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E. F. Leopoldina
(1886-1975)
RFFSA (1975-1979) |
ANTONIO
PRADO DE MINAS
Município de Antonio Prado de Minas,
MG |
Linha de Manhuaçu - km 398,229 (1960) |
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MG-1744 |
Altitude: 304 m |
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Inauguração: 25.01.1886 |
Uso atual: sede de cooperativa de leite (2019) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha que
ligava a estação de Recreio a Santa Luzia (Carangola) teve a sua concessão
e construção a cargo da Companhia Alto Muriaé, estabelecida em 1880.
Em 2/5/1883, a empresa foi incorporada pela E. F. Leopoldina. Uma
alteração de traçado da linha original para Muriaé levou a Leopoldina
a passar por uma pequena extensão dentro de território fluminense,
onde estava Santo Antonio (Porciúncula), retornando para Minas, seguindo
para Carangola, onde chegou em 1887. De 1911 a 1915, a Leopoldina
prosseguiu a linha até Manhuaçu, seu ponto final. O trecho Manhuaçu-Carangola
foi fechado em 23/07/1975. Porciúncula-Carangola foi fechado em 1977,
e em 1979, fechou-se a linha entre Cisneiros e Porciúncula. O pequeno
trecho Recreio-Cisneiros nunca foi oficialmente suprimido. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Antonio Prado foi inaugurada em 1886. O Conselheiro Antonio
da Silva Prado, na época ministro da Agricultura do Império,
foi quem selou o acordo para a passagem da linha de Manhuaçu
por dentro do território fluminense, ao qual se opunha a E.
F. Carangola, que tinha interesses na região de Santo
Antonio (Porciúncula). Por isso, a Leopoldina o
homenageou dando seu nome a essa estação.
Marco Aurelio
Bello, em e-mail de 19/12/2008, cita que Antonio Prado,
então Ministro do Império, João Coelho Bastos,
chefe de polícia, ou chefe da casa civil, se assim podemos
dizer nos dias de hoje, do Governo Imperial no Rio de Janeiro,
nos idos de 1886, Antonio Paulo de Mello Barreto, na
época Presidente da E. F. Leopoldina, e o Desembargador Francisco
de Faria Lemos, Presidente da Província de Minas Gerais
eram todos amigos entre si e estiveram na época
visitando a construção da linha do Manhuaçu
nesse ponto.
"O relógio marcava onze e tanto. Condução não
havia. Só o expresso do Rio, que, se não trouxesse atraso, deveria
passar às cinco e pouco. Não havia escala para trem de carga. Dona
Emília era parada privativa para servir à fazenda. Nenhuma venda onde
pudéssemos comprar uma caixa de fósforos sequer. Porciúncula estava a onze
quilômetros. Retrocedendo, havia a estação Antônio Prado, a quatro
quilômetros, logo na virada da garganta, com casa de negócios. A fome
nos maltratava o estômago. A boca seca, de tanto fumar. A situação
era crítica e insolúvel, aparentemente. Gustavo decidiu: - Vamos a
Antônio Prado, com uma hora chegaremos lá, comemos alguma coisa e
esperamos o trem. Caminhar pelo leito da estrada de ferro, com passos
de abertura diferente, pisando nos dormentes, é um dos maiores sacrifícios
a que se pode submeter um bípede pensante. O sol no zênite, o calor
aumentando, a monotonia que nos acompanhava, em somatório, tornaram-se
duas horas infernais, das mais sofridas de nossa vida. Chegamos (em
Antonio Prado) derreados, pernas trêmulas, os corpos banhados de
suor, todo o humor perdido. Felizmente, em frente à casa de negócios,
havia a maior mangueira que jamais vi. Junto ao tronco, uns bancos
rústicos e estacas, lustradas pela esfrega das bestas que ali estacionavam.
Era o abrigo natural das tropas que alimentava a estação, com as colheitas
circunvizinhas de café ensacado. Descansamos, bebemos água mineral
morna, comemos sardinha com cebola e farinha de mandioca, com papel
de embrulho à guisa de prato (...) O negociante, quando nos identificamos,
mostrou saber a que vínhamos. Ofereceu-nos um café sofrível, foi amável.
O trem, felizmente, veio à hora. Embarcamos e pedimos ao condutor
que desse uma parada em Dona Emília, a tempo de recolhermos nossa
bagagem" (Luiz Serafim Derenzi, descrevendo a vila nos
anos 1920; reproduzido de http://gazetaonline.globo.com
/estacaocapixaba).
Nos anos 1940, seu nome foi alterado, colocando-se o final "de Minas".
Em 1962 tornou-se município.
Em 1976, os trens,
saindo de Recreio todos os dias às 6 da manhã,
chegavam a Antonio Prado às 10:07.
Em 22/01/1979, foi suprimido
pela RFFSA o trecho entre Porciúncula e Cisneiros,
fechando de vez a estação. Os trens de passageiros,
entretanto, já não corriam desde 1977.
Em 2019, era um prédio
que, embora desativado como estação, vinha sendo mantido
em excelente estado
de conservação, fazendo-a uma das mais belas estações
da velha Leopoldina. O seu uso era como sede de uma cooperativa
de leite.
ACIMA: Mapa parcial do município de Eugenópolis
nos anos 1950. A linha do Manhuaçu passava por ele do sul ao
norte. A estação de Antonio Prado de Minas, que ficava
na sede do distrito assinalado - ainda não era município
- no local onde está escrito, por exemplo, "Fazenda do
Parigarito", ficava junto à linha do trem, já perto
da divisa com o Estado do Rio (IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, vol. VII, 1958).
(Fontes: Julio Alves; Daniela Areal; Marco Aurélio Bello; Cléber Pereira
Agostini Júnior; Carlos Eduardo da Fonseca; Luiz Serafim Derenzi:
Caminhos Percorridos; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil,
1960; Guia Levi, 1932-80) |
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A estação desativada, antes da reforma, em 2001.
Autor desconhecido |
A estação em 01/2006. Foto Cléber Pereira Agostini
Júnior |
A estação em 05/2011. Foto Daniela Areal |
A estação em 10/2018. Foto Julio Alves |
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Atualização:
10.12.2020
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