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Indice de estações
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Caiubá
Guia de Pacobaíba
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Autor desconhecido - s/d
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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E. F. Mauá
(1854-1888)
E. F. Príncipe do Grão Pará (1888-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1962) |
GUIA
DE PACOBAÍBA (antiga MAUÁ)
Município de Magé, RJ |
Ramal de Guia de Pacobaíba - km
56,811 (1960) |
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RJ-1935 |
Altitude: 2 m |
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Inauguração: 30.04.1854 |
Uso atual: depredada (2019) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1896 |
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HISTORICO DA LINHA: Em 1854,
Irineu Evangelista de Souza inaugurou a primeira ferrovia do Brasil,
com bitola de 1,676 m, ligando o porto de Mauá, no "fundo"
da baía de Guanabara, a Fragoso, estação situada
a cerca de 14 km, e ali rodou a Baroneza, a primeira locomotiva a
percorrer uma linha no Brasil. A E. F. Mauá foi estendida em
1856 até Raiz da Serra e dali pretendia subir a serra de Petrópolis
para alcançar essa cidade, fato que ocorreu apenas 30 anos
mais tarde, mas por outra empresa, a E. F. Príncipe do Grão
Pará, que acabou por comprar a E. F. Mauá em 1888 e
reduzir sua bitola para métrica para acabar com a baldeação
em Raiz da Serra. Em 1890, tudo passou a ser propriedade da E. F.
Leopoldina. A partir do momento em que esta chegou a Piabetá
com sua linha vinda da estação de Barão de Mauá,
no Rio, o trecho entre Piabetá e Mauá passou a ser apenas
um ramal. Em meados dos anos 60, o tráfego entre essas duas
estações foi suprimido e a ferrovia desde então
está abandonada. |
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A ESTAÇÃO: "Em 30
de abril de 1854 foi solenemente inaugurado o tráfego da 1ª secção
dessa estrada, a primeira que se construiu no Brasil e na América
do Sul, na extensão de 14,500 km compreendendo as estações de Mauá
(porto de mar), Inhomirim e parada provisória do Fragoso. Ao ato da
inauguração compareceu Sua Majestade o Imperador D. Pedro II, a quem
o Comendador Irineu Evangelista de Souza dirigiu as seguintes palavras,
que são valiosas para a documentação histórica da viação férrea brasileira:
'Senhor. A diretoria da Companhia Navegação a Vapor e Estrada de Ferro
de Petrópolis vem render graças a VV.MM. pela honra que se dignaram
conferir á estrada, vindo assistir a solenidade de sua inauguração.
Vinte meses são apenas contados desde que VV.MM. honraram com as suas
augustas presenças o primeiro acampamento dos operários da companhia;
coube-me então a distinta honra de depositar nas mãos de V.M. um humilde
instrumento de trabalho, do qual V.M. não se desdenhou de fazer uso,
como para mostrar aos seus súditos que o trabalho, essa fonte perene
da prosperidade pública, era não só digno da sua alta proteção, porém
mesmo de tão extraordinária honra! Esse exemplo, Senhor, não foi perdido;
ele fez vibrar em nossos corações o entusiasmo, e o entusiasmo é esse
sentimento um tanto indefinível, porém que, uma vez despertado em
corações generosos, não ha mais sacrifício de que não sejam capazes,
mas ha mais obstáculos que não saibam vencer!
Hoje dignam-se VV.MM.
de vir ver correr a locomotiva veloz, cujo sibilo agudo ecoará nas
matas do Brasil - prosperidade e civilização - e marcará sem dúvida
uma nova era no país. Seja-me permitido, Imperial Senhor, exprimir
nesta ocasião solene um dos mais ardentes anelos do meu coração: esta
estrada de ferro que se abre hoje ao trânsito público é apenas o primeiro
passo na realização de um pensamento grandioso. Esta estrada, Senhor,
não deve parar, e si puder contar com a proteção de V.M. seguramente
não parará mais senão quando tiver assentado a. mais espaçosa de suas
estações na margem esquerda do Rio das Velhas.
