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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Águas Claras
São José do Rio Preto
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Príncipe do Grão Pará (1886-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1947)
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
Município de São José do Vale do Rio Preto, RJ
Ramal de São José do Rio Preto - km 126 (1938)   RJ-3898
Altitude:   Inauguração: 01.11.1886
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de São José do Rio Preto foi aberto em 1886 na verdade como parte - a final - da linha principal de E. F. Grão Pará. Em 1890, esta ferrovia foi adquirida pela Leopoldina. Em 1900, esta construiu o trecho entre Areal e Entre Rios (Três Rios) e o trecho Areal-São José do Rio Preto passou a ser um pequeno ramal de 25 km. O ramal foi fechado em 1947, tendo sido um dos primeiros trechos ferroviários a ser desativado no Brasil, graças ao projeto de construção de uma represa na região.
 
A ESTAÇÃO: "Em 15 de outubro de 1884 foi inaugurada a construção do prolongamento de Petrópolis a São José do Rio Preto. De Petrópolis em diante atravessa, em túnel, a garganta de Quissamã, desce até a cascata de Itamarati, aí transpondo o rio em viaduto. Daí acompanha o Itamarati o Piabanha até o lugar chamado Barra Mansa, de onde passa para a margem esquerda do último, indo adiante atravessar em túnel o morro do Cedro no prolongamento da serra do Taquaril. Vencido esse morro, a linha segue o vale do ribeirão Iracanam até ás proximidades de sua confluência com o Piabanha no lugar denominado Areal, subindo daí o vale deste último, que é transposto adiante por uma ponte de 74 metros de vão, com o fim de passar para a margem direita do rio que acompanha, descendo até a confluência com o rio Preto. Subindo, finalmente, o vale deste, a linha segue até a povoação de São José do Rio Preto, seu ponto terminal. Em 1º de Maio de 1886 foi inaugurado o tráfego de Petrópolis ao Areal e em 1º de Novembro do mesmo ano; até São José do Rio Preto". Portanto, o que era o final da linha do Norte, linha-tronco da E. F. Grão Pará, passou a ser um pequeno ramal da Leopoldina de cerca de 25 km a partir de 1900, quando o trecho Areal-Três Rios foi aberto por esta ferrovia. Segundo se sabe, o ramal fazia parte da linha tronco da antiga Grão Pará, que pretendia atingir Além Paraíba subindo a margem esquerda do rio Preto até conseguir vencer o vale por ele aberto. Depois, atingindo o planalto onde se encontra hoje Providência, seguiria em demanda do rio Paraíba, em Além Paraíba. Mas seus planos foram frustrados por um enorme paredão de pedra na localidade de Serra do Sossego, na zona rural de São José do Vale do Rio Preto. Hoje a população conhece o local como Fazendo do Sossego. No dizer de Jairo Mello, aquele paredão se mostrou intransponível com os recursos da época, levando a Grão Pará a estacionar a linha em São José por alguns anos. Com o advento da Leopoldina, esta preferiu dar prosseguimento na linha via Três Rios e, dali, seguindo o rio Paraíba do Sul, atingir Além Paraíba, objetivo original da linha. Analisando os dois trechos, vemos quão acertada foi a idéia da Leopoldina. O traçado mais difícil já fora vencido entre Petrópolis e Areal. Bastava seguir o Piabanha por um bom trecho até nas proximidades de Três Rios, abandonando-o na localidade de Alberto Torres e seguindo até Moura Brasil. Dali, por um corte na pedra, passava para o vale do Paraíba do Sul e seguia em demanda de Três Rios, cruzando a bela ponte das Garças, outrora da Cia. União e Indústria. Como explicar, então, a decisão da Grão Pará de seguir via São José do Rio Preto? É possível que a empresa tenha ido em busca do café que abundava na região. São José do Rio Preto, Sumidouro e outros distritos daquela região nasceram de fazendas de café. Seguir para Três Rios, naquela época implicava em dois problemas: o primeiro era entrar em zona de concessão da EF Dom Pedro II e, o outro, ter que cruzar o rio Paraíba do Sul para entrar na cidade e poder seguir em demanda de Além Paraíba. Com certeza haveria problemas com a Central do Brasil. Ao chegar a São José, percebe-se que a intenção de se abrir caminho por ali foi uma idéia acertada no que se refere à extensão quilométrica e cargas a captar, mas o perfil da região se mostra pesado demais para ser vencido com poucos recursos, mas, para quem conhece os caminhos por onde a LR assentou suas linhas em MG e ES, sabe-se que serras escarpadas não seriam empecilhos que lhe travassem os planos assim tão facilmente. Assim, ficamos sem saber, ao certo, se foi realmente o tal paredão de pedra que impediu o prolongamento da linha depois de São José, ou se razões políticas "puxaram" a linha para Três Rios. Um bom trecho de linha havia


