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E. F. Vitória
a Minas (1927/30-) |
ANTONIO
DIAS
Município de Antonio Dias, MG (1927-) |
EFVM - km 502 (1960) |
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MG-3139 |
Altitude: 377 m |
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Inauguração: 24.10.1947 |
Uso atual: estação de passageiros |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1947? |
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HISTORICO DA LINHA: A E. F. Vitoria
a Minas foi aberta em 1904 num pequeno trecho a partir do porto de
Vitória e tinha como objetivo principal transportar as culturas
da região ao longo do Rio Doce, especialmente a produção
de café. Com enormes dificuldades ela foi avançando
no sentido da cidade mineira de Diamantina; em 1910, empresãrios
ingleses a compraram para eletrificá-la e transportar minério
da região de Itabira. O seu objetivo pasava a ser agora atingir
Itabira e se encontrar com a futura linha da EFCB que partindo de
Sabará atingiria São José da Lagoa (Nova Era).
Em 1919 o empresário americano Percival Farquhar a comprou
e depois de inúmeras reviravoltas políticas, a estrada,
afinal nunca eletrificada, foi encampada pela recém-fundada
Cia. Vale do Rio Doce (CVRD) em 1942, a qual maneja a ferrovia até
hoje. Modernizou-a nos anos 1940, alterando o traçado acidentado
na região de Vitória, isto depois de a linha ter finalmente
se ligado à EFCB em Nova Era em 1937, Em 2002, o antigo ramal
de Nova Era foi totalmente modificado e a EFVM passou a comandar a
linha desde Vitória até a região de Belo Horizonte,
depois de passar por Itabira, região do minério de ferro.
É a ferrovia mais rentável do Brasil e uma das pouquíssimas
ferrovias a manter no País até hoje os trens de passageiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Antonio Dias já existia em 1927, de acordo com o
Guia Telegráfico desse ano. Já segundo o Guia Levi, ela já existia em janeiro de 1930. No Guia Geral de Estradas
de Ferro do Brasil de 1960, entretanto, essa data de abertura consta
como tendo sido em 1947. Teria ocorrido nesta data a abertura de uma estação
nova em uma das inúmeras retificações de linha
da EFVM nessa época?
Deve ser, pois a linha (nova variante) e a estação
"atravessaram o rio" nesse ano. Está hoje na margem
direita do rio Piracicaba. De qualquer forma, hoje é um prédio
muito simples e diferente do original. Continua ativa até hoje.
Diovanni Resende mostra em 2007 uma foto diferente da parada
da de 2004 fotografada por Adriano Martins. Qual será
a correta? "Foi uma companhia que fez um contrato com o governo
brasileiro de ligar Vitória
a Diamantina, mas quando descobriram aquele Cauê em Itabira, uma companhia
inglesa requereu aquilo e o governo da época, que eu não sei qual
era porque nem tinha nascido, deu a concessão e que tomou o nome de
Itabira Iron. Saíram de Vitória, foi tudo bem até o Naque. Depois
eles teriam que subir o Rio Santo Antônio na parte de cá, que significa
margem esquerda (porque a gente tem que dar as costas para o nascente
do rio, para poder pegar a margem esquerda), e eles, ao contrário,
já combinados com a companhia inglesa, atravessaram
o rio para poderem ir ao Cauê. Era ilegal, eles não podiam fazer aquilo.
Mas outros governos atrás já aceitaram aquilo sem discussão, sem parlamento.
Arthur Bernardes foi chegando e cassando os direitos deles. A estrada
de ferro ia a Antônio Dias, um lugar vagabundo daqueles, não vale
nada, lá era o ponto final da estrada de ferro" (Eídio
Cipriano, comerciante, na ativa, 74 anos - http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-46982008000100014).