Ali se aglomerará para
ser transportado ao grande mercado da Corte a enorme massa de produção
com que devem concorrer para a riqueza pública os terrenos banhados
por essa imensa artéria fluvial, o rio de S. Francisco e os seus inúmeros
tributários. É então, Senhor, que a majestosa baía, cujas águas beijam
com respeito as praias da capital do Império, verá surgir em seu vasto
e abrigado ancoradouro navios sem conta. É então, Senhor, que o Rio
de Janeiro será um centro de comércio, industria, riqueza, civilização
e força, que nada tenha que invejar a ponto algum do mundo! Uma proteção
eficaz aos primeiros passos deste meio de locomoção admirável, que
tem contribuído poderosamente para a prosperidade e grandeza de outros
povos, fará com que seja uma realidade, e porventura em época não
mui distante, esta visão que me preocupa.
Dignai-vos, Imperial Senhor,
de acolher os ardentes votos que faz a diretoria da companhia que
leva a efeito no Brasil a primeira estrada de ferro,pela glória do reinado de Vossa Majestade, pela ventura da
augusta família imperial e pela prosperidade da grande Nação, cujos
destinos se acham confiados a alta sabedoria e paternal solicitude
de Vossa Majestade." Do seguinte modo respondeu o Imperador: 'A diretoria
da Estrada de Ferro de Mauá pode estar certa de que não é menor o
meu júbilo ao tomar parte no começo de uma empresa que tanto há
de animar o comércio, as artes e as indústrias do Império."
(do livro Resumo Histórico da Leopoldina Railway, de Edmundo
Siqueira, 1938).
A estação de Mauá,
a mais antiga do Brasil, foi quem deu o título a Irineu
Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. Era
o nome do velho porto que ali ficava há incontáveis
anos, no "fundo" da baía da Guanabara, na freguesia
de Guia, no município de Estrella, mais tarde
Magé. Como conta o historiador Jorge Caldeira,
a nobreza da época, que não se afinava com Irineu,
fazia piadas com o título que veio agraciá-lo: "se
é para o Irineu, algo de mau... há".
O nome
de Companhia Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis
citado no discurso acima do futuro Barão de Mauá
em 1854 vem do fato de a estrada pretender subir a serra para
Petrópolis - fato que somente aconteceu em 1883, mas
por iniciativa da E. F. Príncipe do Grão Pará,
que cinco anos depois assumiu a antiga linha de Mauá,
e que o serviço realmente começava no porto da estação
da Prainha, na Praça Mauá, no Rio de
Janeiro, transportando por barco pela baía os passageiros
para a ferrovia, que desembarcavam no porto e subiam no trem.
Como
a estação de Piabetá foi ligada mais tarde
ao Rio de Janeiro por linha férrea da Leopoldina, o
transporte pela baía foi sendo cada vez menos utilizado, consequentemente
deixando com pouco movimento a estação e o porto de
Mauá.
Em 1926, "A Leopoldina desativa, em Guia
de Pacobaíba, a integração barco-trem na ligação Rio de Janeiro -
Petrópolis, que passa a ser efeutada diretamente em trem, após a inauguração
da nova estação terminal de Barão de Mauá em São Cristovão, no dia
26 de novembro. A estação de Guia de Pacobaíba passa a ser atendida
apenas por trem local. No dia 2 de novembro (de 1926), início da operação
da linha do Rosário da Estrada de Ferro Leopoldina com 39 km de extensão,
no fundo da baía de Guanabara, entre Rosário e Porto das Caixas, passando
por Magé e Visconde de Itaboraí.
A nova linha possibilita a ligação
direta entre as cidades do Rio de Janeiro e Vitória, desativando a
travessia marítima o Rio de Janeiro e Niterói. A linha não foi construída
antes devido às dificuldades de construção sobre imensa área alagadiça
entre Magé e Visconde de Itaboraí" (Marcelo Almirante).
Em 1945, o nome da estação histórica foi alterado
para Guia de Pacobaíba, vindo da antiga freguesia. O
prédio que hoje ali está não é o mesmo
da inauguração em 1854; segundo Eugênio Sciammarella,
o prédio atual foi construído em 1896, quando se substituiu
o porto de madeira pelo de ferro.
Em 19 de dezembro de 1962, o serviço
de passageiros no trecho Bongaba-Guia de Pacobaíba foi
extinto. A estação e a linha foram abandonadas e, embora
tombadas pelo Patrimônio Histórico, permanecem no descaso.