ACIMA: Estação de São José do Vale do Rio Preto, possivelmente anos 1930 - CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VE-LA MAIOR (Acervo e envio: Amauri Telles de Menezes).

Acima, a cidade e a estação, no centro baixo da fotografia, tirada provavelmente por volta de 1940. A rua e a linha, o virador ao fundo, a ponte que não era do trem à esquerda, o rio Preto atrás da fileira de casas (Cessão Pedro Paulo Resende).
sido aberto ali, mas ficou abandonado em virtude da pressão política. Assim, acredita-se que não foi o paredão de pedra que fez a Grão Pará e Leopoldina mudarem os planos da sua linha pelo vale do rio Preto, mas a pressão política querendo beneficiar Três Rios com uma conexão ferroviária. Por São José, a linha só atingiria localidades quase despovoadas, sem nenhuma expressão política. Assim, o ramal foi considerado de bom grado tendo atingido São José, onde poderia receber as mercadorias vindas de carro de boi das regiões acima dela. Cerca de um quilômetro além da estação, na margem oposta do rio, há um imenso armazém e umas construções também antigas como ele. Um prédio no pátio em frente a ele lembra uma estação, mas na verdade fora apenas um abrigo do gerador que abastecia o armazém. Este recebia as cargas de café, leite e outros gêneros produzidos naquela região. A razão de ter sido erguido ali, e não no pátio ferroviário, se justifica em razão do pouco espaço disponível na área da estação, já que o rio Preto ocupa a maior parte do vale ali. Uma linda ponte de ferro, chamada de "Ponte Preta", liga os dois lados da cidade. Muitos acreditam que os trens passavam por aquela ponte, mas sua posição formando ângulo de 90 graus com o rio acusa que se trata de um erro comum aos que não entendem de engenharia ferroviária. Um trem jamais faria curva tão apertada. Fotos antigas vistas na cidade comprovam isso, mostrando que a Leopoldina possuía um girador de locos bem na entrada dessa ponte. Por volta de 1940 o governo do Estado iniciou a construção de uma barragem no rio Preto com vistas a produzir energia elétrica para a região. O lago inundou parte da linha, fazendo com que o ramal ficasse inativo. Diz-se que um trem ficou preso em São José e teve de sair de carreta, pois inundaram a represa antes do previsto. Nos anos 1940, a estação e a cidade se chamaram, por algum tempo, Paranaúna, que, aliás, significa Rio Preto. Em maio de 1945, o Guia Levi ainda acusava trens correndo no ramal. O ramal, certamente já deficitário, acabou desativado em 1947. A estação terminal foi demolida - quando, não consegui descobrir - e hoje a cidade, emancipada como município, se chama São José do Vale do Rio Preto. (Resumo Histórico da Leopoldina Railway Co. Limited, Edmundo Siqueira, 1938).
(Fontes: Pedro Paulo Resende; Jairo Mello; Leonardo Bloomfield; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway Co. Limited, 1938; Guias Levi, 1938-80; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Em São José do Rio Preto. Autor desconhecido
 
     
Atualização: 05.04.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.