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E. F. Leopoldina
(1926-1975)
RFFSA (1975-1994)
Flumitrens/CENTRAL/Supervia (1994-) |
SURUÍ
Município de Magé, RJ |
Linha Saracuruna-Visconde de Itaboraí
- km 47,819 (1960) |
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RJ-1893 |
Altitude: 3 m |
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Inauguração: 02.12.1926 |
Uso atual: estação de trens da Supervia |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha ligando
Rosário (atual Saracuruna) a Visconde de Itaboraí, projetada desde
1890 pela Leopoldina, sómente foi entregue em 1926 devido a inúmeros
entraves burocráticos que foram aparecendo pelo caminho durante esses
36 anos. Na prática, foi essa linha que ligou as cidades do Rio de
Janeiro e Niterói, contornando a Baía de Guanabara, passando por Magé
e dando acesso também do Rio de Janeiro a Teresópolis e a linha do
Litoral da Leopoldina. A linha cruzava a antiga ferrovia E. F. Mauá
na estação de Entroncamento, hoje Bongaba. A linha Saracuruna-Porto
das Caixas está ativa até hoje, por ela passando trens da Flumitrens/Central
que ligam Saracuruna a Guapimirim, entrando pelo antigo ramal de Teresópolis.
No trecho Magé-Visconde de Itaboraí somente existe tráfego cargueiro
ligando o Rio a Campos e Vitória. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Suruí foi inaugurada em 1926. Encontrei indicações em um texto de 1893 de que pode ter havido outra estação com este nome, mas na linha do Norte (Rio-Petrópolis) da Leopoldina. Porém, não consegui chegar a uma conclusão de qual estação nessa linha poderia ter tido este nome no passado.
Junto a ela foi aberta, já
nos anos 1950, pela Leopoldina, uma usina de 40 m3/hora para a britagem
e classificação de pedra para lastreamento de via.
No
filme Pistoleiro Bossa Nova, de 1960, toda a seqüência inicial
é realizada no ramal de Suruí a Magé inclusive com cenas na estação de Suruí.
Em 18/02/2003,
o jornal O Dia noticiou: "Um grupo de passageiros irritados
com a paralisação do trem que circula no ramal Guapimirim-Saracuruna
quebrou, saqueou e incendiou a Estação de Suruí, em Magé, no fim da
madrugada de ontem. Parte do telhado foi destruído e uma das salas
foi queimada. Documentos da
estação, um botijão de gás, o microfone usado no sistema de
som que anuncia os horários, cadeiras e mesas foram roubados.
A destruição começou por volta das 5h. Ao saber que o trem que vinha de Guapimirim e deveria chegar às 4h12 não estava circulando devido a problemas nos
trilhos, os passageiros se revoltaram e começaram a quebrar a estação.
Testemunhas disseram que os manifestantes usaram uma garrafa de álcool
para incendiar o prédio. Bombeiros foram ao local para tentar apagar
as chamas, mas o fogo só foi controlado às 7h40. 'Eu não estava na
estação quando a confusão começou, mas naquele horário há normalmente
umas 170 pessoas esperando o trem', informou o agente de estação,
Wilson Rodrigo dos Santos, 49 anos. O ramal só funcionou durante a
manhã porque a única locomotiva que funciona na linha teve problemas
de tração e precisou ser rebocada até Triagem, para a oficina da Companhia
Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central) - antiga
Flumitrens - responsável pela ligação ferroviária entre Saracuruna
e Guapimirim. Em Duque de Caxias, funcionários da Central penduraram
na parede um quadro informando aos passageiros não haver previsão
para a reativação do ramal. As
Em 2003, trafegavam por ela trens de subúrbio
em condições precárias da empresa Central
(ex-Flumitrens). Estes trens faziam o percurso Saracuruna-Guapimirim,
fazendo portanto também o trecho que restou do antigo ramal de Teresópolis - até Guapimirim - e que saía da estação de Magé.
Ainda em 2003, pessoas que dependiam do trem reclamavam
que o serviço prestado era muito ruim. Entre os principais problemas
apontados pelos passageiros, destacava-se a demora da passagem
do trem pelas estações do ramal - apenas quatro viagens por dia, em
intervalos que atingiam até sete horas. Atraso e superlotação são constantes.
Outro problema apontado pelos passageiros era a superlotação do trem: "a capacidade de cada vagão é de 300 pessoas, mas é comum entrarem
500", reclamava o pedreiro Ademilton Souza de Oliveira, 56 anos. Morador
de Santa Dalila, o trem era a alternativa mais barata para ele chegar
ao Rio, onde trabalhava - 60 centavos. 'Se pegar ônibus, gasto R$ 4,40',
afirma. Os funcionários da Central atestam a precariedade do trem.
'Até fio para iluminar os trens somos obrigados a comprar', afirmava
o maquinista Pedro Menezes, 48 anos. Ele explicava que seriam necessárias
quatro locomotivas no ramal. Segundo ele, seis mil moradores do local
dependiam do transporte ferroviário por dia. A assessoria de imprensa
da Central informava que a companhia colocaria mais uma composição em
operação, mas não havia previsão de prazo.
A estação
Porém, em 17 de maio de 2022, uma estrada asfaltada do município de Magé foi recapeada e o asfalto foi colocado sobre a linha que a cruzava sem que ninguém percebesse... quando o trem ali chegou encontrou sua travessdia interditada pelo asfalto. Este foi removido então depois de algumas horas.
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1940
AO LADO: Festa em Suruí: a estação
volta a atender a E. F. Theresopolis em 1940 (CLIQUE SOBRE
A IMAGEM PARA VE-LA EM TAMANHO MAIOR) (Diario de Noticias,
4/7/1940).
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ACIMA: (esquerda) linha principal, sentido Magé
e saindo para a esquerda, no mato, o antigo desvio para a pedreira. (direita) o desvio seguindo para dentro da pedreira, depois de cruzar
a rodovia Rio-Magé em nível (Fotos Julio Cesar da Silva,
25/7/2010).
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2022
AO LADO: Surpresa na linha em Suruí (UOL,
17/5/2022). |
Suruí
é uma grande estação, com desvios e uma longa plataforma, que
porém recebe raros e curtos trens de passageiros. Curiosamente
há no, outro lado, uma plataforminha menor, talvez para alguma
comunicação com uma locomotiva de trem cargueiro. Ainda em Suruí,
só que uns 2km à frente, sentido Magé, há um desvio para a pedreira,
que cruza com a rodovia Rio-Teresópolis (BR116) justamente no
trecho mais perigoso da estrada, fora da serra. É cheio de curvas,
porém abertas, que convidam à velocidade. A pedreira ainda funciona,
mas não há o tráfego de trens a ela há muitos anos e os trilhos
estão se degradando no local (Julio Cesar da Silva, 26/7/2010). |
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(Fontes: Carlos Latuff; Diego Barbosa; Diario
de Noticias, 4/7/1940; Revista Ferroviária; O
Dia, 2003; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa
- acervo R. M. Giesbrecht) |
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A usina de britagem de Suruí, anos 1950. Foto da Revista
Ferroviária |
A estação de Suruí em 02/2004. Foto Carlos
Latuff |
A estação de Suruí em 02/2004. Foto Carlos
Latuff |
A estação em 04/2009. Foto Diego Barbosa |
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Atualização:
17.05.2022
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