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Quininim
Itanhaém
Ponte
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ramal de Juquiá-1980
IBGE-1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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Southern São
Paulo Railway (1913-1927)
E. F. Sorocabana (1927-1971)
FEPASA (1971-1998) |
ITANHAÉM
Município de Itanhaém, SP (veja
a cidade) |
Ramal de Juquiá - km 149,800
(1960) |
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SP-2074 |
Altitude: 3 m |
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Inauguração: 21.12.1913 |
Uso atual: Guarda Civil Municipal (2018) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1956 |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal foi construído pelos ingleses da Southern São Paulo Railway,
entre 1913 e 1915, partindo de Santos e atingindo Juquiá. Em novembro
de 1927, o Governo do Estado comprou a linha e a entregou à Sorocabana,
já estatal, no mês seguinte. O trecho entre Santos e Samaritá foi
incorporado à Mairinque-Santos, que estava em início de construção
no trecho da serra do Mar, e o restante foi transformado no ramal
de Juquiá. A partir daí, novas estações foram construídas, e em 1981,
o ramal foi prolongado pela Fepasa, já dona da linha desde 1971, até
Cajati, para atender as fábricas de feritlizantes da região. O transporte
de passageiros entre Santos e Juquiá foi suspenso em 1977 e restaurado
em 1983, parando porém definitivamente em 1997. A linha seguiu
ativa para trens de carga que passavam quase diariamente, transportando
enxofre do porto para Cajati, até o início de 2003,
quando barreiras caíram sobre a linha na região do Ribeira.
O transporte foi suspenso e a concessionária Ferroban desativou
a linha, que o mato cobriu rapidamente. |
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A ESTAÇÃO: Inaugurada
em 1913, a estação de Itanhaém foi uma
das estações construída pela Southern São Paulo Railway. A
quilometragem inicial era 57,687.
Para ali passar a linha, a SSPR teve de passar pelo terreno onde ficava
o cemitério da cidade - este ponto ficava onde hoje se localiza
a bica de Itaguira.
Em 1927 a ferrovia passou para o controle da Sorocabana, que fez para
ela um novo prédio em 1956 (*RS-1956), hoje totalmente descaracterizado,
principalmente a fachada de entrada.
A ferrovia era, até o início dos anos 1950, praticamente
o único caminho para Itanhaém: a alternativa
era passar com os carros pela praia, vindo desde a Ponte Pênsil
de São Vicente, cerca de 50 km para trás.
Até pelo menos os anos 1960, funcionava um desvio (Desvio
da Ponte, de uso público e pertencente à ferrovia,
no km 243,955, quilometragem da época - a estação
de Itanhaém era km 243,211, segundo o mesmo guia, portanto
a apenas 744 m do início do desvio - segundo o Guia Oficial
da E. F. Sorocabana no. 14, de 1953/54) que saía de antes
da ponte sobre o rio Itanhaém, pouco além (sentido
Juquiá) da estação de Itanhaém,
para carregar vagões da EFS com bananas dos barcos que chegavam
por esse rio até o Porto do Baixio, a uns 500 metros
da linha. Vinham de fazendas bananeiras rio acima (como a fazenda
Áurea) e que em grande parte tinham ferrovias internas
com linhas Decauville. Diz a lenda também que haveria ainda
hoje uma locomotiva a vapor enterrada debaixo do lodo abaixo da ponte,
caída ali depois de um acidente.
"O ponto fraco da estrada de ferro era a ponte sobre o rio
Itanhaém. Essa ponte que dava passagem unicamente para trens, para
anos mais tarde os carros, media 130m de comprimento, tendo os dormentes
descobertos e era de largura suficiente para dar passagem a apenas
uma composição. De um dos lados da linha os dormentes se achavam protegidos
por duas pranchas de 30cm de largura que serviam para trânsito de
pedestres em horário que não fossem de passagens de trens. De um lado
e de outro da Estrada de Ferro encontrava-se exclusivamente capoeira
e pouquíssimas casas até a estação de Peruíbe; as habitações eram
na maioria casas da "turma" dos operários da Sorocabana, uma ou outra
cabana de pescadores caiçaras. De bitola estreita, os trilhos eram
assentados sobre um leito de pedra (cascalho) e areia dispondo-se
paralelamente à praia numa extensão de cerca de 90 quilômetros. Daí
por diante, mudava completamente o terreno da Estrada, que se apoiava
então em leito firme de terra ladeando em grande extensão enormes
bananais."
A estação era movimentadíssima. Em 1972, já
no período da decadência da linha, passavam ainda por
ali pelo menos uns seis trens diariamente, e um deles era conhecido
como "jotinha", que era um trem misto; o prédio
ficava abarrotado de caixas de legumes...
Os trens de passageiros foram suspensos em dezembro de 1997, depois
de passarem por ali por 84 anos.
Em 27/10/1999, em conversa com o dono do bar que ainda funcionava na plataforma
da estação, ele me disse que os trens de carga não
estavam passando havia já meses, porque teria caído
uma ponte em Biguá.
A linha, entretanto, foi retomada pela Ferroban, e o tráfego
de carga foi reaberto em outubro de 2000. Os desvios da estação
já foram retirados, os trilhos estão jogados à
frente da plataforma. O armazém foi demolido. Em 2000, a Prefeitura
assumiu a guarda do imóvel e fez uma reforma descaracterizadora
na já feiosa estação, assumindo o prédio
em acordo com a RFFSA. Em 2003, os trens foram suspensos e nunca mais houve tráfego na linha.
