de Porciúncula nos anos 1950. A linha que sai de Porciúncula para sudeste é a linha de Carangola. A linha do Manhuaçu corta a cidade do sudoeste para nordeste (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. VII, 1958).

(Fontes: Amarildo Mayrink; Cléber Pereira Agostini Júnior; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. VII, 1958; Luiz Serafim Derenzi: Caminhos Percorridos; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     

Parfe da vila ferroviaria de Dona Emilia, em 01/2006. Foto Cléber Pereira Agostini Júnior

A estação em maio de 2019. Foto Amarildo Mayrink

A estação em maio de 2019. Foto Amarildo Mayrink
 
     
Atualização: 18.05.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.