Sobre a estação
antiga, a que ficava na margem esquerda, a de 1927, Jean Viana
Bahia afirmava que, em 11/9/2013, ainda existia o prédio da antiga
estação, mas ocupado por um supermercado, que continuamente vem desfigurando
os traços históricos do edifício. E ele mandou também um esquema
para mostrar a posição da antiga e da nova estação,
uma de cada lado do rio Doce - fotos abaixo.
"Nas fotos há dúvidas sobre a parada fotografada
em 2007 e a foto de 2004. Realmente há diferenças, a de 2004 é antiga,
da época em que a CVRD possuía um acampamento com dezenas de casas,
quadra poli esportiva e ate boate um pouco mais a frente dela, então
o foco principal era atender aos próprios funcionários e esta se encontrava
mais perto do acampamento, porem distante para aqueles que moravam
na cidade. Alguns anos apos a privatização a CVRD desativou o acampamento,
vindo a demolir todo o local, ficando apenas a estação. Como esta
se encontrava distante e com a chegada de período eleitoral, o então
prefeito da cidade, por volta de 2004 (não lembro exatamente o ano),
em contato com a agora Vale S. A. negociou a mudança, vindo a fazer
a parada nova, cerca de 800 metros mais próxima que a estação antiga,
construindo apenas um simples ponto com alguns banco e uma pequena
cobertura. A antiga que era grande e bem coberta com uma área de bancos
de concreto maior foi então demolida" (Wéner Assis, 2014).
ACIMA: A foto é citada como tendo sido tirada
em 1927 e o trem é o inaugural da EFVM nessa estação.
Seria a data de inauguração da estação
1927? (Autor desconhecido).
ACIMA: A estação de Antonio Dias, sem data.
"(...) De
maneira geral, as cidades, sedes de municípios, estão
situadas tão situadas para fora do vale como um atestado
vivo da pouca importância que tinha o rio até bem
pouco tempo. Os escassos aglomerados de casas são representados
em geral por estações da estrada de ferro e alguns
já se tornaram sede de distrito. Tanto Antonio Dias quanto
Coronel Fabriciano são pequenos agrupamentos urbanos
com comércio muito reduzido, lutando com a concorrência
dos armazéns que abastecem a população
carvoeira. O principal centro urbano é, sem dúvida,
a cidade siderúrgica da ACESITA, onde um planejamento
prédio tornou possível a construção
de uma cidade moderna em plena mata. Mais do que qualquer outra
parte do vale, a área depende inteiramente da E. F. Vitória-Minas,
única via da transporte". |
1958
AO LADO: Ney Strauch escreveu sobre a área da estação.
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ACIMA:Explicação de Wener
Dias - mapa em 2007).
ACIMA:
A estação velha do lado "de cima" do rio e
transformada em supermercado - não há mais linha ali.
A nova, "abaixo" e na linha atual (Google Maps - esquema
Jean Viana Bahia,
2013).
ACIMA: Mapa (parcial) do municipio de Antonio Dias, mostrando oas estações no seu território: Antonio Dias, Ana de Matos e Baratinha nos anos 1950 (IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, 1960).
(Fontes: Marcos Vinicius Silva, 2015; Jean Viana Bahia, 2013; Wener Dias, 2007; Adriano
Martins, 2004; Eídio Cipriano; Diovanni Resende, 2007; Marcos Vinicius Silva; Guia Telegráfico,
1927; Ney Strauch: Zona Metalúrgica de Minas Gerais e Vale
do Rio Doce, CNG, 1958; http://www.scielo.br; IBGE: Enciclopedia dos Municipios Brasileiros, 1960; Guia Geral de Estradas
de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação em 2004. Foto Adriano Martins |
A estação antiga, demolida, em 2007. Foto Diovanni
Resende |
A estação (parada) nova em 2007. Notar que não
é a mesma da foto de 2004. Pode haver engano. Foto Diovanni
Resende |
Estação de Antonio Dias em 2015. Foto Marcos Vinicius Silva |
A estação, sem data. Autor desconhecido |
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Atualização:
20.11.2022
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