Em 2007, o prédio já estava abandonado, sujo, pichado
e arruinado. Que raio de governantes temos, que gastam milhares de
reais na reforma de prédios e depois os abandonam? Será
que o povo da cidade não se revolta com isto? É uma
vergonha, um descalabro. Este tipo de coisas já deveria ter
acabado há muitos anos no Brasil, mas parece que somente piora.
Nota zero para os governantes de Itanhaém, que, em fins
de 2011, continuavam sem ligar para o prédio.
Em 2018 o prédio da ex-estação aparece reformado e totalmente descaracterizado, sendo ocupado pela Guarda Civil Municipal.
ABAIXO. O ano é 1914. Locomotiva chegando ao
túnel do convento (Fon-fon, 28/2/1914).
ACIMA: Trens especiais para as festas religiosas na cidade em 1921 (O Estado de S. Paulo, 1921).
ACIMA: Estação antiga de Itanhaem,
talvez anos 1930 (Autor desconhecido).
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1935
AO LADO: Apanhado por um trem
(O Estado de S. Paulo, 15/8/1935).. |
ACIMA: Trens especiais para a festa de Conceição em 8 de dezembro de 1935 (O Estado de S. Paulo, 4/12/1935).
ACIMA: Itanhaem em 1949 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA (O Estado de S. Paulo, 6/4/1949).
ACIMA: Propaganda de lotes na Praia do Meio
em Itanhaém, ainda com "en", citando a Sorocabana
(Folha da Manhã, 13/4/1949).
ACIMA: As famosas "ferrovias bananeiras" de Itanhaém
são descritas aqui nesta reportagem de 1956 (Folha da
Manhã, 12/12/1956).
ACIMA: À esquerda, carregamento de
bananas nos vagões no desvio da Ponte, feitos "nas costas".
Na época de maior produção de banana, de fevereiro
a abril partiam do porto do Baixio um trem diário com 4 a 5
vagões carregados de bananas para o porto de Santos. À
direita, lanchas com bananas trazendo a mercadoria das fazendas
para o porto para serem carregadas ou nos trens ou nos "chatões",
grandes lanchas que seguiam direto para Santos. (Fotos Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, IBGE, 1960).
ACIMA: Porto do Baixio e vagões da
Sorocabana (Foto sem data, autor desconhecido).
ACIMA: Pátio de Itanhaém, sem data, provavelmente
anos 1970 (Foto Cid Beraldo).
ACIMA: Trem passa por Itanhaém, ao lado do morro do convento, provavelmente
anos 1990 (Foto Nilson Rodrigues). Veja aqui um video sobre o trem de passageiros na estação de Itanhaém nos anos 1990.
ACIMA: Ponte de pedras sobre a ferrovia,
em 2009. Esta ponte foi construída em 1913 e por cima
dela passa uma estrada de pedras que leva ao antigo convento da cidade,
no alto de um morro. Como se pode ver pelos casos colocados ao lado
da linha, já há muito tempo não passam trens
ali (Foto Hamilton Balotta Clemente).
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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1913 a 1977 e de 1983 a 1997. Na foto, trem do ramal em Suarão
(1956). Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses
trens. Veja aqui horários
em 1963 (Guias Levi). |
Veja o trem de passageiros em Itanhaém no video
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Cid Beraldo; Antonio Augusto Gorni; Marcos Antonio Nobrega; Ricardo
Koracsony; Ailton Luiz Gouveia; Hermes Y. Hinuy, Nicholas Burmann;
Júlio C. Paiva; Marcello Tálamo; Fon-fon, 1914; Sorocabana:
relatórios anuais, 1900-69; site da cidade de Itanhaém;
Guia Oficial da E. F. Sorocabana, 1953/54; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação original de Itanhaém, anos 1910.
Foto cedida por Marcello Tálamo
Em abril de 1989, a estação, ao fundo. Autor desconhecido
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A estação original de Itanhaém, sem data.
Foto cedida por Marcello Tálamo
Ainda em abril de 1989, com movimento de trens. Autor desconhecido |
A estação vista do morro, em 1987. Foto Júlio
C. Paiva
Vista rara: passageiros esperando o trem em novembro de 1996.
Um ano depois ele acabaria. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação pouco antes da reforma (23/01/2000).
Foto Hermes Hinuy |
A estação totalmente descaracterizada, depois
da reforma (30/09/2000). Foto Hermes Hinuy |
Estação em 2002, sem desvios, por onde o trem
somente passa... sem parar. Foto Ricardo Koracsony |
Estação em 2002, sem desvios, por onde o trem
somente passa... sem parar. Foto Ricardo Koracsony |
Restos de um passado onde sem o trem a cidade não vivia
(08/2002). Foto Ricardo Koracsony |
Plataforma da estação em 02/2005. Foto Ailton
Luiz Gouveia |
Em fevereiro de 2007, a estação já abandonada
e imunda. Foto Marcos Antonio Nobrega |
Em fevereiro de 2007, a placa de reforma de 2000 parece uma
piada de mau gosto. Foto Marcos Antonio Nobrega |
A estação largada em 10/2011. Foto Adriano Martins |
A estação totalmente descaracterizada em janeiro
de 2018. Autor desconhecido |
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Atualização:
29.02.2020
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