"Esta estrada deve ser para os brasileiros uma empresa venerada;
ela simboliza o alfa de nossa via-férrea; aí sentiu pela primeira
vez o solo da pátria o rodar da locomotiva" (Do livro As Estradas
de Ferro no Brasil, do Eng. F. P. Passos, 1879).
A estação
foi recuperada (pela enésima vez) para as festividades de 30/5/2004,
nos 150 anos da ferrovia no Brasil. Um ano depois, em 05/2005, já
estava ao Deus-dará.
O girador, em janeiro de 2010, estava
ali, mas no seu fosso, muito mato, água parada e mosquitos.
Em 30 de abril de 2010, novamente a estação foi restaurada
e uma locomotiva a vapor colocada como "enfeite". Em setembro,
a locomotiva havia sido depredada e removida, assim como os fios elétricos
do prédio haviam sido roubados.
Em 2015, o aspecto externo
estava bom. Em 2019, já haviam levado as telhas da cobertura da plataforma.
ACIMA: Embarcadouro da Prainha (depois Pier Mauá), onde embarcavam na cidade do Rio de Janeiro os passageiros que atravessavam a baía e seguiam de trem para Petrópolis (Autor desconhecido - sem data).
ACIMA
e ABAIXO: No porto da Estrela, o povo desembarcava das barcas e embarcava
no trem, que parava alguns metros na frente, em Guia de Pacobaíba,
Mauá, na época, e seguia para a serra de Petrópolis.
Em 1926, a construção da linha entre o Rio de Janeiro
e Magé acabou com a festa. O porto foi abandonado e o cais
virou ferrugem (Autores desconhecidos, fotos dos anos 1910 (acima)
e 1920 (abaixo)).
ACIMA: Embarque no pier de Guia de Pacobaiba (sem data - autor desconhecido).
ACIMA: Jornalistas, engenheiros e autoridades estaduais visitaram em 1935 ontem, a "Casa de Mauá", na estação do mesmo nome, onde inauguraram a placa comemorativa daquela visita. A composição que levou os viajantes foi puxada pela histórica locomotiva "Baronesa". O clichê acima focaliza os dois aspectos da visita. Não consegui, pela curta reportagem e também pela qualidade da foto se estavam se referindo à estação (ainda então chamada de Mauá) ou a alguma construção que existia na área da estação - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER EM TAMANHO MAIOR (Correio de S. Paulo, 5/11/1935).
ACIMA: A estação em seu centenário - 1954 (Autor desconhecido)
ACIMA: Tudo o que sobrou do glamour que existiu até
1926 foi este cais enferrujado que sustentava toda aquela plataforma
de embarque e desembarque em trens e barcas, além da estação,
uns 50 metros aquém (Autor desconhecido, foto de 2008).
(Fontes: Eduardo P. Moreira; Marcelo Almirante; Alexandre
Fernandes Costa; Alfredo F. Rodrigues; Marc Ferrez; Nicholas Burmann;
Tribuna de Petropolis, 2013; Eng. F. P. Passos: As Estradas de Ferro
no Brasil, 1879; Revista Refesa, 1974; O Estado de S. Paulo, 2002;
Jorge Caldeira: Mauá, Um Estadista no Império, 1995;
Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938;
Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R.
M. Giesbrecht)) |
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Porto de Mauá, em 1885. Foto Marc Ferrez, cedida por
Nicholas Burmann |
A estação. Foto sem data, cedida por Alfredo F.
Rodrigues |
Embarcadouro, com a estação no fundo, à
esquerda. Foto sem data, cedida por Alfredo F. Rodrigues |
Embarcadouro do porto de Mauá. Vê-se o barco, à
esquerda e a locomotiva da Leopoldina à direita. Autor
desconhecido |
A estação. Foto sem data. Autor desconhecido |
A estação. Foto sem data. Autor desconhecido |
A estação. Foto sem data, cedida por Alfredo F.
Rodrigues |
A estação em 1974, na comemoração
dos 120 anos da ferrovia no Brasil, Nesta época, ela
foi restaurada. Já não funcionava mais. Foto Revista
Refesa, 1974 |
A estação em 2002, abandonada. Foto do jornal
O Estado de S. Paulo |
Um ano depois de recuperada, a estação já
está no abandono de novo. Foto Alexandre Fernandes Costa,
em 05/2005 |
A velha estação em maio de 2013. Tribuna de Petropolis |
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Atualização:
06.01.2021
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