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E. F. Leopoldina
(1917-1975)
RFFSA (1975-1996) |
SOTURNO
Município de Vargem Alta, ES |
Linha do Litoral - km 501,053 (1960) |
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ES-3071 |
Altitude: 346 m |
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Inauguração: 31.08.1917 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolida) |
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HISTORICO DA LINHA: O
que mais tarde foi chamada "linha do litoral" foi construída por diversas
companhias, em épocas diferentes, empresas que acabaram sendo incorporadas
pela Leopoldina até a primeira década do século XX. O primeiro trecho,
Niterói-Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril
Niteroiense, constituída em 1871, e depois absorvida pela Cia. E.
F. Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos,
por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos
entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campos-Cachoeiro do Itapemirim,foi
construído pela E. F. Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa
foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida
à Leopoldina. O trecho até Vitória foi construído em parte pela E.
F. Sul do Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Em 1907,
a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba em Campos, unindo
os dois trechos ao norte e ao sul do rio. A linha funciona até hoje
para cargueiros e é operada pela FCA desde 1996. No início dos anos
80 deixaram de circular os trens de passageiros que uniam Niterói
e Rio de Janeiro a Vitória. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Soturno foi inaugurada em 1917. O traçado original
da E. F. Sul do Espirito Santo, que depois foi construído pela
Leopoldina, foi modificado entre as estações de Soturno
e de Matilde. Pedro Bueno Sartório afirma que
existem ainda "cortes abandonados na região de Paraíso
e de Virgínia nova e que se deparou ainda com remanescentes
de pegões de um viaduto no alto da Serra do Rodeio, próximo
a Richmond (...) pudemos constatar pegões de pedra argamassada,
remanescentes de uma ponte na travessia do rio Novo, em São
José, próximo a Canudal/Estação de Soturno;
trechos implantados e abandonados nas serras do Alto de Belém,
em direção a Concórdia, no município de
Vargem Alta; constatamos que a estrada de ferro passava com meia ferradura
no local da igreja de Concórdia, cujo trecho percorremos a
pé até a divisa Concórdia/Paraíso,
ainda no mesmo município, em terras de Evaristo Mengal; no
limite deste último trecho encntramos um corte em rocha inacabado,
em cuja rocha de montante ainda permanecem algumas inscrições
legíveis e outras que mereceriam estudo mais acuidoso. Nesta
rocha lê-se facilmente: 'à esquerda, Glídio (parte
superior), Franco A (parte intermediária) e Franco Angelo (parte
inferior)'. À direita, na mesma rocha, ENZEBRO, CASA 110, BAS
95 e um desenho de uma santa, entre outras inscrições;
próximo a esse corte, encontramos um várias inscrições
ilegíveis, bem como '1895, E. C. ADEOS'. Entendemos que mo
crepúsculo do século passado (XIX) com a imigração
dos italianos para trabalharem na construção da estrada
de ferro, os mais saudosos provavelmente deisxaram nas pedras o seu
endereço na Itália. No limite desse trecho existe uma
construção que os moradores chamam de armazém
da Leopoldina, que pelas inscrições da rocha deveria
denominar-se armazém da Estrada de Ferro Sul do Espírito
Santo (...) (Élvio Antonio Sartório, A Trilha
Sagrada, 1996). Segundo moradores da localidade, o prédio
da estação foi demolida em 1995 pela comunidade, pois estava caindo,
"pendendo para o lado dos trilhos" e ficaram
com medo, pois ela tremia com a passagem das locomotivas carregadas.
ACIMA: Trecho de serra entre as estações
de Soturno e de Cachoeiro do Itapemirim. ABAIXO: Beyer-Garrat em Soturno
(Foto de março de 1930, por W. Cyril Williams: The Leopoldina
Railway, A Narrow Gauge Railroad of Exceptional Interest, 1/1931.
Cessão Luciano Pavloski).
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Nas três fotografias
coloridas de 1982 nesta página, "dá
a impressão que a estação era apenas um grande galpão de zinco,
mas não era. Na metade da esquerda tinha um depósito, na parte
direita na frente havia a agência (tipo um escritório) com
aquele tipo de telefone a manivela e telex, na parte direita
atrás da agência havia a casa que continha dois quartos, sala
cozinha e banheiro e atrás um grande quintal" (Cristiane
Pinheiro, novembro de 2009).
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À esquerda, o agente
(chefe) na janela da da estação de Soturno em
1982, pai de Cristiane Pinheiro (Acervo Cristiane Pinheiro).
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ACIMA: Placa de quilometragem e altitude da estação
do Soturno, em 1982. A estação era realmente construída
de folhas de zinco (Acervo Cristiane Pinheiro).
(Fontes: Cristiane Pinheiro; Luciano Pavloski;
Marcos A. Farias; Leonardo Bloomfield; W. Cyril Williams: The Leopoldina
Railway, A Narrow Gauge Railroad of Exceptional Interest, 1/1931;
Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938;
Élvio Antonio Sartório: A Trilha Sagrada,
1996;Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação de Soturno com um carro da Leopoldina
ao lado, anos 1960. Foto Leonardo Bloomfield |
A estação de Soturno em 1982. Acervo Cristiane
Pinheiro |
A estação, já demolida. Ao fundo, a caixa
d'água. Foto Marcos A. Farias em 14/01/2006 |
A caixa d'água. Foto Marcos A. Farias em 14/01/2006 |
A estação, já demolida. Ao fundo, a caixa
d'água. Foto Marcos A. Farias em 14/01/2006 |
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Atualização:
25.05.2016
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